Campo da Imaculada Conceição, no Funchal

Balizas mais pequenas e um relvado com lombas: Racing Power jogou sob protesto na Madeira (fotos)

Clube da Margem Sul denuncia condições degradantes nos balneários, relvado com lombas e erupções. Federação não recebeu qualquer protesto

O Racing Power informou, este domingo, que disputou sob protesto o encontro contra o Marítimo, no Campo da Imaculada Conceição, no Funchal, da 1.ª jornada da Liga BPI. O encontro terminou empatado a uma bola.

No entanto, fonte da FPF esclareceu a A BOLA que o Racing Power não apresentou qualquer protesto no prazo regulamentar para o devido efeito e que o resultado do jogo não está em causa.

O Conselho de Arbitragem apresentou queixa formal ao Conselho de Disciplina e fonte do órgão considera «inadmissíveis e inaceitáveis os comentários e as observações insertas no comunicado» do Racing Power.

Nesse comunicado, a equipa da Margem Sul condenou as condições do balneário à disposição, o facto de as balizas apresentarem menos cinco centímetros de altura em relação ao protocolado pela FPF para a Liga BPI e ainda o estado do relvado, «que estava impróprio para a prática de futebol», «com lombas e erupções e em alguns setores apresentando um desnível superior a 30 centímetros, colocando em causa a integridade das jogadoras de ambas as equipas». A avançada Carolina Mendes saiu lesionada do encontro.

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«É incompreensível aquilo que encontrámos neste estádio, desde os balneários ao terreno de jogo. Até as balizas eram mais pequenas. Cumprindo com os regulamentos caso o protesto fosse apresentado antes do jogo começar e não houvesse condições para o Marítimo retificar as anomalias o jogo teria de ser realizado nas próximas 24 horas seguintes. Só aceitámos disputar o jogo nestas condições, porque em caso de adiamento teríamos de pernoitar na Madeira e não conseguíamos no imediato nem alojamento nem alterar o voo de regresso. Por isso, informámos que iríamos jogar, mas sob protesto, devidamente comunicado às instâncias oficiais presentes», sublinhou Nuno Painço, presidente do Racing Power, completando o raciocínio:

«Esta situação não é inédita neste estádio, foi denunciada na época passada também pelas próprias jogadoras do Sporting. Mas pelos vistos nada se fez desde então a não ser fechar-se um dos balneários. Numa competição que se quer cada vez mais profissional e com melhores condições, autorizar ali um jogo é algo inconcebível. A equipa técnica do Racing equipou-se numa sala com cacifos escolares e banheiras de crioterapia. Estamos a preparar um vídeo para apresentar nas devidas instâncias para que sejam revistas estas situações. Lamentável que as atletas se deparem com esta falta de respeito e consideração pelo seu trabalho, não só as do Racing mas todas as que terão de ali aqui jogar, principalmente as do Marítimo. A FPF tem apostado cada vez mais no desenvolvimento do futebol feminino e canalizado verbas cada vez mais elevadas para os Clubes para que as atletas tenham as melhores condições. O problema é que as verbas recebidas pelos clubes não são canalizadas para esses efeitos. A Federação tem de atuar com mão firme e punir quem não cumpre e não pactuar com este tipo de situações. Na época passada o Sporting expôs a situação e fecharam um balneário. Vamos ficar à espera do que, este ano, irá ser feito», denunciou o dirigente, que também criticou a arbitragem realizada pela árbitra Catarina Campos:

«Gastam-se milhares de euros no VAR e como se percebeu neste jogo da primeira jornada, este instrumento de nada serve. Se calhar esse dinheiro devia ser canalizado para outras prioridades, como por exemplo modernizar relvados e instalações dos clubes da Liga BPI. Não é a primeira vez que esta senhora árbitra prejudica o Racing Power. Quando uma árbitra internacional declina uma informação do VAR e, pelo que vimos pelas imagens, o braço da jogadora não está ao longo do corpo, coloca desde logo a equipa do VAR sob pressão, não atuando no segundo lance de grande penalidade como competia. Eu se estivesse no VAR faria o mesmo. Pelos exemplos que temos do passado e pelo que sucedeu na Madeira nesta jornada, lavramos o nosso protesto também em relação a esta matéria. Para que todos fiquem desde já cientes ao que viemos. Vamos defender intransigentemente a verdade desportiva. E essa verdade foi claramente prejudicada por uma das intervenientes no jogo na Madeira, de nome Catarina Campos, árbitra internacional. Se tem algum problema connosco, que o assuma e peça escusa de apitar os nossos jogos».

Notícia atualizada às 22