Destaques do Benfica: O incrível motorzinho que nunca deixa a equipa parar
O que conta o Benfica-Famalicão desta sexta-feira; João Neves foi fantástico a ligar a equipa, Rafa determinante; um bom Arthur Cabral e um ainda melhor Petar Musa
O melhor em campo - JOÃO NEVES (8)
Que jogo fez João Neves, mais um. Correu e deixou marca em todas as zonas do campo, ligando a equipa, não deixando nunca que ela se desagregasse. Acudiu a todos lances e quase que juramos que ganhou todos os duelos que travou, tal a quantidade de recuperações que protagonizou. Sem medo de ter bola — aliás, esteve constantemente a pedi-la no pé —, também conduziu ataques e de uma simulação deliciosa sua e posterior lançamento de Rafa nasceu o primeiro golo, concretizado por Arthur Cabral. João Neves também esteve perto de marcar, aos 56’, mas Luiz Júnior adivinhou-lhe a intenção no remate em jeito. E como este menino de 19 anos merecia ter festejado um golo...
(7) TRUBIN — A primeira parte prometeu uma noite tranquila, mas o ucraniano teve de se empenhar na segunda e revelou-se um muro, intransponível e fundamental para esta vitória. Aos 55’ defendeu remate de Théo, que lhe apareceu sozinho, embora o lance tenha sido invalidado por fora de jogo; aos 60’ fez grande defesa a remate de Chiquinho, aos 65’ nova boa defesa a parar remate de Théo. Aos 83’, mais uma parada. Trubin foi gigante.
(6) AURSNES — Primeira parte quase só preocupado em defender o flanco, fechando a porta ao atrevimento de Francisco Moura; ainda assim, aos 29’ isolou Arthur Cabral com um grande passe, mas o brasileiro, já na área do Famalicão, falhou a receção. Continuou intenso e na mesma toada após o intervalo, acabando por sair e aparentando dificuldade física.
(4) TOMÁS ARAÚJO — Seguro a defender e rápido a sair com a bola no pé, e com qualidade. Aos 38’ subiu num canto e atirou de cabeça por cima da trave da baliza. Caiu de produção na segunda parte, falhando a marcação em lance que Théo aproveitou para criar perigo (65’). Quando passou para lateral-direito, sem rotina, ficou perdido.
(5) ANTÓNIO SILVA — Neste jogo mais à esquerda, foi competente, mas sentiu maior desconforto em alguns lances, como quando, aos 7’, se deixou utrapassar por Cádiz e, aos 46’, fez um mau passe para João Neves que causou calafrios. Perdeu e ganhou duelos.
(6) MORATO — Bem a defender, suficiente a envolver-se no ataque, mas com algumas ideias boas: aos 6’, com um grande cruzamento, deixou Rafa em posição de marcar golo.
(4) KOKÇU — Pouco Kokçu, a atacar e a defender. É verdade que com a bola nos pés dele a equipa ganha geometria, mas o internacional turco assumiu pouco o jogo, ficou demasiado tempo a ver o que acontecia e pouco a querer mandar e a criar, como se impunha. A defender, é impossível fechar os olhos aos passe disparatado que Kokçu fez aos 60’ e permitiu a Chiquinho quase empatar o jogo...
(6) TIAGO GOUVEIA — Possante e muito intencional nas ações. Furou pela esquerda e pela direita, combinou bem com os companheiros, sobretudo com Rafa. Aqui e ali faltou-lhe critério e pulmão, mas fez uma boa exibição.
(7) RAFA — Sempre intenso, de olho na baliza, mas assombrado pela falta de pontaria. Ontem, quando estavam jogados somente 6 minutos, já tinha falhado duas boas oportunidades e uma delas gritante. Porém, foi ele quem correu e cruzou de forma perfeita para o golo de Arthur Cabral, foi ele quem marcou o segundo golo e quem assistou para o terceiro das águias. Rafa esteve em todas e com exibições destas até os pecados se transformam em virtudes.
(4) JOÃO MÁRIO — Sem rasgo e complicativo, muitas vezes afunilando o jogo da equipa e procurando tabelas muito difíceis de conseguir, com os companheiros muito marcados junto à área. Desatento a defender. Cresceu um pouco a meio da segunda parte e esteve nos lances dos dois últimos golos.
(6) ARTHUR CABRAL — Corre mais solto. Pressionou muito a saída de bola do Famalicão. Aos 21’ e aos 29’ deveria ter feito melhor, já na área do adversário, mas depois, aos 31’, foi buscar forças ao fundo do poço para bater Nathan e marcar um bom golo. E aos 33’ já estava a ameaçar de novo, com remate cruzado que Luiz Júnior defendeu. A melhorar, saiu esgotado.
(5) FLORENTINO — Ajudou a defender em momento de aperto. Demorou a equilibrar-se, mas conseguiu.
(5) GONÇALO GUEDES — Esteve na jogada do segundo golo e, embora por vezes inconsequente, foi positiva a agitação que colocou no jogo.
(4) JURÁSEK - Entrada a frio para defender, mas fê-lo de forma desarticulada
(7) MUSA — O ponta de lança croata saltou do banco para colocar ponto final no jogo. Antes já tinha ameaçado, mas depois foi ele quem amorteceu para Rafa marcar e assumiu ele próprio o remate para o terceiro golo. Foi criterioso e influente e não precisou de muito tempo.
(5) GUSTAVO MARQUES — O central brasileiro de 22 anos, da equipa B, entrou para defender à direita e fê-lo sem tremer e numa fase quente deste desafio.