A incrível história (diferente de todas as outras...) de Tiago Rodrigues no Sporting
Cresceu com uma geração de ouro dos leões mas colocou ponto final na carreira aos 22 anos e atualmente é treinador na formação do Sporting. A história (diferente de muitas outras…) de Tiago Rodrigues, um avançado que discutiu a titularidade com Rafael Leão e que agora prepara jovens leões do futuro. Aos 24 anos!
Cresceu com uma geração de ouro dos leões. Tiago Rodrigues evoluiu ao lado de nomes como Luís Maximiano, Eduardo Quaresma, Rafael Leão, Gonçalo Inácio, Daniel Bragança, entre outros. Fez um percurso sempre ascendente. Alentejano de gema, natural de Évora, largou tudo aos 15 anos para rumar a Alcochete. E por ali foi crescendo. A marcar golos, com estatuto nas seleções jovens de Portugal (esteve no Europeu sub-19 em 2019) e com um futuro promissor pela frente.
Chegou até a trabalhar com a equipa principal. O percurso, nos relvados, durou até aos… 24 anos. O ponto final na carreira aconteceu muito mais cedo do que o previsto. A história foi lembrada na edição do jornal Sporting: «Uma história incomum». Antes de abandonar os relvados, aos 22 anos, cumpriu uma época no Amora. Até ser novamente chamado pelo Sporting. Não para jogar futebol, mas para ser treinador adjunto dos sub-13 dos leões.
«Tive um percurso desportivo que considero interessante e cheguei a um bom nível, que muitos atletas têm como objetivo. Faltou-me um 'patamarzinho' que infelizmente não consegui ultrapassar», começou por contar, abordando essa mudança para o Amora: «Saí da bolha no Sporting. Foi um bocadinho difícil. Enfrentei uma realidade diferente e tive algumas dificuldades em adaptar-me», lembrou.
Foi, então, que surgiu a mudança de vida: a carreira de treinador. Numa fase muito prematura. Mas na sua casa de sempre: o Pólo Universitário, em Lisboa, como treinador estagiário das escolinhas do Sporting.
«Depois de uma época menos conseguida, decidi tomar esta decisão, da qual não me arrependo e acabei por regressar aqui. A vida de jogador é curta e também com adversidades, como estar muito tempo longe da família e do local onde vivemos. Tudo isso pesou na minha decisão e achei que onde eu podia realmente ser uma mais-valia, a partir de agora, era no banco, fora de campo», contou.
A paixão pelo treino começou desde muito cedo. Com a antiga equipa técnica dos 'bês' liderada por Filipe Çelikkaya:
«Era muito próxima dos jogadores, trabalhavam diretamente connosco durante mais tempo e também nos explicavam os porquês. Comecei a ter o à-vontade para fazer perguntas e aprendi muito sobre o jogo, mas também sobre a relação que eu, enquanto treinador, quero ter com os meus atletas», desejou o agora treinador, que se encontra a tirar o mestrado em Gestão de Informação (especialização em Business Inteligence) na Nova IMS, em Lisboa, já depois de ter feito uma pós-graduação em Tecnologia e Análise de Dados no Desporto:
«Achei que era interessante porque eu fazia coisas dentro de campo e não sabia a razão de estar a fazê-las. Muitas vezes pensamos que o futebolista não quer estudar, mas não é bem assim. Há coisas que não estão bem definidas e não ajudam os atletas. Temos de ter sempre um plano B. Tinha o meu plano B que era o curso e, num segundo plano, poder treinar.»
Para trás ficam as memórias. Muitas. Com alguns antigos companheiros que vão brilhando nos relvados. Algo que o enche de felicidade.
Depois de uma época menos conseguida, decidi tomar esta decisão, da qual não me arrependo e acabei por regressar aqui. A vida de jogador é curta e também com adversidades, como estar muito tempo longe da família e do local onde vivemos
«Estão a dar coisas boas ao Sporting, o clube está a conseguir aproveitá-los e estão a ajudar a passar por esta fase excelente. Apanhei o Bragança mais cedo e convivia mais com ele porque era um atleta residente e lembro-me bem de quando era uma criança também. O que estão a fazer é extraordinário», finalizou uma das mais recentes esperanças leoninas, agora, como treinador.