Arthur Cabral, um enigma de €20 milhões
Arthur Cabral, avançado do Benfica (Buzzi/IMAGO)
Foto: IMAGO

Arthur Cabral, um enigma de €20 milhões

NACIONAL09.10.202319:57

O tempo passa e aumenta a pressão sobre o avançado que custou o mesmo que Gyokeres; paragem considerada fundamental para o brasileiro

Arthur Cabral começa a ser um dos nomes do momento do Benfica  pelos maus motivos: desde que chegou à Luz não teve qualquer lampejo de protagonismo e as críticas começam a aumentar na proporção direta do preço que custou: para quem obrigou a um investimento de €20 milhões (o mesmo preço que o Sporting pagou por Gyokeres) o avançado brasileiro não teve qualquer influência direta nos sete jogos que fez pelas águias (sete partidas, zero golos e zero assistências).

Frente ao Estoril, Cabral viu a partida do banco, vendo Tengstedt ser titular pela primeira vez (ao 10.º jogo pelo clube) e Musa entrar para o lugar do dinamarquês e assistir António Silva para o único golo do jogo, aos 90+3’.

O ex-jogador da Fiorentina foi titular apenas em dois encontros (Estrela da Amadora e Gil Vicente), logo após ter chegado para substituir Gonçalo Ramos, transferido para o PSG. Roger Schmidt já explicou que quis fazer uma espécie de entrada de choque, porque há jogadores que conseguem gerar impacto imediato e essa confiança torna mais fácil o processo de adaptação. Assim não aconteceu e o técnico decidiu voltar atrás, dando-lhe menos protagonismo enquanto tenta que Cabral se adapte às suas ideias. 

O brasileiro é um ponta de lança de área habituado a ser servido com muitos cruzamentos e no Benfica o homem da frente tem de jogar em apoios frontais, explorar a profundidade e desempenhar um intenso trabalho de pressão defensiva, tudo aquilo que Gonçalo Ramos providenciava e que nenhum dos três avançados do plantel (nem mesmo Musa) oferecem com a mesma dose.

Contratação de estrutura

Cabral é o que se diz na gíria uma contratação de estrutura, isto é, teve o mais alto patrocínio de Rui Costa, grande conhecedor do futebol italiano e da Fiorentina, clube que representou de 1994 a 2001 e no qual o brasileiro atuou época e meia, tendo apontado 19 golos em 65 jogos. Além disso, tal como afirmou o presidente do clube em entrevista à BTV, Roger Schmidt também o conhece bem porque quis contratá-lo quando treinava o PSV, ainda Cabral se exibia em grande plano no Basileia, onde marcou 65 golos em 106 partidas.

Este está a ser, para já, o pior início de Cabral num clube europeu, pois o máximo que esperou foi quatro jogos até começar a faturar, quer pelos suíços quer pelos viola. O facto de não ter feito pré-época com as águias tem sido a principal razão apontada pelo treinador dos campeões nacionais para justificar o menor rendimento de Arthur Cabral. Com nova paragem para as seleções, a expectativa no eixo Luz-Seixal é que este tempo seja frutuoso para criar dinâmicas que ainda não veem.

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