Benfica-Southampton: a crónica e o positivo e negativo

Benfica Benfica-Southampton: a crónica e o positivo e negativo

NACIONAL12.07.202320:47

Águias voam com as mesmas ideias e ficam boas sensações
 

Benfica venceu com facilidade o Southampton no primeiro teste. Exibição consistente deixou notas importantes. Neres brilhou, Orkun Kokçu prometeu e faltaram outras estrelas... 
 

O Benfica realizou esta quarta-feira o primeiro dos seis jogos que tem marcados para esta pré-época (seguem-se Basileia, Al Nassr, Celta de Vigo e Feyenoord), antes do encontro com o FC Porto, a 8 de agosto, na Supertaça, e venceu tranquilamente o Southampton por 2-0.  Não fez uma exibição de encher o olho, mas nesta altura da temporada seria difícil e nem sequer é o que importa.

Fundamental, agora, para Schmidt, é observar a resposta dos jogadores, sobretudo daqueles que chegaram de novo, e perceber se todos estão a apreender o que ele quer. E as ideias, pelo que se percebeu neste desafio com os ingleses (que ficaram em último lugar na Premier de 2022/2023 e foram despromovidos), são muito semelhantes às do Benfica que se sagrou campeão. Tudo simples, com um 4x2x3x1 bem desenhado, velocidade na circulação da bola, intensidade na reação à perda, talvez se tenha observado um pouco menos de jogo interior, e olhos na baliza adversária.


O treinador alemão mudou 10 jogadores da primeira para a segunda parte, manteve somente o guarda-redes Samuel Soares, e ganhou a partida nos primeiros 45 minutos. O domínio foi de grande superioridade sobre o Southampton e os dois golos da vitória foram apontados neste período, o primeiro por Neres, um grande golo num remate da direita que levou a bola a entrar no poste mais distante, e o segundo por Ristic, na sequência de remate cruzado, da esquerda, também bonito.


Neste primeiro onze parecem ter ficado claros alguns pressupostos importantes para o arranque da época. Em primeiro lugar, Aursnes, assim foi hoje, parte para Schmidt como extremo, não como médio, sobretudo agora que foi contratado Orkun Kokçu (fez uma exibição ainda de pouco risco mas  com muita qualidade). Depois, o central João Victor é a alternativa a Bah para lateral-direito, o que pode querer dizer que a posição não será reforçada e que, se for, João Victor parte atrás das restantes opções para defesa-central. Finalmente, David Neres. O craque brasileiro (não jogará a Supertaça porque foi castigado pelo CD da Liga por palavras ofensivas para o FC Porto nos festejos da conquista do 38) é mesmo um dos grandes artistas deste plantel, daqueles que decidem jogos. Será muito, muito interessante ver o que Neres será capaz de criar numa equipa que também terá Di María.


A segunda parte do jogo, com protagonistas diferentes, foi forçosamente distinta, mais equilibrada, de menor consistência, mas com igual superioridade do Benfica. Tomás Araújo e Schjlederup foram, entre as novidades, aqueles que mais se destacaram; Florentino garantiu que será concorrente feroz na luta a meio-campo.

O positivo

Há personalidade e consistência na equipa, com os jogadores a mostraram boa condição física e entendimento, beneficiando, por certo, de boa parte do plantel ter transitado.

O negativo
Sem as movimentações de Gonçalo Ramos a zona central do ataque fica diferente e estranha-se. Musa tem outras características e Tengestedt ainda parece longe de ser a solução.