FC Porto: Evanilson afasta a maldição
Evanilson sonha em chegar à seleção do Brasil (Foto: IMAGO)
Foto: IMAGO

FC Porto: Evanilson afasta a maldição

NACIONAL26.10.202314:00

Seis lesões em pouco espaço de meses não o deitaram abaixo; em Antuérpia tocou no céu e escreveu história; uma força quase sobrenatural

Se há jogador do FC Porto que revela uma resistência quase sobrenatural ao infortúnio é Evanilson. Quatro lesões na época passada, um somatório de 80 dias em recuperação e 14 jogos perdidos seriam, para qualquer futebolista, penitência dura de ultrapassar, mas quando a descida ao inferno se prolonga pelo arranque da nova temporada, com mais dois problemas físicos que o forçaram a travar a fundo, o caso torna-se ainda mais penoso. 

O ponta de lança brasileiro que escreveu história em Antuérpia ao saltar do banco e marcar três golos (poucos o conseguiram na Champions: Kylian Mbappé, Rashford e Salah foram os exemplos mais recentes), mostrou que a entrada em falso em 2023/24 não lhe retirou nem a fé nem os méritos goleadores. Evanilson saiu da Bélgica com um sorriso aberto e estatuto reforçado, surgindo num ápice como o goleador de referência do FC Porto, com seis golos em seis jogos, e a esperança de que mais nenhum obstáculo se intrometa nos seus planos de superar o melhor registo alcançado na equipa, quando terminou 2021/22 com 21 golos em 46 jogos, e dois títulos conquistados, a Liga e a Taça de Portugal

Decisivo na 3.ª reviravolta do FC Porto esta época (antes do Antuérpia, Moreirense e Rio Ave já tinham sentido na pele a fúria do dragão), Evanilson deu sequência ao que tinha feito nos dois jogos anteriores, quando marcou ao Vilar de Perdizes e Portimonense, dando sinais de uma confiança inabalável nas suas capacidades e de uma força mental que é um exemplo para o grupo de Sérgio Conceição. Em quatro épocas no FC Porto, Evanilson bisou por oito vezes e apontou dois hat-tricks. O primeiro foi em janeiro de 2022, no Jamor, casa emprestada da B SAD, adversário goleado sem piedade pelos azuis e brancos por 1-4, com o brasileiro a titular e de mira afinadíssima. 

Na Bélgica entrou apenas aos 42 minutos, à boleia da lesão de Wendell e da urgência de Sérgio Conceição em alterar profundamente a matriz de jogo da equipa. A proeza de Evanilson é ainda mais espetacular quando se sabe que na história dos azuis e brancos apenas outro jogador, Brahimi, fez três golos na fase regular da Champions, na goleada de 6-0 aos bielorrussos do BATE Borizov, em 2014. Lavada a alma e revigorado o corpo, Evanilson espera ter afastado de uma vez por todas a maldição que o perseguiu nos últimos meses. Na forja pode estar, no futuro, a recuperação da parceria com Taremi que deu tantos frutos. Contra o Antuérpia, o iraniano não marcou, mas fez duas assistências para Evanilson. Quem sabe, nunca esquece…

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