V. Guimarães-Betis, 0-4 Nada a dizer, nada a fazer: Betis foi muito mais forte!
0-2 aos 20 minutos, com bis de Bakambu e erros vimaranenses. Na segunda parte, o Vitória equilibrou, mas voltou a ser demasiado ingénuo na forma como defendia. Antony e Isco elevaram o resultado para níveis de goleada: 4-0.
Quase parecia a final do Mundial-1978, tal a quantidade de papelinhos que apareceu no relvado do D. Afonso Henriques. As bancadas estavam cheias de sevilhanos e, sobretudo, vimaranenses e sentia-se a emoção dos grandes momentos: quartos de final à vista. Porém, desde cedo, muito cedo, aliás, a equipa andaluza mostrava o que queria do jogo: fúria espanhola recuperada dos anos 80, empurrando avançados, médios e defesas do Vitória bem para trás, deixando-os nervosos e propensos a erros.
E antes dos 20 minutos, através de um furacão chamado Cédric Bakambu, o Betis deu dois passos na direção dos quartos de final. Primeiro, logo aos 5’, o franco-congolês recebeu passe em profundidade e, aproveitando-se da inépcia de Borevkovic, fugiu pelo lado direito e, frio como os mais frios futebolistas, endereçou a bola para o fundo da baliza do desemparado Bruno Varela.
Só aos 9 minutos, ao receber uma bola morta, pudemos confirmar que o guarda-redes do Betis era mesmo Fran Vieites, pois, até aí, não se vira a silhueta rosa do número 25 dos espanhóis. Pareceu então que o Vitória estava a conseguir equilibrar o jogo. Erro de análise. Após um momento em que cedeu, na aparência, o comando ao adversário, o Betis voltou a pegar na bola e, de repente, espetou nova farpa na equipa vimaranense. Antony ginga na direita, abre na profundidade em Aitur Ruibal e este cruza para a pequena área, onde aparece, de novo, o furacão Bukama a marcar de cabeça. Villanueva pareceu demasiado passivo a atacar a bola.
Com dois golos de diferença, o Betis, enfim, descansa. E o Vitória cresce. Mas é um crescimento sem ponta de perigo. A bola roda, a bola anda, sempre longe de Vieites e quando são os sevilhanos a tê-la, ela continuava a rodar. Até que, perto do intervalo, Hevertton decide arriscar um pouco mais e, perto da área, cede a bola a João Mendes, que remata para, finalmente, defesa aparatosa do guarda-redes do Betis. Na recarga, Nélson Oliveira remata ao lado. O primeiro sinal de verdadeiro perigo do Vitória demorou 40 minutos a ser construído. Demasiado tempo.
O 2-0 ao intervalo deixava antever que a vitória e a passagem aos quartos de final estavam fechadas. Estaria o Vitória de acordo? Faria Luís Freire alterações que reequilibrassem o que tão desequilibrado estava?
O treinador vitoriano muda a asa direita: Hevertton por Miguel Maga e Úmaro Embaló por Miguel Arcanjo. E o Vitória ganha ânimo mais forte. Empurra os adversários para junto da baliza de Vieites e fica, assim, mais perto do golo. Pela primeira vez no jogo, a bola anda muito mais no meio-campo espanhol. Mas, claro, era preciso marcar para que a desvantagem de dois golos começasse a ser desvanecida.
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Porém, em vez de ser desvanecida, a desvantagem vitoriana cresce ainda mais, quando Antony, aos 58’, recebe passe de Isco, progride pela direita com a bola no pé esquerdo e, perto de Bruno Varela, remata junto ao poste esquerdo: 3-0. Jogo fechado, eliminatória fechada, presença nos quartos de final confirmada para a equipa de Manuel Pellegrini.
A partir daqui, com diferença de três golos, ambas as equipas percebem que pouco há para fazer, apesar de faltar um pouco mais de meia hora para a conclusão do jogo. E nessa meia hora final ainda houve tempo para Isco marcar, depois de Antony, sobre a direita, trucidar quem lhe apareceu à frente.
Fizeram uma boa campanha na liga conferência e estão de parabéns. É repetir para o ano.