Jogador de 22 anos contou a sua história, dois meses e meio depois de ter sofrido uma paragem cardíaca durante um jogo da Fiorentina
Edoardo Bove sobreviveu ao enorme susto que apanhou enquanto fazia o que mais gostava – jogar futebol. Agora, vive com um desfibrilhador portátil temporário, mas se decidir implantar um desfibrilhador permanente, não poderá jogar em Itália (tal como aconteceu com Christian Eriksen).
Foi no meio desta incerteza sobre o seu futuro no futebol que o jogador da Fiorentina contou a história do seu colapso, este domingo, no festival de música de Sanremo. «Vivo esta experiência entre altos e baixos. O futebol é a minha forma de expressão. Sem ele, sinto-me vazio, como se tivesse perdido um grande amor, creio que acontece o mesmo com um cantor sem voz», começou por revelar.
Médio continua sem saber quando poderá voltar a jogar após a paragem cardíaca que sofreu a 1 de dezembro durante o Fiorentina-Inter. O jogador de 22 anos recebeu um desfibrilhador temporário e vai contar tudo na gala final do festival de música de Sanremo
«Neste momento sinto-me incompleto, como se faltasse alguma coisa, sei que é preciso tempo, muita coragem, estou a receber ajuda para iniciar um caminho de análise sobre mim próprio.»
«Acordei sem me lembrar de nada»
Ao desmaiar durante um jogo de futebol, a um de dezembro, Bove só voltou a recuperar os sentidos numa unidade de cuidados intensivos de um hospital. «O afeto que recebi fez-me perceber a gravidade da situação, acordei no hospital sem me lembrar de nada e só quando olhei para as reações da família, dos amigos, dos desconhecidos que estavam felizes por me ver, é que percebi que tinham tido medo de me perder.»
A sorte, defendeu Bove, também foi fulcral para que a situação tivesse um desfecho feliz: «Estava no sítio certo à hora certa, em 13 minutos já estava no hospital. Infelizmente, há muitas pessoas que perdem quem mais amam porque a ajuda demora a chegar.»
«Os primeiros socorros são importantes e são a principal razão pela qual estou aqui hoje. A minha história fez-me perceber o quão ténue é a linha entre a vida e a morte e quanto dependemos de quem está à nossa volta. Quanto mais informação houver sobre primeiros socorros, mais seguros estaremos», concluiu.