Destaques do Sporting: na pele de Gyokeres o miúdo Nel não se safou mesmo nada mal
Rafael Nel celebrou efusivamente o primeiro golo pela equipa principal (GrafisLab)

Destaques do Sporting: na pele de Gyokeres o miúdo Nel não se safou mesmo nada mal

NACIONAL17.07.202423:42

Estreia a marcar pela equipa principal é recompensa para o atacante que quer mostrar credenciais a Amorim; Kovacevic mostrou bons apontamentos, mas o pedido de desculpas após o segundo jogo é reconhecimento do erro cometido

Kovacevic

Muito comunicativo, dando confiança a quem está à sua frente. Joga bem com os pés, sem hesitações, mesmo sob pressão, o gigante bósnio (1,96 m) mostrou que não tem tempo para bocejar. Boa defesa, aos 57', quando Morita perdeu a bola em zona proibida e Puertas testou o bósnio. No lance do primeiro golo dos belgas, ainda se lançou, mas pouco podia fazer, o remate foi muito colocado. No segundo saiu tarde, os centrais não ajudaram, e pediu desculpas...

Rafael Nel

Fez de Gyokeres, não é (nada) fácil, é certo. Ainda assim, sem comparações, foi desenvolto, criou alguns calafrios à defesa, fez um punhado de boas combinações com Mateus Fernandes e, diga-se, apresentou boas movimentações, mesmo a jogar de costa, apesar de lhe faltar algum traquejo, m as, lá está, algo que se ganha a jogar. Estreou-se a marcar pela equipa principal, oportuno, a responder a chamada de Morita. O sorriso de Amorim disse muito.

Nuno Santos

O 'Cavalinho', como lhe chama o treinador, teve algumas arrancadas no corredor esquerdo, na primeira parte, mas a bola não lhe chegou. Aquele cruzamento em arco que acabou dentro da baliza ao cair do pano para o intervalo foi de mestre. Intensidade, foco e concentração: eis a atuação do capitão, que fez jus à braçadeira, dando indicações, por exemplo, a Rafael Nel: 'pára no peito e remata', foi conselho bem audível. Pelo seu lado nada não passou nada, que ele limpou tudo.

Trincão

Um punhado de boas jogadas individuais; combinação com Catamo e um passe de trivela na passada (26'), com o guarda-redes Moris a agarrar a bola antes dela chegar a Nel. Soltou-se muitas vezes da marcação direta, com as suas características acelerações, ainda deu ajuda na defesa, nos lances de bola parada, limpando o seu raio de ação. Recebeu boa bola de Nel, aos 76', a rematar com selo de golo, mas, recém-entrado Chambaere a fazer grande defesa.

Eduardo QuaresmaEm ritmo um pouco mais lento do que os restantes colegas, diga-se, teve algumas falhas que, mesmo em fase de pré-época, já não são permitidas. Literalmente ficou a dormir no segundo golo dos belgas, aos 88 minutos, quando já só esperava pelo apito final.

Diomande —  Um passe de risco (11'), resolvido por Nuno Santos; um ou outro desacerto ou tomada de decisão mais demorada na origem de algum aperto, mas sem grandes prejuízos. Confortável na posição, é certo, mas talvez tenha sentido a falta da voz de comando do (ex-) capitão Coates... No lance do segundo golo, já perto do final, viu Quaresma deixar passar o adversário e já não teve rins para o ri buscar. Algum cansaço após dias de treino intenso que têm sido estes no Barlavento Algarvio, onde a equipa cumpre estágio desde o passado sábado. 

Matheus ReisNão teve problemas em solicitar Kovacevic algumas vezes e, diga-se, podem não falar a mesma língua, mas não se entenderam nada mal! Num terreno que lhe é familiar, faltou, talvez, lançar mais Nuno Santos e fazer a bola chegar a Pedro Gonçalves. Afinações que são mesmo para ser feitas nestes jogos de preparação para quando for a doer a máquina já estar bem oleada.   

Geny Catamo  — A fletir da ala para o centro, como tanto gosta, disferiu uma bomba aos 44', mas Moris estava atento e desviou a bola para canto. Depois passou a andou um pouco escondido no jogo, o que lhe valeu reparo por parte de Amorim, enquanto a equipa festejava o segundo golo. Já em tempo de compensação, teve forças para ultrapassar dois adversários, fletir para dentro e tentar o remate, mas a bola passou por cima do travessão.

Mateus FernandesEstá com sangue na guelra. Foi ganhando confiança à medida que o jogo avançava, teve alguns roubos de bola e subiu uns furos na segunda parte. Fez uma bela dupla para Morita (capaz de tirar algumas horas de sono a Amorim, que passa a ter quarteto de luxo para o miolo, com o camisola 28 a juntar-se ao japonês, Hjulmand e Daniel Bragança). Excelente movimentação a antecipar-se a dois adversário, sempre de cabeça levantada, cruzando forte, com o peito do pé, — execução difícil — para Pedro Gonçalves assinar o segundo.

Morita  — Muitas vezes integrou-se entre os centrais e também apareceu algumas vezes em zona adiantada, tal como no lance aos 37', na sequência de um pontapé de canto cobrado por Pedro Gonçalves (o homem das bolas paradas), a cabecear com perigo. Aos 43', de cabeça, esteve perto do golo, depois envolveu-se no lance que valeu o primeiro tento, ao segundo poste, onde serviu o jovem Nel.  Menos bem em dois lances: aos 57, permitindo remate de Puertas, à entrada da área, para resposta positiva do guardião bósnio; e depois quando os belgas reduziram, com Sadik, na zona frontal, a tirar o médio do caminho, e, de pé esquerdo, a lançar a bola fora do alcance de Kovacevic.

Pedro Gonçalves —Coube-lhe o primeiro remate com perigo (24'), com a bola a morrer nas pernas da muralha defensiva dos belgas; no segundo golo recebeu com pé esquerdo e rematou com o direito, ludibriando o guarda-redes, a qualidade que se lhe reconhece. É um dos jogadores que deixa transparecer algum cansaço, ombros descaídos, passada mais lenta, mas os retoques de classe estão lá. 

Samuel Justo — O médio foi o único dos suplentes a saltar para o retângulo de jogo. Entrou a quatro minutos do apito final, para o ataque, sinal da polivalência que lhe é reconhecida. Pediu a bola várias vezes, mostrou-se em linha de passe outras tantas, foi à defesa buscar jogo, mas não teve tempo para poder ensaiar qualquer remate à baliza. Deixou boa imagem.