Logo 1. David Raya
1. David Raya

Data de Nascimento: 15.09.1995

Posição: Guarda-redes

Clube: Arsenal

David Raya teve um caminho pouco comum para chegar ao topo. Aos 19 anos ainda jogava na quinta divisão inglesa, por empréstimo do Blackburn ao Southport, que ficou convencido pela sua qualidade mas temia pela sua altura: «O treinador disse para me pendurar do teto para ver se crescia mais», disse ao jornalista Alvaro de Grado. Passou alguns anos no banco do Blackburn até ganhar a titularidade após a descida para a League One. em 2017, e assinou pelo Brentford em 2019. Depois da promoção à Premier League recebeu a sua primeira convocatória por Luis Enrique, em detrimento de David de Gea, e foi ao Mundial do Catar. Ainda assim continuou a crescer e, no ano passado, chegou por empréstimo ao Arsenal, no qual ia competir pelo lugar com Aaron Ramsdale que, na época anterior, tinha sido incluído na equipa da época da Premier League. Demorou quatro jogos até ser titular para Arteta.

Logo 2. Daniel Carvajal
2. Daniel Carvajal

Data de Nascimento: 11.01.1992

Posição: Lateral Direito

Clube: Real Madrid

Numa profissão que, por natureza, atrai personalidades ultra competitivas, Carvajal é dos mais competitivos. Lida tão mal com as derrotas que, numa altura, deixou de jogar FIFA por tão zangado que ficava quando perdia. Este medo de perder é óbvio quando joga, e pela maneira que se prepara para jogar. Durante anos foi assombrado por problemas musculares, que o impediram de jogar duas finais da Liga dos Campeões e vários torneios internacionais, mas nunca deixou de lutar por estar no pique da sua forma. «Alguém deve-me ter amaldiçoado, mas tento de tudo», disse. A solução envolveu mudar a sua dieta e agora não come glúten, trigo, tomates, pimentas ou batatas. «As lesões eram um túnel sem luz ao fundo. Comia bem, cuidava de mim, mas nada mudava», disse. «Pedi a um nutricionista para ajudar e aí as coisas mudaram». Sem essas comidas, que contribuíram para a inflamação dos músculos, Carvajal está a voar. Completou a sua melhor época com 5 golos e 6 assistências pelo Real Madrid, e outras quantas pela seleção.

Logo 3. Robin Le Normand
3. Robin Le Normand

Data de Nascimento: 11.11.1996

Posição: Defesa Central

Clube: Real Sociedad

Nascido na Bretanha, Le Normand começou no Brest antes se de mudar para Espanha, em 2016. Sente-se mais francês, mas adaptou-se bem a Espanha. «Gosto mais do ritmo e estilo de vida aqui», disse. «Podes sair a qualquer altura que algo vai estar a acontecer. Venho de uma vila. Na França é diferente. Aqui as lojas fecham muito tarde, podes ir beber um copo com os teus amigos, tens o calor, a comida». Sem sinais de ser chamado pela França, aceitou o convite da federação espanhola. Vive em Astigarraga, uma vila perto de San Sebastian que é famosa pela sua sidra e casa do Sagardoetxea, o museu de sidra da região – «Também adoram sidra na Bretanha», diz –, e gosta de jogar e piano e dormir: «Só há duas coisas diariamente que não são negociáveis: treinar e a sesta». Há outro francês na seleção espanhola, Aymeric Laporte, mas na seleção não falam francês: «Percebemo-nos em espanhol», disse.

Logo 4. Nacho Fernández
4. Nacho Fernández

Data de Nascimento: 19.01.1990

Posição: Defesa Central

Clube: Real Madrid

 No início da época, Nacho pensou que a sua primeira campanha como capitão do Real Madrid seria a sua última no clube em que está desde os 11 anos. Durante a temporada as suas exibições pareciam estar em declínio, talvez em preparação para uma equipa menos forte, mas quando a pressão estava no auge, nos momentos decisivos, vimos novamente o melhor de Nacho, como na meia-final da Liga dos Campeões, frente ao Bayern – um jogador frequentemente subvalorizado, mas sempre viável. «No meu entendimento do futebol, há dois tipos de defesas, otimistas e pessimistas», disse Carlo Ancelotti. «Ele sempre foi um pessimista porque pensa sempre que algo de mau pode acontecer. É por isso que fica concentrado por 90 minutos.»

Logo 5. Daniel Vivian
5. Daniel Vivian

Data de Nascimento: 05-07-1999

Posição: Central

Clube: Athletic Bilbao

Não há muitos jogadores como Vivian, um central à moda antiga com 1.83m com pulmão para dar e vencer e, acima de tudo, caráter. Aos 20 anos, jogando por empréstimo no Mirandés, da segunda divisão espanhola, foi eleito capitão. Só aqueles com tremenda personalidade são distinguidos dessa forma tão jovens. Rapidamente se tornou num líder no balneário e, de volta ao San Mamés, está a assumir novamente esse papel. «Acho que tenho de o fazer», diz. «Sinto-me confortável. Sempre houve jogadores que gostam de assumir essa responsabilidade e eu gosto disso.» É o patrão de uma defesa que raramente sofre golos. Agora, aos 24 anos, terá a sua oportunidade de mostrar o que vale nos palcos internacionais.

Logo 6. Mikel Merino
6. Mikel Merino

Data de Nascimento: 22.06.1996

Posição: Médio

Clube: Real Sociedad

É o canivete suíço dos médios, o que pode ser utilizado em papéis diferentes. Seja alguém para fazer uma grande assistência, para cortar um passe, chocar com alguém que está no seu caminho ou para cruzar para um avançado, é ele. O futebol é família: o seu pai jogou pelo Osasuna e Celta de Vigo e, embora estivesse proibido de dar uma bola de futebol ao filho, os genes da criança imperaram. «Roubava as bolas a outros miúdos na rua», disse Mikel, sendo que é mais ou menos o que continua a fazer agora. Depois de começar no Osasuna, Merino foi recrutado pelo Borussia Dortmund quando ainda era jovem, juntando-se depois ao Newcastle de Rafa Benítez antes de rumar ao País Basco em 2018. É um grande fã de F1, ao ponto de ter um volante – «um daqueles baratos» – para praticar a sua condução. «Conheço quase todas as pistas só de jogar na consola», diz. «Sigo F1 desde miúdo. É preciso algumas voltas para me lembrar das pistas». Também tem uma máquina de pressoterapia que serve para massajar os membros e remover toxinas, a qual usa depois dos jogos para descontrair. «É difícil adormecer depois dos jogos porque tomamos cafeína antes», diz. «Então, quando chego a casa, como tudo o que conseguir, bebo muita água e vou para a máquina de pressoterapia com as pernas para cima, e uso esse tempo para ver o nosso jogo. Depois tomo um comprimido para dormir.»

Logo 7. Álvaro Morata
7. Álvaro Morata

Data de Nascimento: 23.10.1992

Posição: Ponta de lança

Clube: At. Madrid

A meio da época já tinha marcado 19 golos pelo seu clube e parecia no pique dos seus poderes, mas o seu ímpeto abrandou e chegou ao pior da sua época na segunda mão dos ‘quartos’ da Liga dos Campeões, frente ao Borussia Dortmund, quando, no primeiro minuto, falhou no um-para-um e caiu no relvado. Foi substituído ao intervalo. Alguns dias depois, Morata contraiu uma doença viral rara, chamada neuralgia trigeminal, que causa dor intensa nos músculos do rosto. Nas últimas semanas da época houve dias em que não conseguiu sequer sair de casa para ir treinar por causa da dor. Nem podia jogar golfe, o desporto que diz relaxá-lo e ser um escape à pressão e aos maus momentos. Temeu pelo seu lugar na seleção para o Euro, mas Luis de la Fuente assegurou-o que o seu posto estava seguro, mesmo que não tenha sido sempre titular no Atlético.

Logo 8. Fabián Ruiz
8. Fabián Ruiz

Data de Nascimento: 03.04.1996

Posição: Médio

Clube: PSG

Na sua segunda época em Paris, Fabián fez pouco caso das previsões de que se iria tornar suplente depois da chegada de Luis Enrique, o treinador que o estreou na seleção e esqueceu-se dele depois do Euro 2020. Não é um titular garantido, mas tem jogado frequentemente, especialmente na Liga dos Campeões, na qual foi titular em todos os jogos da fase a eliminar. As suas exibições em Paris ajudaram-no a voltar à seleção de Luis de la Fuente, que acredita nas suas capacidades – uma vez que era um dos jogadores-chave nos sub-21. Ruiz cresceu em Los Palacios, a 30km de Sevilha, e assinou pelo Betis quando tinha 8 anos. Quando os pais disseram que não podiam suportar a despesa de o levar para o treino todos os dias, o clube resolveu o problema dando à sua mãe, Chari, um trabalho nas limpezas. Ela ficou no clube até ao seu filho sair para o Nápoles, em 2018.

Logo 9. Joselu
9. Joselu

Data de Nascimento: 27.03.1990

Posição: Ponta de Lança

Clube: Real Madrid

Em maio de 2022 tinha descido à segunda divisão com o Alavés, e viajou para Paris para ver o Real Madrid na final da Liga dos Campeões, com uma camisola dos blancos vestida, como qualquer outro adepto. Foi apoiar a equipa na qual se tinha formado e pela qual o seu cunhado, Dani Carvajal, jogava – as suas esposas são irmãs gémeas. Um ano depois foi despromovido, novamente, com o Espanhol. Este ano levou o Real Madrid à final da Liga dos Campeões com dois golos na meia-final, depois de sair do banco ao minuto 80. «Os meus sonhos não são tão bonitos como o que aconteceu hoje», disse. Tem tido alguns bons, recentemente: chegou tarde à seleção, estreando-se alguns dias do seu 33.º aniversário e marcando dois golos em tantos minutos frente à Noruega.

Logo 10. Dani Olmo
10. Dani Olmo

Data de Nascimento: 07.05.1998

Posição: Médio / Extremo Esquerdo

Clube: Leipzig

«O futebol é para ser ganho com a bola nos pés», disse Dani Olmo, de quem Luis de la Fuente espera ser um dos jogadores-chave para a Espanha no Euro. A seleção sempre apontou esperanças a Dani Olmo, mesmo quando saiu do Barcelona para o Dínamo Zagreb. aos 17 anos: o treinador espanhol, na altura encarregue dos sub-19, nunca falhou em convocá-lo. A sua versatilidade é muito importante: De la Fuente pode fazer dele um extremo em qualquer dos flancos ou um criativo no centro, como médio ou falso nove. O seu pai, Miquel, que é treinador, é responsável por prepará-lo para poder jogar em todas essas opções. Olmo chega à competição sem rasto das lesões que o prejudicaram na primeira metade da época, a qual terminou em boa forma. O Barcelona e o Liverpool estarão atentos à sua evolução no Euro, definindo os seus alvos para o verão. 

Logo 11. Ferrán Torres
11. Ferrán Torres

Data de Nascimento: 29.02.2000

Posição: Extremo / Ponta de lança

Clube: Barcelona

Torres evitou a pressão de jogar pela seleção sob Luis Enrique, o seu sogro, mas não teve escolha em lidar com a pressão de ter custado 55 milhões de euros ao Barcelona, que o trouxe de volta a Espanha via Manchester City, em 2022. Mateu Alemany, antigo diretor de futebol do Barcelona, chamou-lhe de “meu menino” quando estava a negociar com a contraparte do City, Txiki Begiristain, mas o avançado prefere ser chamado de “o tubarão”. «Na altura não estava pronto para a pressão. Veio de repente. É como entrar numa espiral ou num poço sem fundo», disse. Tornou-se, desde aí, num “Ferran indestrutível”, depois de um encontro com uma estrela da MMA: «Fui aos Estados Unidos de férias e conheci o Ilia Topuria e a sua equipa e vi como eles o fizeram acreditar que ele é o melhor, davam-lhe apoio incondicional e vi a confiança que ele tinha. Fui nessa viagem como um Ferran e cheguei como outro.»

Logo 12. Álex Grimaldo
12. Álex Grimaldo

Data de Nascimento: 20.09.1999

Posição: Lateral Esquerdo

Clube: Bayer Leverkusen

Formado no Barcleona e outrora um dos seus jovens mais promissores, Grimaldo mudou-se para o Benfica aos 20 anos porque Jordi Alba ainda estava no seu melhor e a bloquear o seu acesso à equipa principal. Durante sete anos em Portugal estabeleceu-se como um dos melhores laterais esquerdos da Europa, mas nenhum dos gigantes europeus o contratou. Ao invés, foi Xabi Alonso e o Leverkusen que o recrutaram no verão passado. «É um lateral muito atlético com grande qualidade, taticamente excelente. É perigoso no ataque e tem muita experiência e habilidade», disse Simon Rolfes, diretor geral do Bayer Leverkusen. Apenas em novembro último se estreou pela seleção, frente a Chipre, mas as suas exibições na Alemanha – 12 golos e 19 assistências – tornaram incontornável que seja o titular na lateral esquerda para Luis de la Fuente.

Logo 13. Alex Remiro
13. Alex Remiro

Data de Nascimento: 24.03.1995

Posição: Guarda-redes

Clube: Real Sociedad

Quando Kepa perdeu o seu lugar no Real Madrid, Andriy Lunin não foi o único a ganhar com isso. Remiro foi chamado pela primeira vez à seleção em novembro de 2023, quando Kepa estava lesionado, e conservou o lugar na equipa, jogando pela primeira vez contra a Colômbia, em março. Um rol de boas exibições pela Real Sociedad desde que se juntou ao clube, em 2019, deu-lhe o lugar em La Roja. Remiro toca bateria e piano e participa em atividades ambientais: «Deixa-me tão irritado quando vejo lixo no chão». Lançou um esquema para promover positividade emocional dos pais para com as crianças a jogar futebol, por todo o País Basco. «Precisamos de dar aos jovens mais orientação sobre saúde mental», disse.

Logo 14. Aymeric Laporte
14. Aymeric Laporte

Data de Nascimento: 11.06.1997

Posição: Defesa Central

Clube: Al Nassr

Embora tenha nascido em Agen, tenha passado cinco épocas no Manchester City e agora jogue na Arábia Saudita, Laporte parece natural de Bilbau. Quando o seu filho nasceu, estava a jogar em Inglaterra, e aproveitou uma lesão para viajar com a sua mulher de forma a que o bebé nascesse no País Basco, numa clínica privada com vista para o estádio San Mamés. A sua esposa vive atualmente em Bilbau, porque ambos querem que o seu filho cresça lá, então parece possível que regresse ao Athletic quando o seu contrato expirar. Não parece muito feliz no país em que joga atualmente. «Há muitos jogadores que estão infelizes», disse. «As equipas cuidam de nós, mas não o suficiente para o meu gosto. Na Europa pagam-te bem, mas tomam melhor conta de ti. Vamos ser honestos, muitos de nós viemos para cá não apenas pelo futebol. Em termos de qualidade de vida esperava algo diferente, porque aqui passas três horas por dia dentro do carro por causa do trânsito». Apesar do seu êxodo, De la Fuente continua a contar com ele.

Logo 15. Alejandro Baena
15. Alejandro Baena

Data de Nascimento: 20-07-2001

Posição: Médio

Clube: Villarreal

Álex Baena é frequentemente comparado a Santi Cazorla. Ambos saíram de casa em jovens para se juntar ao Villarreal; ambos se tornaram médios e são mais conhecidos pela sua inteligência do que pela proeza atlética. Tal como Cazorla, ex-Arsenal, Baena pensa antes de receber a bola – e normalmente toma a decisão correta quando a recebe. É um grande competidor, também. Talvez precise de amadurecer um pouco e compreender que necessita de se tornar num modelo para os seus colegas, bem como para os adeptos.

Logo 16. Rodri
16. Rodri

Data de Nascimento: 22.06.1996

Posição: Médio

Clube: Manchester City

Já o melhor médio na Europa, Rodri completou a sua melhor época. Talvez não tenha surgido a cereja no topo do bolo, como quando marcou o golo decisivo e histórico que deu a Liga dos Campeões ao Manchester City, mas as suas estatísticas refletem novamente que continua a crescer e a ser mais do que um médio defensivo, mas algo mais completo – duplicou o registo de golos e assistências da época passada. É o líder indiscutível da seleção e o jogador que emula e sustenta a crença de que a Espanha pode chegar, no mínimo, às meias-finais. «Rodri é o melhor. Na sua posição, é o melhor», disse recentemente Guardiola. «Faz tudo. Tem qualidade para ler o jogo, a mentalidade certa e está sempre pronto. O Rodri é top, top. As outras equipas não têm jogadores como ele. Ele é bom em muita coisa: tem presença, é físico, tudo. É muito completo. Foi um incrível reforço para o City.»

Logo 17. Nico Williams
17. Nico Williams

Data de Nascimento: 12.07.2002

Posição: Extremo/ Ponta de Lança

Clube: Athletic Bilbao

O membro mais jovem da família Williams é uma das joias do futebol espanhol. Apesar da sua idade, já é um membro importante e estabelecido no Athletic, e muitos clubes da Europa estão a tomar nota das suas qualidades. Quando o Athletic ganhou a Taça do Rei, esta época, Williams foi amplamente considerado o homem do jogo e formou uma linha ofensiva verdadeiramente entusiasmante com o seu irmão Iñaki, nove anos mais velho. A mãe deles, Maria, estava grávida de Iñaki quando ela e o pai deles, Felix, saíram do Gana e tiveram de andar descalços pelo Saara em busca de uma vida melhor. Iñaki escolheu representar o Gana e diz que vai ver o Euro «com pipocas, e desfrutar». Com todo o amor fraterno: «Estou muito orgulhoso de ver como ele cresceu, do homem que se está a tornar e de como triunfa», disse Iñaki. Também lutam às vezes, tal como esta época, contra o Alavés, para o regozijo dos seus colegas de equipa. «Fomos assim a vida toda. Se não tenho estas discussões com o meu irmão, vou ter com quem?», disse o mais velho. «Embora tivéssemos ganho, descontrolámo-nos um pouco. A nossa mãe ralhou-nos.»

Logo 18. Martin Zubimendi
18. Martin Zubimendi

Data de Nascimento: 02.02.1999

Posição: Médio

Clube: Real Sociedad

Durante anos, Martín Zubimendi tem sido uma espécie de semáforo no meio-campo da Real Sociedad: quando fica vermelho os seus colegas ficam atrás, quando está amarelo avançam com cuidado e quando está verde é para arrancar. É por isso que o médio de San Sebastian tem sido cotado de tempos a tempos, mais frequentemente pelo Barcelona que, até há pouco tempo, tinha Busquets a proteger a sua defesa, um jogador que Zubimendi diz «ter feito mal» aos jogadores da sua posição. «Faz coisas que o resto de nós não fazemos, e tivemos de aprender», justifica. Zubimendi foi outrora apanha-bolas no Anoeta, o estádio da Sociedad, mas ficava tão hipnotizado pelo jogo que Claudio Bravo tinha de ir buscar as bolas que ele guardava. Agora vê o futebol como xadrez – um jogo que, curiosamente, joga com Unai Simón durante os estágios da seleção. O guarda-redes do Athletic normalmente ganha porque, diz Zubimendi, «treina mais».

Logo 19. Lamine Yamal
19. Lamine Yamal

Data de Nascimento: 13.07.2007

Posição: Extremo Direito

Clube: Barcelona

Tem sido a sensação da época, pelo Barcelona e pela Espanha. O jovem extremo tem cativado os seus colegas e quebrado recordes. «Ele nasceu com um talento especial», disse Sergi Roberto, capitão do Barcelona. «Ele faz a diferença, vai marcar uma era», disse Xavi. Filho de mãe guineense e pai marroquino, Yamal deu o salto do Barcelona à seleção e quebrou outro recorde aos 16 anos e 57 dias, tornando-se no mais jovem jogador de sempre a alinhar por Espanha. «É uma besta de talento», disse Xavi. «Como ele trabalha, luta e ajuda a equipa, estamos a testemunhar algo especial.»

Logo 20. Pedri
20. Pedri

Data de Nascimento: 25.11.2002

Posição: Médio

Clube: Barcelona 

Pedri foi o rosto da campanha da Adidas em Espanha antes do Euro, mas as suas últimas épocas têm sido mais ‘cock-up’ [confusas] do que ‘pin-up’. Desde que explodiu em cena em 20/21, com Xavi a compará-lo a Iniesta, o jogador de 21 anos tem sido assombrado por lesões. Nessa época, entre o Barcelona e a seleção, fez 73 partidas e o seu corpo disse ‘chega’. Nas três épocas seguintes perdeu 75 jogos, a maioria com lesões musculares. Regressou em abril, mesmo a tempo dos ‘quartos’ da Liga dos Campeões frente ao PSG, e depois da eliminação na prova tinha um objetivo em mente: Euro 2024. É o rosto da Adidas e o futuro da equipa de Luis de la Fuente.

Logo 21. Mikel Oyarzabal
21. Mikel Oyarzabal

Data de Nascimento: 21.04.1997

Posição: Extremo Esquerdo

Clube: Real Sociedad

Em março de 2022 sofreu uma rotura dos ligamentos cruzados que o deixou de fora até à última jornada desse ano, deixando alguns adeptos da Real Sociedad a questionar se poderia voltar ao seu anterior momento de forma. Esta época respondeu. Embora o seu clube tenha assinado com vários avançados para cobrir a sua ausência, ou para jogar a seu lado, Oyarzabal tem sido, novamente, o jogador-chave da linha ofensiva. «O médico que me operou disse-me que ia voltar a jogar em oito meses, mas que ia demorar dois anos a recuperar», disse, numa perspetiva que significou que não se ia pressionar a si próprio. Quem também não o pressionou foi o seu treinador, Imanol Alguacil, e pouco a pouco voltou ao seu melhor nível e à seleção. «O Mikel, para nós, significa a conexão que temos com o nosso povo e a nossa terra», disse Roberto Olabe, diretor desportivo da Real Sociedad. «Ele mostrou o outro lado do futebol, o lado mais amargo e dificuldade de ter uma lesão grave. Deu-nos uma lição em motivação, compostura e foco em querer voltar a jogar. Estamos orgulhosos do Mikel nos representar no mundo.»

Logo 22. Jesús Navas
22. Jesús Navas

Data de Nascimento: 21.11.1985

Posição: Lateral Direito

Clube: Sevilha

É o único sobrevivente do plantel campeão do mundo em 2010, e continua a jogar em alto nível aos 38 anos. Após três épocas consecutivas em 4.º lugar, no Sevilla, os resultados foram menos bons nas últimas duas épocas, mas Navas ainda se destaca, agora como capitão, com os seus cruzamentos pela direita a serem fundamentais para o plano tático. «Navas é o meu olho direito e um futebolista exemplar», disse o selecionador Luis de la Fuente, em novembro. Navas tornou-se num símbolo do Sevilha e do futebol espanhol, mas este será o seu último grande torneio internacional.

Logo 23. Unai Simón
23. Unai Simón

Data de Nascimento: 11.06.1997

Posição: Guarda-redes

Clube: Athletic Bilbao

Desde que Luis Enrique lhe confiou a baliza, em novembro de 2020, só lesões têm impedido Simón de estar na seleção, e foi a primeira escolha nos últimos dois grandes torneios. Apesar de ser considerado um dos melhores guarda-redes do mundo, e pela primeira vez esta época ter sido o guardião com mais jogos sem sofrer golos, nunca contemplou deixar o Athletic. «Sinto-me envergonhado por ter de responder a essa pergunta tantas vezes», disse. «Vou ficar aqui até me expulsarem da equipa». É uma das figuras-chave do balneário do clube e, apesar de não ter jogado na campanha que lhes deu a Taça do Rei, foi o primeiro a ajudar o seu pupilo, Julen Agirrezabala, antes do desempate por penáltis na final. Um dos jogadores mais alegres da equipa celebrou o primeiro grande título dos bascos em 40 anos.

Logo 24. Marc Cucurella
24. Marc Cucurella

Data de Nascimento: 22-07-1998

Posição: Lateral-esquerdo

Clube: Chelsea

O Marc Cucurella do Eibar, Getafe e Brighton não é o mesmo jogador que vemos no Chelsea. O mais energético lateral-esquerdo que a Espanha produziu nos últimos anos tornou-se mais desequilibrado. A mesma energia irrepreensível que lhe valeu um contrato lucrativo no Chelsea parece, agora, torná-lo frenético. Um treinador no Chelsea disse: «Os 55 milhões de libras que pagaram por ele fizeram-no mal.» A pressão da quantia paga por Todd Boehly e companhia parece que faz Cucurella querer justificar esse valor em tudo o que faz e, quanto mais tenta, mais erros parece cometer. Precisa de permanecer calmo e dar o seu melhor como Azpilicueta. Pode a convocatória para o EURO ajudá-lo a reiniciar-se mentalmente?

Logo 25. Fermin Lopez
25. Fermin Lopez

Data de Nascimento: 21.05.2001

Posição: Médio

Clube: Barcelona

Em La Masia, a famosa academia do Barcelona, poucos tinham fé em Fermín. Achavam que não tinha o físico certo ou capacidade suficiente. Na época passada esteve por empréstimo no Linares, na terceira divisão, e foi espetacular, marcando 12 golos em 37 partidas no campeonato. Quando voltou era esperado que jogasse pela equipa B do Barcelona, também na terceira divisão, mas Xavi ficou atento a ele numa turné de pré-temporada nos Estados Unidos, e o seu futuro mudou. Acabou por só jogar por uma vez pelas reservas, e tem estado ora no banco, ora no onze titular em todos menos um dos jogos do Barcelona no campeonato ou na taça. «Estou deliciado com ele», disse Xavi, em outubro. «Vai estar nesta equipa durante anos e não o digo só porque sim. A sua mentalidade é espetacular. Está sempre a ouvir, sempre a pensar. Quando lhe dizes algo ele aplica.»

Logo 26. Ayoze Perez
26. Ayoze Perez

Data de Nascimento: 29-07-1993 

Posição: Médio/Extremo

Clube: Real Betis

Provando que nunca é tarde demais, Pérez foi convocado pela seleção pela primeira vez aos 30 anos. Depois de uma década em Inglaterra, com Newcastle e Leicester, o avançado do Betis teve um excelente regresso a Espanha. Marcou golos, mas acima de tudo ajudou com o seu futebol de interligação e a desequilibrar adversários, guiando a sua equipa à Liga Conferência da próxima época. Futebolista muito versátil, pode jogar em qualquer flanco, como avançado-centro ou como médio. «É o seu momento e vai aproveitar», disse Luis de la Fuente sobre a sua chamada. Para um jogador cujos 54 golos em Inglaterra não foram suficientes para convencer os selecionadores anteriores, é uma recompensa por não deixar de acreditar. «Tinha um pressentimento que podia ir ao EURO», disse Ayoze.

 

Textos de David Álvarez e Juan I. Irigoyen, que escrevem para o 'El País'. Publicados em A BOLA no âmbito da Guardian Experts' Network, rede de troca de conteúdos para o Euro 2024 liderada pelo jornal inglês 'The Guardian', e que tem A BOLA como representante português.