Pedro Martelo leva 14 golos em 22 jogos pelo Leça, que lidera a Série B do Campeonato de Portugal; recordou uma experiência na Irlanda e olhou para o futuro; jogou com João Félix na formação do Benfica e com Francisco Trincão nas seleções jovens de Portugal
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HISTÓRIA A BOLA Campeão europeu relança-se no Leça: «O meu caminho tem sido o das escadas»

NACIONAL17.03.202510:00

Pedro Martelo está a fazer uma grande época no líder da Série B do Campeonato de Portugal

Pedro Martelo está a relançar a carreira no Leça, atual líder da Série B do Campeonato de Portugal, que já garantiu o bilhete para a fase de subida ao terceiro escalão. O avançado, agora com 25 anos, foi herói, em 2018, ao apontar o quarto golo diante de Itália, aos 109’, que fez com que Portugal conquistasse o Europeu de sub-19. 

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Portugal foi campeão da Europa sub-19 em 2018 (IMAGO)

«Já não é uma coisa que me lembre diariamente. Mas também já foi há algum tempo. Claro que é um motivo de orgulho para mim. É bonito de se recordar e falar sempre, mas eu na minha cabeça já deixei um bocado de parte. Mas nunca vou esquecer como é óbvio. O meu objetivo neste momento é focar-me noutras coisas, naquilo que tenho de fazer bem, que é para voltar a estar a um grande nível», assumiu, em entrevista a A BOLA

A equipa das quinas contava com nomes como Francisco Trincão, Jota e Rúben Vinagre. No lado da Itália estavam Scamacca, Moise Kean, Zaniolo e Tonali.  

«O grande diferencial dessa equipa para o sucesso que teve foi também o grupo que tínhamos. Daquilo que eu vivi, era uma seleção muito boa individualmente, mas que, coletivamente, a malta dava-se toda muito bem. Havia malta que ia passar férias juntos e não eram dos mesmos clubes, nem das mesmas cidades. Ainda tenho ligação com vários. Não de falar todos os dias, mas sei que se precisar de alguma coisa, ou se precisar de falar sobre algum assunto, sem dúvida que há muitos colegas meus que ainda mantêm essa ligação», acrescentou. 

Portugal foi campeão da Europa sub-19 em 2018 (IMAGO)

Não há um caminho certo ou exato para se chegar ao topo. Pedro Martelo confessa que o seu caminho «tem sido o das escadas». 

«Sinceramente foi o que a vida me veio trazendo. Acho que as coisas podiam ter corrido de outra maneira na altura. Houve certas situações que podiam ter sido geridas de outra maneira. Muito também por minha culpa. Mas já tenho outra maturidade e entendo muito melhor aquilo que tenho de fazer e aquilo que não posso fazer, o que devo fazer mais e o que devo fazer menos. E lá está, como costuma dizer o meu empresário, há uns que vão de elevador e há outros que vão de escadas. O meu caminho até agora tem sido o das escadas. Espero que ainda haja muito mais degraus para subir», acrescentou, falando sobre o futuro a médio e longo prazo. 

«O meu objetivo é chegar ao mais alto nível. E lá está, se chegar ao mais alto nível agora com a idade que tenho ou daqui a uns anos, foi o caminho que me calhou. Mas é uma coisa em que não penso muito. Sem dúvida é um objetivo. Mas foco-me mais naquilo que é, por exemplo, o Leça este ano e fazer um bom trabalho aqui. O próximo ano depois logo se vê», atirou. 

Pedro Martelo festeja golo com a camisola do Leça
Pedro Martelo festeja golo com a camisola do Leça. Foto Leça/Instagram

Internacional pelas seleções jovens de Portugal, Pedro Martelo não pensa da Seleção A. 

«Não consigo nem falar isso. Ainda não consigo. Sinceramente gostava, mas acho que qualquer ponta de lança gostava. Ou seja, qualquer português gostava de representar a Seleção. Felizmente, já tive essa oportunidade nas seleções jovens, mas não consigo nem sequer pensar ainda na Seleção Nacional. Acho que isso é um bocado meter a carroça à frente dos bois», referiu. 

A BOLA lançou ainda um desafio ao jogador do Leça. O que diria o atual Pedro Martelo ao Pedro Martelo com 18 ou 19 anos? 

«Toca um bocado no emocional. É uma reflexão que faço ao longo destes anos das coisas que fiz bem e mal. Mas acho que também nunca fui um rapaz que andasse por caminhos errados ou que andasse a fazer as coisas muito mal ou que cometia grandes erros. Simplesmente não estava afinado o suficiente ou não estava preparado psicologicamente o suficiente para, se calhar, ter dado um salto naquela altura. Mas também acho que, por outro lado, se tivesse tido mais oportunidades, ou se as decisões que eu tivesse tomado a nível de carreira fossem outras, acho que podia ter também dado certo. Mas isto é uma coisa que é muito superlativa», começou por dizer. 

«Diria que tinha de ser o mais profissional possível e deixar tudo o que tinha em cada treino. Só assim mesmo é que uma pessoa consegue render mais e mais após fim de semana. É o dia, porque o futebol não é só ao domingo. O futebol começa na segunda-feira. Neste caso, a gente folga à terça-feira. É na terça também, que é na folga, depois é na quarta, quinta, sexta, sábado. O domingo é o sumo de tudo aquilo que fazes durante a semana», completou.