Balizas mais pequenas e um relvado com lombas: Racing Power jogou sob protesto na Madeira (fotos)
Campo da Imaculada Conceição, no Funchal

Balizas mais pequenas e um relvado com lombas: Racing Power jogou sob protesto na Madeira (fotos)

FUTEBOL FEMININO01.09.202420:01

Clube da Margem Sul denuncia condições degradantes nos balneários, relvado com lombas e erupções. Federação não recebeu qualquer protesto

O Racing Power informou, este domingo, que disputou sob protesto o encontro contra o Marítimo, no Campo da Imaculada Conceição, no Funchal, da 1.ª jornada da Liga BPI. O encontro terminou empatado a uma bola.

No entanto, fonte da FPF esclareceu a A BOLA que o Racing Power não apresentou qualquer protesto no prazo regulamentar para o devido efeito e que o resultado do jogo não está em causa.

O Conselho de Arbitragem apresentou queixa formal ao Conselho de Disciplina e fonte do órgão considera «inadmissíveis e inaceitáveis os comentários e as observações insertas no comunicado» do Racing Power.

Nesse comunicado, a equipa da Margem Sul condenou as condições do balneário à disposição, o facto de as balizas apresentarem menos cinco centímetros de altura em relação ao protocolado pela FPF para a Liga BPI e ainda o estado do relvado, «que estava impróprio para a prática de futebol», «com lombas e erupções e em alguns setores apresentando um desnível superior a 30 centímetros, colocando em causa a integridade das jogadoras de ambas as equipas». A avançada Carolina Mendes saiu lesionada do encontro.

«É incompreensível aquilo que encontrámos neste estádio, desde os balneários ao terreno de jogo. Até as balizas eram mais pequenas. Cumprindo com os regulamentos caso o protesto fosse apresentado antes do jogo começar e não houvesse condições para o Marítimo retificar as anomalias o jogo teria de ser realizado nas próximas 24 horas seguintes. Só aceitámos disputar o jogo nestas condições, porque em caso de adiamento teríamos de pernoitar na Madeira e não conseguíamos no imediato nem alojamento nem alterar o voo de regresso. Por isso, informámos que iríamos jogar, mas sob protesto, devidamente comunicado às instâncias oficiais presentes», sublinhou Nuno Painço, presidente do Racing Power, completando o raciocínio:

«Esta situação não é inédita neste estádio, foi denunciada na época passada também pelas próprias jogadoras do Sporting. Mas pelos vistos nada se fez desde então a não ser fechar-se um dos balneários. Numa competição que se quer cada vez mais profissional e com melhores condições, autorizar ali um jogo é algo inconcebível. A equipa técnica do Racing equipou-se numa sala com cacifos escolares e banheiras de crioterapia. Estamos a preparar um vídeo para apresentar nas devidas instâncias para que sejam revistas estas situações. Lamentável que as atletas se deparem com esta falta de respeito e consideração pelo seu trabalho, não só as do Racing mas todas as que terão de ali aqui jogar, principalmente as do Marítimo. A FPF tem apostado cada vez mais no desenvolvimento do futebol feminino e canalizado verbas cada vez mais elevadas para os Clubes para que as atletas tenham as melhores condições. O problema é que as verbas recebidas pelos clubes não são canalizadas para esses efeitos. A Federação tem de atuar com mão firme e punir quem não cumpre e não pactuar com este tipo de situações. Na época passada o Sporting expôs a situação e fecharam um balneário. Vamos ficar à espera do que, este ano, irá ser feito», denunciou o dirigente, que também criticou a arbitragem realizada pela árbitra Catarina Campos:

«Gastam-se milhares de euros no VAR e como se percebeu neste jogo da primeira jornada, este instrumento de nada serve. Se calhar esse dinheiro devia ser canalizado para outras prioridades, como por exemplo modernizar relvados e instalações dos clubes da Liga BPI. Não é a primeira vez que esta senhora árbitra prejudica o Racing Power. Quando uma árbitra internacional declina uma informação do VAR e, pelo que vimos pelas imagens, o braço da jogadora não está ao longo do corpo, coloca desde logo a equipa do VAR sob pressão, não atuando no segundo lance de grande penalidade como competia. Eu se estivesse no VAR faria o mesmo. Pelos exemplos que temos do passado e pelo que sucedeu na Madeira nesta jornada, lavramos o nosso protesto também em relação a esta matéria. Para que todos fiquem desde já cientes ao que viemos. Vamos defender intransigentemente a verdade desportiva. E essa verdade foi claramente prejudicada por uma das intervenientes no jogo na Madeira, de nome Catarina Campos, árbitra internacional. Se tem algum problema connosco, que o assuma e peça escusa de apitar os nossos jogos».

Notícia atualizada às 22