Vítor Bruno lamentou a falta de eficácia dos seus jogadores, que criaram muitas oportunidades de golo
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WALKER JOAO FELIX BALNEARIO
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FC Porto-Midtjylland, 2-0 Com criatividade e ousadia não há crise que dure sempre (crónica)

FUTEBOL12.12.202422:42

Golos de Namaso e Samu deram forma à superioridade dos azuis e brancos, que podiam ter construído resultado mais amplo; passe de Fábio Vieira na jogada do 2-0 é daqueles momentos que vale a pena ver e rever; mais agitação na compensação, com o VAR a anular golo aos dinamarqueses

Bom jogo do FC Porto no regresso às vitórias na Liga Europa. Não excecional, mas 'q.b', frente a um opositor que continua sem ganhar em Portugal. Apesar de um golo (bem) anulado aos dinamarqueses na compensação (ah, velho fantasma, falhaste por centímetros!), por fora de jogo de Diao, acabou por ser um triunfo justo dos azuis e brancos, com muita história para contar, a começar pela ousadia de Vítor Bruno na forma como montou a equipa e a estratégia para bater o Midtjylland, injetando mais criatividade para quebrar o gelo (dos nórdicos e das despidas bancadas do Dragão) e sacudir a crise que ameaçava minar o FC Porto.

No geral, ficou a imagem de uma equipa com o controlo emocional em dia, não obstante dois erros cometidos antes do intervalo, um FC Porto que não tremeu ao saber que, na conjugação de resultados, entrava em jogo no 26.º lugar e fora da zona de play-off da Liga Europa. Com a vitória, ultrapassou o Midtjylland e mantém-se vivo na competição, ganhando, simultaneamente, estímulos para no futuro recuperar laços com os adeptos.

Vítor Bruno surpreendeu ao recuperar uma fórmula que teve sucesso no arranque da temporada: Galeno a lateral-esquerdo e Namaso nas costas de Samu. Não esquecer que na parte decisiva da Supertaça ganha com reviravolta ao Sporting, em Aveiro, o internacional brasileiro concluiu a final como defesa esquerdo e assinaria excelentes atuações com golos em três jogos consecutivos da Liga a jogar naquela posição. Se Galeno gosta? Não ficará nas nuvens, mas funciona bem, porque não só dá largura ao ataque, como permite a Pepê explorar zonas interiores e confundir as marcações do adversário.

Na realidade, o FC Porto foi mais do que Galeno na esquerda. Teve uma série de 'nuances' estratégicas que plantaram a dúvida no Midtjylland, a começar pelos movimentos de fora para dentro de Fábio Vieira, determinantes no 2-0, e pela liberdade que Eustáquio gozou de também ele explorar outros territórios, não sendo por isso de espantar que o golo de Namaso tenha surgido, precisamente, de um cruzamento da direita do internacional canadiano, com Fábio Vieira na área e o inglês na carreira de tiro para finalizar

Dominador, mas não soberano, o FC Porto ainda se entregou à dor de ver Adam Buksa isolar-se, três minutos depois do golo. Nehuén fez bem pressão, mas foi a boa saída e defesa de Diogo Costa que determinaram o insucesso do polaco do Midtjylland. Equívocos desta natureza, que fustigam os azuis e brancos, foram raros, mas aconteceram no 1.º tempo (Otávio salvou a pele a Pepê aos 16’), mas, no essencial, o conjunto de Vítor Bruno controlou as operações e criou mais oportunidades, prolongando esse registo depois do intervalo.

Magia de Fábio Vieira

Os lobos dinamarqueses, embora não vestindo pele de cordeiro, deram-se ao sacrifício num momento-chave do encontro. Abrindo mais espaço na demanda pelo empate, deixaram Fábio Vieira em zona central e com tempo para desenhar passe fabuloso a isolar Pepê. Com rasgo e velocidade, o brasileiro lançou o convite a Samu para o 2-0, que o espanhol não recusou.

A partir desse momento, mesmo com as alterações promovidas pelo técnico do Midtjylland, o FC Porto não deixou de ser uma equipa criativa e com a robustez que se exige para, com associativismo e solidariedade, manter o controlo da partida e ganhá-la sem reclamações ou atos externos de insurreição. É certo que depois dos 90' houve um erro de Vasco Sousa a agitar a equipa e o golo de Buksa, anulado por fora de jogo de Diao, a ressuscitar os adeptos do assobio, mas o VAR repôs a festa no Dragão – e a verdade desportiva, como lhe compete.