Adeptos apoiaram a equipa até para lá do apito final
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Dortmund-Sporting, 0-0 Leões com plano poupança, alemães em modo económico e Rui Silva do outro mundo (crónica)

NACIONAL19.02.202520:41

Rui Borges geriu, alterou o sistema mas acabou com mais duas lesões… Primeira parte com ritmo baixo e sempre com os verdes e brancos na defensiva, na segunda parte o Dortmund meteu um pouco de gasolina aditivada e conseguiu encostar o leão. Valeu um guarda-redes do outro mundo que até um penálti defendeu

Quando a idade ativa entra na segunda metade começamos a fazer contas à vida para uma saída sem problemas e capaz de nos dar segurança para uma reforma tranquila. Um pouco como as temporadas no futebol, entradas nas segundas metades, fases decisivas e com o desgaste acumulado a obrigarem os treinadores a fazer contas, definir prioridades para no final poderem celebrar. E se os problemas atacam de uma só vez na entrada dessa fase decisiva, é a carga de trabalhos para os técnicos. E eles, como nós nas nossas vidas, começamos a gerir os recursos sempre tendo em mente uma vitória final, para depois, quando tudo acabar, podermos gozar dias felizes e descansados.

Harder remata mas a bola é intercetada (IMAGO)

Muitos juntam à reforma a que terão direito umas poupanças, uns planos para maior segurança ainda. E tendo em conta lesões, castigos e gestão da fadiga, Rui Borges ativou em Dortmund um plano poupança. Mesmo que o treinador garanta que de nada desistiu, que a prioridade é sempre o próximo jogo, todos percebemos que a prioridade é o campeonato. E por isso esse plano de gestão (mais ainda porque a desvantagem era à partida para este ‘play-off’ de três golos) percebeu-se logo na convocatória – no facto de Gyokeres e Trincão terem ficado em Lisboa; no facto de terem sido chamados sete jovens da formação que habitualmente não fazem parte das escolhas: José Silva, Eduardo Felicíssimo, Alexandre Brito, Manuel Mendonça, Afonso Moreira, Lucas Anjos e Rafael Nel.

Depois, assim que se conheceu onze, esse plano também ficou explanado, com a entrada de jogadores como Esgaio e Biel ou até com as titularidades de Quaresma e João Simões, tal como a de Harder, substituto natural de Gyokeres.

Mudança de sistema

E assim que começou o jogo… suspeita confirmada: a mudança de sistema para um regresso aos três centrais, como foi experimentado durante a semana em Alcochete. Linha de três na defesa, Quaresma, Diomande e Gonçalo Inácio, ou mais vezes linha de cinco, porque Esgaio e Matheus andaram muito mais tempo em tarefas defensivas do que em corridas pela alas; miolo com Hjulmand e João Simões, que Morita e Bragança estão lesionados (Debast no banco para as eventualidades, como central ou médio). Na frente andou Harder muitas vezes sozinho, porque Quenda (desta vez na direita) e Biel (em estreia a titular) juntavam-se a Hjulmand e Simões para formar uma linha de quatro quando a defensiva ficava a cinco. No banco, quase só equipa B…

Hjulmand em ação antes de sair lesionado (IMAGO)

E foi uma primeira parte onde cada equipa mostrou ao que veio: os leões com plano poupança, os alemães em modo de condução económica. Leões mais expectantes com bloco mais baixo, procurando colocar nas alas ou em Harder na saída; alemães no meio campo ofensivo mas com ritmo baixo. Tanto que na o único lance de perigo aconteceu aos 27’, remate de Sabitzer para grande defesa de Rui Silva. Foi tudo para intervalo com apenas dois remates enquadrados para o Dortmund e um para o Sporting, de Harder, intercetado com a bola na chegar fraca até Kobel.

A boa notícia para os verdes e brancos era que iam para intervalo sem aquele lance de perigo dar golo; a má notícia era a lesão (mais uma) de João Simões, que teve de ceder o lugar a Debast (a eventualidade para que estava o belga de reserva surgiu mesmo).

A segunda parte

Outra eventualidade (ou fatalidade): mais um problema físico a obrigar a nova mudança, Hjulmand a ficar nas cabinas ao intervalo e a proporcionar a estreia de Alexandre Brito na Champions. E foi a entrada de jovens leões (Afonso Moreira e Lucas Anjos foram ainda a jogo) e o facto de os alemães terem metido um pouco de gasolina aditivada por cima do modo económico com que conduziram no primeiro tempo que marcaram os segundos 45’. Tanto que ao até aos 53’ apareceu outra vez Rui Silva, este nada poupado, a evitar golos a Adeyemi e Svensson.

Prometia o Dortmund meter o pé no acelerador, meteu e só não chegou à meta mesmo por causa de Rui Silva e do poste – o guarda redes porque protagonizou o momento do jogo: fez falta na área sobre Adeyemi e defendeu o penálti de Guirassy, transformando-se ainda mais no elemento mais valioso; o poste porque foi onde a bola bateu aos 69’ num remate de Reyna.

O leão, cheio de contrariedades por cima das que já trazia de Lisboa, acabou por ser um gatinho nesta despedida europeia. Acabou com três jovens da equipa B em campo, com Matheus Reis a central pela esquerda e sempre na iminência de sofrer um golo que não apareceu e outro que… Harder falhou aos 80’ no único remate enquadrado dos verdes e brancos durante todo o jogo.

Rui Silva festeja defesa de penálti (IMAGO)

Com tanta poupança, no entanto, e se no poupar está o algum ganho, serviu pelo menos para Gyokeres e Trincão descansarem para o que mais interessa agora: o campeonato.