Benfica: Noronha Lopes quebra o silêncio
Antigo candidato à presidência do Benfica diz que «situação continua a agudizar-se e não pode ser ignorada» e defende liderança que assegure o respeito pelos interesses do clube «sem vassalagem e sem apoios acríticos»
João Noronha Lopes, candidato às eleições do Benfica em 2020, analisou esta sexta-feira o atual momento do clube, num artigo de opinião no jornal Expresso, defendendo que a «situação está a agudizar-se» e que o momento exige uma liderança «capaz de assegurar que os interesses do Benfica são escrupulosamente respeitados — sem vassalagem e sem apoios acríticos».
«Tempos difíceis exigem lideranças fortes e capazes de mobilizar pelo exemplo. Os benfiquistas que o digam, depois de mais um fim de semana [marcado pela derrota com o Casa Pia] em que fomos confrontados com um desnorte merecedor da maior preocupação. Nada disto é novo, mas a situação continua a agudizar-se e não pode ser ignorada. Infelizmente, o que acontece em campo começa cá fora. É consequência de problemas internos mais vastos, que estão à vista de todos», começa por escrever.
Falando de um «ano crucial para o futuro do Benfica e do futebol português», o gestor sublinha que «em lugar de liderar e promover a reflexão pública que é necessária, o clube tem caído numa posição passiva e subalterna que não defende os seus interesses», e mostrou reservas quanto à posição dos encarnados acerca do projeto de centralização dos direitos televisivos, que «prenuncia mudanças lesivas para ons interesses financeiros e desportivos do Benfica».
Para o sócio n.º 5001 das águias, «a posição do Benfica deveria ser clara e pública». «É com muita preocupação que, neste contexto decisivo, vejo a direção do Benfica demitir-se de participar nas escolhas decisivas para o futebol português. O momento exige uma liderança capaz de assegurar que os interesses do Benfica são escrupulosamente respeitados — sem vassalagem e sem apoios acríticos. O silêncio de hoje sairá caro amanhã», analisou.