Áustria apresenta-se em Leipzig com três trunfos para apelar ao apoio local
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Áustria apresenta-se em Leipzig com três trunfos para apelar ao apoio local

INTERNACIONAL01.07.202417:55

Conferência de imprensa de antevisão ao jogo com a Turquia, dos oitavos de final do Euro 2024, contou com o selecionador Ralf Rangnick, antigo diretor e treinador do RB Leipzig, e com dois jogadores da equipa da Bundesliga

Após dois jogos em Berlim e um em Dusseldorf, na fase de grupos, a Áustria joga os oitavos de final do Euro 2024 em Leipzig, e não poupou nos trunfos para apelar ao apoio local no jogo com a Turquia. Na conferência de imprensa de antevisão estiveram três nomes com ligação à cidade, e muito concretamente ao clube local: para além de ser alemão, o selecionador da Áustria, Ralf Rangnick, foi diretor e treinador do RB Leipzig durante vários anos, e ao seu lado teve dois jogadores da equipa do universo Red Bull, Cristoph Baumgartner e Nicolas Seiwald.

«Ninguém acreditaria se alguém dissesse que íamos jogar os oitavos de final em Leipzig. É incrível termos chegado tão longe, mas não é coincidência jogar aqui. Comecei aqui há 12 anos, em 2012, e defrontámos a equipa B do Union Berlin no primeiro jogo. Estou muito feliz por voltar. Por mim, pelos dois jovens ao meu lado, e também pelo Sabitzer, que manda cumprimentos. Sei que, para além dos austríacos, muita gente de Leipzig vai apoiar-nos», disse Rangnick, logo a abrir, lembrando que a presença em Leipzig só é possível dada a vitória no Grupo D, à frente de França, Países Baixos e Polónia.

Aos jogadores até foi perguntado, em jeito de brincadeira, se conheciam o sistema de rega do relvado. O conhecimento pode não chegar a tanto, mas jogar em Leipzig é encarado como uma vantagem. Não sei onde esta os sprinklers, mas é uma boa sensação. Faz-te sentir confortável jogar neste estádio. Espero que nos ajude. «Não sei onde estão os aspersores, mas é uma boa sensação jogar aqui. Faz-te sentir confortável. Espero que nos ajude», disse Nicolas Seiwald. «Foi eleito o melhor relvado da Alemanha e é verdade, é incrível. Isso será um benefício. Para ser sincero também não sei onde estão os aspersores, mas acredito que teremos os adeptos neutrais do nosso lado, pois estarão mais ligados a nós do que à seleção turca», antecipou Baumgartner, que conta até com o apoio do treinador do RB Leipzig, Marco Rose. «Já falámos durante o torneio, por altura da renovação de contrato dele. Disse-me que segue os nossos jogos. Penso que ele é um fã da seleção austríaca, gosta da forma como jogamos. Mas não sei se ele estará no estádio, pois também adora as duas férias», referiu o médio ofensivo.

A goleada irrelevante e o relação entre coração e cabeça

Depois de ter surpreendido na fase de grupos, a correr por fora, a Áustria chega ao duelos dos oitavos de final como favorita, até porque goleou a Turquia (6-1) em jogo de preparação disputado em março. Um dado que Ralf Rangnick desvalorizou, lembrando que a Áustria não ganha um jogo oficial à Turquia desde 1988.

«O torneio vai começar novamente, e temos de mudar para o modo playoff. Temos de estar totalmente focados e conscientes de que erros, num jogo destes, não podem ser corrigidos, muito dificilmente. Só com esse pensamento podemos chegar à próxima fase. Temos de colocar tudo em campo», disse o selecionador, sem inibir a ambição. «Não é impossível conquistar o título ou chegar à final. Vimos a Espanha: é uma equipa que não só tem incríveis individualidades, mas também joga a um nível tático muito elevado, com pressão e transições. Temos de ser realistas. Só há uma forma de chegar o mais longe possível, que é olhar para o próximo jogo e encará-lo como se fosse o último. É a filosofia que tentamos aplicar», acrescentou.

A identidade da Áustria, incutida por Rangnick, foi valorizada por Baumgartner. «Tentamos sempre colocá-la em campo, independentemente do adversário. É uma âncora para nós, mesmo sendo mais difícil desenvolver isso numa seleçºao do que num clube, onde trabalhas todos os dias», referiu o camisola 19.

Na conferência de imprensa foi abordada ainda a paixão que a Turquia coloca em campo, e com a qual a Chéquia lidou mal, a avaliar pelo número de cartões que o jogo teve, um recorde em Europeus. «Sabes que tens de manter a cabeça fria. Isso é muito importante. Claro que a adrenalina será alta, mas tens de manter a clarividência para tomar as decisões certas», disse Seiwald.