Brasil: Palmeiras ajuda a prender traficante de droga foragido

Governo de São Paulo anunciou a prisão de 28 suspeitos de crimes mercê da parceria com o clube de Abel Ferreira e da implementação do sistema de biometria facial no acesso aos jogos no Allianz Parque

As primeiras conclusões de uma parceria da Secretaria da Segurança Pública (SSP) do estado de São Paulo com o Palmeiras, para partilha de dados do sistema de biometria facial utilizado na venda de ingressos e no acesso aos jogos no Allianz Parque, foram divulgadas, esta sexta-feira, e resultaram, para já, na prisão de 28 suspeitos que tinham tentado marcar presença num dos quatro jogos do Verdão no seu estádio este ano.

De acordo com o relatório da SSP do estado mais populoso do Brasil, um dos detidos era procurado por tráfico internacional de drogas – encontrava-se foragido desde março de 2020, após a queda de um avião com mais de 400 quilos de entorpecentes, e acabou preso antes de tentar entrar, recentemente, no estádio do Palmeiras.

Além dos detidos, e ainda segundo a SSP, outras 42 pessoas que estavam em incumprimento medidas judiciais foram igualmente impedidas de entrar no Allianz Parque e notificadas para comparecer à Justiça. Foram também abordados e qualificados, no âmbito desta etapa do programa «Muralha Paulista», 253 cidadãos dados como desaparecidos. 

No total, mais de 146 mil ingressos foram verificados pelo sistema de biometria facial implementado pelo Palmeiras, já em 2023, para combater a «candonga». O sistema ajudou, também, na resolução do caso da morte da adepta palmeirense Gabriela Anelli, em julho último.

A tecnologia assegura que o responsável pela aquisição do ingresso é o mesmo que depois tem acesso ao estádio, o que nem sempre acontece quando se utilizam bilhetes físicos ou com código de barras.

«Investimos na implementação do reconhecimento facial para proteger o nosso maior património, que é o torcedor do Palmeiras. Queremos que a nossa casa seja cada vez mais segura para todas as famílias que a frequentam e estamos satisfeitos por contribuir com as autoridades públicas de segurança», congratula-se Leila Pereira, presidente do Palmeiras.

De acordo com o Palmeiras, mais de 500 mil adeptos já foram cadastrados no sistema, que está a funcionar de maneira gradual desde janeiro e em articulação com o programa do governo de Tarcísio de Freitas, que tem utilizado esses dados, como agora foi tornado público, para intercetar os suspeitos e procurados pela Justiça na entrada do estádio. «Trata-se de uma ação da área de inteligência policial com a finalidade de deixar o local do evento mais seguro, impedindo o acesso de pessoas que possam comprometer a ordem pública», afirmou, a propósito, o secretário Guilherme Derrite.