Até Rúben Amorim abriu exceção para Gyokeres
Rúben Amorim e Gyokeres

Até Rúben Amorim abriu exceção para Gyokeres

NACIONAL18.02.202408:45

Treinador sempre privilegiou o coletivo mas desde cedo admitiu o peso do sueco na equipa. Ponta de lança foi observado em 30 jogos antes da contratação. Já valorizou €32 milhões!

Provavelmente contam-se pelos dedos de uma só mão as vezes em que Gyokeres não foi tema de conversa de Rúben Amorim nos lançamentos ou ressacas de jogos dos leões. Todas as questões com resposta do técnico leonino, um líder de balneário que raramente individualiza desempenhos deste ou daquele jogador, optando por reforçar o empenho coletivo, mesmo daqueles que não fazem parte do núcleo duro da equipa. 

Mas neste caso, a explosão de Gyokeres nas manobras da equipa obrigou o técnico a mudar um pouco o discurso habitual. Uma das questões, sobretudo numa fase inicial da história do sueco em Alvalade, foi quase sempre centrada no responsável pela descoberta deste avançado que andava pela segunda liga inglesa, à mercê de alguns dos clubes mais poderosos do planeta. 

Pois bem, recuando uns meses, convém lembrar que este foi um dos processos (relativos a contratações) mais complicados da era Amorim. As negociações intensas com o Coventry duraram mais de dois meses. O avançado estava há muito referenciado pelo scout leonino, que, antes da chegada a Alvalade, o observou in loco em cerca de 30 jogos. Depois, bem... depois entrou em campo o trabalho de sedução dos leões na apresentação de um projeto onde reservava um papel de enorme influência para o avançado. «Acima de tudo, perceber que nem toda a gente andava a dormir. Ele quis mesmo vir para o Sporting. Nós vimos as propostas que ele tinha. Ele percebeu o projeto, é um jogador muito ambicioso. Se calhar os clubes que tinha não eram os clubes para onde quer ir, numa Premier League», ressalvou Amorim, ainda em setembro do ano passado, com cinco jogos realizados por Gyokeres

Rúben Amorim nunca escondeu e admitiu publicamente a influência do sueco na ideia de jogo da equipa (IMAGO)

A partir daí foi sempre a subir. A somar golos, a transformar o Sporting numa das equipas mais ofensivas do futebol europeu (com 95 golos oficiais em 34 jogos), dando um poder de fogo que, até então, o Sporting nunca tinha tido com Rúben Amorim. Nasceu um novo leão. «Fala-se muito do Viktor, mas temos uma equipa. Iríamos sofrer muito sem ele, teríamos de mudar a forma de jogar, seria muito mais complicado, temos de ser sinceros, mas estamos salvaguardados, porque em caso de saída teríamos uma contrapartida gigante», sublinhou Amorim a poucos dias de fechar a última janela de mercado, em janeiro. 

28 golos e 10 assistências depois, emerge outra questão: quanto tempo é que o Sporting vai conseguir segurar Gyokeres? Amorim sabe que, mantendo o jogador esta fase ascendente, não será por muito... mas vai mantendo a crença. Como todos os adeptos leoninos: «Obviamente que vejo [Gyokeres] a ficar mais tempo, porque ele tem um contrato de cinco anos...»