Carrinha corre o país com esperança na arbitragem
Carrinha da arbitragem. Foto: Miguel Nunes

Carrinha corre o país com esperança na arbitragem

NACIONAL12.09.202408:30

APAF lançou iniciativa itinerante, com um veículo com tecnologia que permitirá arbitrar situações de jogo de forma virtual; visitará escolas de Norte a Sul com o objetivo de recrutar árbitros para garantir o futuro

Foi apresentada ao final da manhã desta quarta-feira a carrinha Arbitragem na Escola, numa parceria entre a APAF e a FPF que envolveu também o Sindicato dos Jogadores cujo campus, em Odivelas, foi palco da cerimónia de lançamento do projeto, uma ideia de arbitragem itinerante num veículo que percorrerá as escolas de todo o país recorrendo a tecnologia de ponta, com uma experiência de VAR virtual que permite assumir o papel de árbitro e apitar simulações de jogos de futebol, futsal ou futebol de praia, com exemplos de lances de jogo concretos.

Uma rara oportunidade que o presidente da APAF, Luciano Gonçalves, apresentou ao detalhe. «O objetivo é irmos a escolas, a clubes e onde formos requisitados. Os jovens vão ter a oportunidade de se sentarem numa cadeira e ter a oportunidade de decidir lances de jogo, tanto no futebol como no futsal. Acabam por perceber a dificuldade, pois alguns lances não são tão simples como se pode pensar. Há também uns óculos de realidade virtual, onde terão a oportunidade de ser um árbitro e vão ter de decidir situações de jogo, ter diálogos com os jogadores e vão criando reações», explicou o dirigente, que desta forma considera ser possível fazer chegar aos mais jovens o entendimento de que, afinal, arbitrar uma partida de futebol não está ao alcance de todos e que, por isso, deve ser encarada com maior respeito pela sociedade.

«Isto vai proporcionar que eles tenham a noção de que, afinal, ser árbitro pode não ser tão difícil ou, então, não é tão fácil como estar em casa, num estádio ou num pavilhão a criticar o árbitro. Esta parte vai ajudar muito e pelo que têm sido as nossas pequenas experiências noutra dimensão, temos percebido que este será o caminho», salienta, numa iniciativa inovadora cujo objetivo será o incentivo ao recrutamento de novos árbitros e o fomento da importância desta função desde a mais tenra idade, de forma a mudar mentalidades e, em concreto, a visão negativa que o público em geral tem sobre a figura do árbitro.

Uma missão que, em concordância, considera o presidente do Conselho de Arbitragem da FPF, José Fontelas Gomes, passa pela «humanização do árbitro» e poderá ajudar a reter talento na arbitragem e manter elevado o número de efetivos para os mais diversos campeonatos nacionais, profissionais e amadores, através do reforço da Academia APAF, que será protagonista nesta iniciativa em concreto.

José Fontelas Gomes, que é também um antigo árbitro, destaca relevância da ideia e, acima de tudo, a importância de contar com uma Academia APAF com o maior número de árbitros possível de forma a salvaguardar o futuro da arbitragem nacional. «É mais um momento de alegria pormos em prática mais um projeto diferenciador por parte da APAF. Há um grande investimento da FPF neste tipo de projetos. É fundamental o recrutamento de árbitros e este projeto vem ajudar nessa necessidade. É um projeto muito bem pensado, que nos vai ajudar bastante e vem complementar e, se calhar, atrair muito mais árbitros para o futebol nacional. É mais um projeto diferenciador por parte da APAF e quero dar os meus parabéns por todo o trabalho feito ao longo deste mandato, a aposta feita em 2016 foi acertada e não só neste projeto, também no projeto da Academia de arbitragem», assinalou o alto dirigente.

Iniciativas como a carrinha Arbitragem na Escola e a própria Academia APAF promovem, atribuindo o mérito de várias dessas ideias a Luciano Gonçalves, a quem agradece pela «parceria contínua» formada entre a APAF e o Conselho de Arbitragem da FPF em projetos levados a cabo pelas duas organizações num «trabalho conjunto» que tem dado frutos, tanto no panorama nacional como além-fronteiras.«Temos um espaço com uma preponderância que se calhar nunca tínhamos tido. Hoje, o que temos como relacionamento, seja com o comité da UEFA, seja com a UEFA, tem-nos permitido mostrar o que fazemos em Portugal e o que aqui fazemos foi, por exemplo, mostrado em fevereiro deste ano», revelou Fontelas Gomes, visivelmente satisfeito.