Moreirense-Sporting, 2-1 Destaques do Sporting: afinal santos da casa não fazem milagres…
Daniel Bragança 'reforçou' tridente ofensivo, mas sem resultados práticos, com Trincão desinspirado e Gyokeres só lá foi de penálti. Gonçalo Inácio começou na esquerda, acabou na direita e ainda foi à frente
A figura: Hjulmand (nota 6)
O capitão é a personificação da raça e do querer. É cada vez mais a voz de comando da equipa, principalmente quando o desnorte parece apoderar-se dos leões. Teve muito trabalho no miolo, foi fustigado com diversas faltas, mas esteve sempre pronto para a luta e passaram pelos seus pés (e cabeça) as jogadas de maior perigo do Sporting. A resistar: logo aos 9' ficou em zona de finalização, mas a defesa resolveu; aos 23' cabeceou ao travessão (23), após a marcação de um canto, em que Gyokeres desviou ao primeiro poste; aos 71' colocou bola longa no sueco, através da cobrança de um livre lateral, mas Kewin saiu-se bem da baliza e intercetou o lance. Dentes e punhos serrados na entrega a cada lance e no final não escondeu semblante carregado e reconheceu falhas na análise ao jogo.
Kovacevic (4) — Sofreu o primeiro num lance de bola parada, com um livre eximiamente marcado por Alanzinho, para cabeçada de excelência de Dinis Pinto, que ganhou posição a Trincão. Aos 35’, na sequência de um canto, fez defesa apertada, socando a bola para a frente e depois foi surpreendido por Schettine (35), mal posicionado entre os postes no segundo golo.
St. Juste (6) — Fez o primeiro jogo a titular da época na Liga e, diga-se, foi dos mais esclarecidos. Tentou valer-se da sua velocidade para empurrar a equipa para a frente, mas foi uma missão hercúleo face ao muro de betão do Moreirense no miolo. Saiu aos 65' algo desgastado.
Diomande (4) — Pouco fulgor numa posição em que se pede rijeza e ladeado por dois companheiros com os quais está menos rotinado.
Gonçalo Inácio (5) — Assumiu o lado esquerdo. No primeiro minuto errou um passe em zona compremetedora, depois fez exibição em crescendo. Teve um cabeceamento por cima do travessão na sequência de um canto, descaiu para a direita com a saída de St. Juste, aos 82', cabeceou à barra.
Catamo (4) — Regressou à ala direita, mas teve noite pouco profícua. Aos 16', deixou-se ultrapassar por Benny, que conseguiu cruzar para o coração da área criando a primeira grande oportunidade para os cónegos, depois lançou mal a bola para o centro do terreno e Schettine aproveitou a prenda de Natal antecipada para colocar a sua equipa na frente do marcador.
Morita (5) — A pegar no jogo interior tentou servir Trincão, como aconteceu aos 51', e ainda subiu várias vezes à área, pelo menos para estorvar os defesas. Teve muito trabalho no centro com o Moreirense a colocar cinco homens nesse setor.
Matheus Reis (5) — Esforçado no papel de Nuno Santos, esteve bem nos cruzamentos (28 e 34'), mas teve em Marcelo um adversário à altura. Acabou a recuar para a defesa, com os reajustes após saída do central neerlandês.
Trincão (5) — Voltou a estar uns furos abaixo do habitual, nem os slaloms (a imagem de marca) estão a sair bem. Ainda assim, fez dois remates: um prensado (39') com Kewin a desviar para canto, e outro (51'), em cima da pequena área, com a bola a bater em Marcelo, que estava no chão. Após o apito final ficou agachado com as mãos na cabeça...
Gyokeres (5) — Rasteirado por Marcelo (9'), assumiu a conversão do penálti: remate rasteiro, bem colocado, com Kewin a cair para a direita onde a bola passou. De resto, teve um punhado de lances ofensivos, mas sem conseguir fazer o que tão bem sabe: marcar.
Daniel Bragança (5) — Jogou na frente, sem que, diga-se, a surpresa de João Pereira tenha surtido efeito. Aos 43' atirou a bola para fora do estádio; aos 62' viu Marcelo cortar-lhe um remate e saiu aos 65' após sentiu qualquer coisa na perna esquerda.
Quenda (4) — A par de Gyokeres é o único utilizado em todos esta época. Entrou bem, aos 65', apesar de não ter conseguido baixar muitas vezes, procurou duelos individuais e levou a melhor. Aos 89', numa recarga viu Kewin negar-lhe o golo.
Maxi Araújo (3) — Par de investidas na tentativa de encontrar uma nesga rumo à área, mas sem conseguiu desfeitear a (bem montada) defesa da casa.
Harder (3) — A raça já lhe é conhecida e foi assim que entrou no campo, numa altura em que os leões perdiam e as decisões já não estavam a ser tomadas com o discernimento necessário.
Debast (3) — Perdeu a titularidade e foi sido lançado aos 77 minutos. Posicionou-se no reforço da defesa, mas pouco deu ao jogo, apesar de o Sporting ter passado por alguns sufocos na reta final do encontro.