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1. Jindrich Stanek

Data de Nascimento: 27-04-1996

Posição: Guarda-redes

Clube: Slavia Praga

«Espero que o futuro mostre que fiz a escolha certa», dizia no seu rap, como Ejay, em 2013. Vamos ver. Alguns meses depois de lançar a faixa trocou o Sparta, o seu clube de menino, pelo Everton. Agora, com 28 anos, jogou pelos três maiores clubes do seu país e quase por si só deu ao Viktoria Plzen um dos mais improváveis campeonatos checos em 2022. Ano e meio depois foi anunciado como uma contratação de impacto pelo novo dono do Slavia, os rivais do Sparta. Grande defensor das balizas e um caráter forte que transmite confiança aos defesas, era suposto dar o ‘fator X’ ao seu novo clube na luta pelo título. A transferência de janeiro causou alguma estranheza porque estava habituado a jogar com linhas defensivas mais recuadas e a lançar bolas longas. O Slavia não joga assim e ainda assim melhorou imenso o seu passe curto, sendo que o lugar de número 1 na baliza checa, que parecia incerto há algumas semanas, será seguramente de Stanek. As suas corajosas escolhas na carreira parecem menos inexplicáveis agora.

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2. David Zima

Data de Nascimento: 08-11-2000

Posição: Central

Clube: Slavia Praga

Tornou-se no checo mais caro a ser adquirido por um clube do seu país quando regressou ao Slavia, pelo Torino, no mercado de inverno. Obcecado por justificar o valor de 4 milhões de euros, e após um início lento, trabalhou por se afirmar. «Não sei porquê, mas quando ele joga não sofremos golos», disse Jindrich Trpisovsky, treinador do Slavia. Era suposto as contribuições de Zima serem um dos aspetos fundamentais na luta pelo título. E foram, apenas não da forma que o Slavia esperaria. Um escorregão como o de Gerrard acabou por dar em golo num empate frente ao Olomouc. As habilidades de Zima não deviam ser menosprezadas por esse momento, ainda assim. Aos 23 anos ainda é uma enorme perspetiva: atlético com elevado estatuto, bom na bola parada e capaz de construir a partir da defesa. Trabalhou muito na sua comunicação, também. É provável que seja titular no centro da defesa ao lado do seu colega no Slavia, Tomas Holes.

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3. Tomas Holes

Data de Nascimento: 31-03-1993

Posição: Central

Clube: Slavia Praga

Num país em que as horas calmas a partir das 22h00 são sagradas, o barulho a vir de um apartamento de cimento em Hradec Kralove parecia uma tentativa de enfuriar vizinhos sensíveis ao barulho, especialmente durante as maiores restrições do COVID em que toda a gente foi ordenada a ficar em casa. «As minhas sinceras desculpas pela nossa gritaria às 23h00. Em nossa defesa, o meu irmão marcou nos quartos de final da Liga Europa frente ao Arsenal ao minuto 90. Sinceramente, a família Holes», escreveu Jiri, irmão mais velho de Tomas. Se eram necessárias mais provas sobre o tipo de família respeitosa e atenciosa em que Holes foi educado, o seu caráter e estilo de jogo são a prova disso. É vice capitão no Slavia e o líder da defesa com a sua excelente leitura de jogo. Um pouco mais lento do que costumava ser, mas o futebol internacional talvez lhe assente melhor pelo ritmo mais lento. É esperado que seja o primeiro central na ficha de jogo.

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4. Robin Hranac

Data de Nascimento: 29-01-2000

Posição: Central

Clube: Viktoria Plzen

Uma tremenda afirmação na última época, tem sido um dos pilares do Plzen que se rejuvenesceu sob orientação do treinador Miroslav Koubek, que trabalhou com escassos recursos. Hranac cresceu em Plzen, mas floresceu na época transata com Radoslav Kovac, por empréstimo no Pardubice. Foi provavelmente o melhor central no campeonato checo esta época – e isso não é dizer pouco dada a qualidade que existe na posição. Tem de forma discreta substituído o capitão de longa data do clube, Lukas Hejda, e até este último admitiu que Hranac estava uns furos acima de muitos outros. O Plzen obteve oito jogos sem sofrer golos na Liga Conferência com ele na defesa, chegando improvavelmente aos quartos de final, sucumbindo apenas no prolongamento com a Fiorentina. Mas a sua exibição mais impressionante veio numa vitória frente ao Slavia, que ficou sem respostas à sua grande velocidade, poderio e distribuição.

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5. Vladimir Coufal

Data de Nascimento: 22-08-1992

Posição: Lateral-direito

Clube: West Ham

Foi um momento que poucos jogadores conseguem produzir. E Coufal é um deles. Quando Pep Guardiola o abraçou e disse que o lateral-direito do West Ham lhe fazia lembrar Kyle Walker, Coufal ficou visivelmente emocionado. Seria difícil encontrar alguém que esperasse que o homem de Ludgerovice chegasse à Premier League. No entanto ele ainda está lá, um verdadeiro lateral-direito da velha guarda à primeira vista, capaz de muito mais à segunda [vista]. Por isso, e pela sua franqueza, inteligência de jogo e atitude realista, é um herói de culto para muitos. Foi então que quebrou o protocolo da equipa ao festejar até noite dentro com dois colegas de equipa e um dirigente da federação checa numa discoteca de Olomouc chamada Belmondo, dois dias antes de um jogo importante contra a Moldávia. O jogador foi dispensado da seleção, mas isso ficou no passado e não há muitos especialistas ou adeptos que discordem dessa decisão.

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6. Martin Vitik

Data de Nascimento: 21-01-2003

Posição: Central

Clube: Sparta Praga

O tímido diamante do Sparta numa equipa recheada de estrelas barulhentas. É designado por Jaroslav Hrebik, diretor da academia do clube há muitos anos, como o maior talento produzido pelo Sparta nos últimos anos. Tomas Sivok, diretor desportivo do clube, disse ao Denik Sport: «O Vitik é o nosso próximo capitão. No passado não geria bem as emoções. Subiu, foi empurrado na linha lateral e pontapeou a bola. Mas fez imensos progressos. Um dia, se se mantiver saudável vai estar num clube de topo.» É conveniente lembrar que não é fácil impressionar estas pessoas. «Às vezes temos de lhe dizer para não levar as coisas tão a peito», disse o seu pai, Martin Vitik Sr. Está a tornar-se mais duro, física e mentalmente, para ir de acordo às suas qualidades como futebolista. Bom no ar, rápido, bom a passar a bola e, mais importante que tudo, sai bem a jogar.

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7. Antonin Barak

Data de Nascimento: 03-12-1994

Posição: Médio

Clube: Fiorentina

Ninguém usa tão bem a estética das meias para baixo como Antonin Barak. Chegou quase ao ponto de ser uma caricatura cartoony de um craque quando usava o seu rabo-de-cavalo como Emmanuel Petit, há um ano, no Hellas Verona. O seu estilo de jogo vai de mão dada com o seu visual. Entroncado, apesar da sua altura, os defesas simplesmente não lhe consegue tirar a bola. Brilhou mais alto com um 3-4-2-1 sob orientação de Igor Tudor com um papel muito fluído entre médio-centro e número 10. Melhora imediatamente todas as equipas pelas quais joga com a sua visão. O seu temperamento, obviamente, também está de mão dada com toda a estética. Crítico vocal da corrupção e falta de reforma na federação checa, não é alguém que tolere fasquias baixas. Consegue ser desagradável para com os seus treinadores, o que levou a que no passado tenha sido afastado por um anterior selecionador, Jaroslav Sihavy. Muito desse caráter remonta aos seus anos formativos. Filho de um dos mais conceituados treinadores jovens da Chéquia, teve um grave problema de saúde, após o qual não era suposto voltar a jogar futebol profissionalmente. «Não deixes que isso te afete», dizia o seu pai. Julgando pelo que faz em campo, não foi o caso.

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9. Adam Hlozek

Data de Nascimento: 25-07-2002

Posição: Extremo/Ponta-de-lança

Clube: Bayer Leverkusen

O menino de ouro do futebol checo atingiu uma fase estagnante na carreira, na qual parece não conseguir dar o passo em frente rumo à grandeza. Um título alemão pelo Leverkusen parece bem, mas não fez 90 minutos uma única vez. Francamente, nunca pareceu tão vívido, ágil e determinado como quando irrompeu em cena com 16 anos, recheado de investidas rápidas e ágeis, as quais finalizava com poderosos remates. Muito forte no ar, também é capaz de ligar jogo junto à área contrária, e tornou-se gradualmente um pouco mais abatido em campo, incerto da sua melhor posição e por vezes perdido sem bola. Incrível pensar, há um ano, que a sua chamada ao EURO estaria em risco. Mas lá chegou – e o facto de não haver outros extremos com a mesma qualidade, especialmente na esquerda, foi provavelmente um fator decisivo. Pode jogar em qualquer posição no ataque e o EURO pode ser a oportunidade pela qual finalmente aguardava.

Logo 10. Patrik Schick
10. Patrik Schick

Data de Nascimento: 24-01-1996

Posição: Ponta-de-lança

Clube: Bayer Leverkusen

Como se todas as gerações do EURO precisem de um herói de culto checo que picasse a bola por cima do guarda-redes. Os boomers tiveram Antonin Panenka, a geração X viu Vítor Baía à procura da bola pelo ar, em pânico, após um improvável chapéu de Karel Poborsky nos quartos de final do EURO ’96. E, depois, Patrik Schick inventou, possivelmente, uma das formas tecnicamente mais dotadas de bater a bola do meio-campo e não só mandar a bola para dentro da baliza, mas levar o guarda-redes David Marshall com ela também. Com esse momento e mais quatro golos, partilhou a Bota de Ouro de 2020 com Cristiano Ronaldo. É uma pena que as lesões lhe tenham condicionado a evolução, embora, não seja, confessamente, o primeiro a exercer pressão. Mas Schick é aquele excelente avançado que está destinado a ser eficaz nos torneios internacionais. Sempre capaz de ler a situação em tempo real, costumava ter propensão para os grandes golos nos seus anos formativos. Agora adicionou ao seu jogo alguma luta à volta da área, também.

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11. Jan Kuchta

Data de Nascimento: 08-01-1996

Posição: Ponta-de-lança

Clube: Sparta Praga

«Queria fazer uma celebração da qual não sou digno», disse depois de encenar a famosa pose de meditação de Haaland, tendo marcando contra o Banik Ostrava. Jan Kuchta só há um. Capaz de se meter em apuros em qualquer altura, mas as pessoas parecem sempre perdoá-lo porque sabem que vai dar o litro pela sua equipa. Um goleador viável, jogou mais recuado esta época para fazer uma espécie de papel como o de Harry Kane, a apoiar os extremos. Está sempre a movimentar-se – e não apenas no relvado. Kuchta é o único jogador da história que assinou pelo Sparta e Slavia… duas vezes. Nunca se esconde de dizer o que realmente pensa e sente – e por vezes queima muitas pontes assim. Como aquela vez em que toda a gente achava que ia voltar ao Slavia, mas acabou no Sparta. «Quem é o Jan Kuchta?», perguntou o dono do Slavia, Jaroslav Tvrdik, maldosamente. «O tempo irá dizer se ele fez a decisão acertada», complementou o treinador. «Acho que o tempo disse bastante», respondeu Kuchta após levantar o troféu de campeão, em maio. Também gere uma quinta ecológica numa área protegida, chamada Cesky Raj (paraíso checo).

Logo 12. David Doudera
12. David Doudera

Data de Nascimento: 31-05-1998

Posição: Lateral-direito

Clube: Slavia Praga

Como um rato, nunca sabes exatamente para onde vai Doudera. Sempre em movimento, nunca parece cansar-se. Até em entrevistas a sua excentricidade pode vir ao de cima a meio de uma fase. «Sempre que jogo numa posição em que não estou familiarizado, dou por mim numa área de finalização. E falho sempre», disse após um golo crucial. Por vezes frustra os próprios adeptos por sentirem que os seus festejos são um pouco demais, especialmente depois do seu habitual teatro depois de sofrer faltas. É um jogador polarizador, mas capaz de ser surpreendentemente disciplinado na defesa e eficiente no ataque. A sua principal qualidade? Versatilidade. Capaz de jogar em qualquer posição na direita, é provável que seja titular em pelo menos um jogo dada a escassez de extremos de qualidade no plantel, especialmente se Ivan Hasek decidir por uma abordagem mais defensiva e jogar no contra-ataque. Destaca-se quando tem espaço, mas é menos eficaz contra blocos mais baixos.

Logo 13. Mojmir Chytil
13. Mojmir Chytil

Data de Nascimento: 29-04-1999

Posição: Ponta-de-lança

Clube: Slavia Praga

Quando o conheces em pessoa ficas surpreendido por não ser tão alto como parece em campo. As suas pernas magras e meias baixas enganam e o avançado nascido em Skalka dá a impressão de ser muito maior do que aquilo que realmente é. É aí que percebes o quão impressionante é o trabalho de Chytil de costas para a baliza. Por vezes devaneia pelo campo e parece um cavalo de carga cansado. Depois pega na bola e passa por um, por dois, até três defesas à volta dele e ainda é capaz de controlar a bola com qualidade. «Costumava jogar futsal com jogadores que pesavam mais de 100kg e isso tornou-se mais duro», disse ao deník Sport. Muito bom de frente para a baliza também, marca golos atabalhoados, mas importantes. Os jogos grandes não têm, contudo, sido os seus melhores. Foi expulso (embora de forma ríspida) no importante jogo de qualificação frente à Albânia e não foi bom o suficiente nos jogos grandes do Slavia na luta pelo título.

Logo 14. Lukas Provod
14. Lukas Provod

Data de Nascimento: 23-10-1996

Posição: Médio

Clube: Slavia Praga

É incrível pensar que já se passaram três anos desde a lesão que mudou a carreira de Provod, antes do EURO em 2021. Esse torneio devia ter sido uma oportunidade para mostrar o seu arsenal de virtudes. Parecia ser um caso sério, a arma secreta do plantel. O seu golo e exibição frente à Bélgica, na qualificação, marcou uma das melhores exibições checas desde o EURO 2004 – e ele esteve no epicentro. Um verdadeiro médio área-a-área com um grande motor, remate poderoso e versatilidade, até estava a começar a ser comparado a Pavel Nedved. Infelizmente, Provod perdeu a maior parte da época e passou outra a recuperar a forma física. Tem redescoberto gradualmente a sua chama e mudança de velocidade, terminou o seu curso de economia e tem sido um líder numa jovem equipa do Slavia. E, se mantiver a consistência, dará finalmente algo diferente aos checos no EURO, apenas três anos depois do esperado.

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15. David Jurásek

Data de Nascimento: 07-08-2000

Posição: Lateral-esquerdo

Clube: Hoffenheim (por empréstimo do Benfica)

O antigo selecionador checo Karel Jarolin, que transformou Jurásek num aguerrido lateral-esquerdo no Mladá Boleslav, teve de inventar um neologismo futebolístico para o descrever. «É um moravian lupinek [tipo de batatas fritas]», disse à iSport TV. Se for uma ode ao antigo clássico de culto de Straznice, especialmente o com seu aromático sabor a alho, então é provavelmente uma boa metáfora. Cativantemente picante com os seus comentários, consegue servir golos de bandeja com os seus cruzamentos de primeira batidos com a velocidade certa. O Slavia aproveitou tão bem as suas capacidades que assegurou uma transferência para o Benfica por 14 milhões de euros no verão passado. Apenas seis meses e seis jogos depois, as águias emprestaram-no ao Hoffenheim, num empréstimo com compra obrigatória. Destaca-se em jogos de ritmo elevado num sistema fixo à sua volta, embora não tenha conseguido ainda desbloquear jogos pela seleção. Tem um potencial enorme, mas parece faltar-lhe confiança neste momento.

Logo 16. Matej Kovar
16. Matej Kovar

Data de Nascimento: 17-05-2000

Posição: Guarda-redes

Clube: Bayer Leverkusen

«É um guarda-redes completo», disse Xabi Alonso sobre Kovar, em fevereiro, após uma rara presença na Bundesliga frente ao Borussia Mönchengladbach. Grande elogio de uma grande personalidade, há que dizer. Kovar é propenso a quebrar longos jejuns de títulos. As suas exibições em outras competições permitiram a Alonso poupar Lukas Hradecky e isso ajudou a que o Leverkusen vencesse o campeonato. Futuro titular no clube e na seleção? Parece um cenário de sonho para o guarda-redes que gerou dúvidas a muitos depois da sua inconstante passagem pelo Burton Albion, da League One, por cedência do Manchester United. Reergueu-se e ajudou o Sparta Praga a ganhar o seu primeiro título em nove anos, na época passada. Uma personalidade descontraída e bastante acarinhado por antigos e atuais colegas – e raramente desilude.

Logo 17. Vaclav Cerny
17. Vaclav Cerny

Data de Nascimento: 17-10-1997

Posição: Extremo-esquerdo

Clube: Wolfsburgo

«Gosto de recordar os momentos em que tudo parecia estar contra mim. Quando olho para essas fotografias, isso dá-me força», disse em entrevista à deník Sport antes de recomeço da Bundesliga, em fevereiro. Mesmo quando não tem muito tempo de jogo pelo Wolfsburgo e em risco de não ser convocado, nada disso se compara ao que já passou. A sua atual contribuição – quatro golos e uma assistência nesta altura – parece escassa em comparação com a época na qual apontou 15 golos e 13 assistências pelo Twente. «Mas, ainda assim, sinto que sou um melhor jogador do que era na época passada», apontou. Para Cerny, é apenas parte da sua jornada, na qual se sente sortudo por ainda jogar após duas roturas dos ligamentos cruzados. «Cheguei a um nível ainda melhor do que estava antes dessas lesões. Tento desfrutar, tendo essa noção.»

Logo 18. Ladislav Krejci
18. Ladislav Krejci

Data de Nascimento: 20-04-1999

Posição: Central

Clube: Sparta Praga

Capitão, herói de culto e já uma lenda do Sparta com apenas 25 anos, é esperado que assegure uma grande transferência para o estrangeiro. Será mesmo? Uma figura polarizadora para os adeptos e comentadores pela Chéquia. Ninguém pode duvidar do seu carisma e capacidades de liderança. É também um dos jogadores mais ‘cool’, cuja personalidade é uma das razões pelas quais os adeptos mais jovem sentem uma real conexão ao futebol checo após anos de desdém. Presença regular em concertos de rap (e outros jogadores também, na verdade), tem sido um (tímido) convidado de um dos mais engraçados podcasts da Chéquia. Dentro de campo, autor de golos decisivos – maioritariamente cabeceamentos e penáltis. É capaz de jogar no meio-campo também, mas o seu corpo por vezes limita-o. Não tem conseguido manter-se fisicamente bem por uma época inteira há vários anos e frequentemente parece cansado durante os jogos, especialmente no um-contra-um contra extremos mais difíceis de marcar. Não há dúvidas que pode ser uma grande mais-valia pelo seu arsenal particular, em falta em muitas equipas. É apenas preciso utilizá-lo no contexto correto.

Logo 19. Tomas Chory
19. Tomas Chory

Data de Nascimento: 26-01-1995

Posição: Ponta-de-lança

Clube: Viktoria Plzen

Chory tem uma qualidade especial com a qual muitos treinadores sonham. Quando o avançado titular está ausente, Chory está sempre pronto para dar o passo em frente e corresponder nos grandes jogos. O seu maior momento, e bastante simbólico na sua carreira, veio depois do escândalo da discoteca em Belmondo, quando, quase por si só, catapultou a equipa para uma vitória frente à Moldávia e, por consequência, para o EURO 2024. Chory melhorou imenso na generalidade do seu jogo e é surpreendentemente móvel. Será uma carga de trabalhos para os centrais adversários quando entrar no decorrer dos jogos. E também é por isso que está destinado a ser desprezado por uma grande parte dos adeptos dos rivais e odiado por muito dos seus adversários. Têm razão no sentido em que Choru usa a sua intimidadora estatura de formas inesperadas. As suas estranhas cabeçadas a Asger Sorensen frente ao Sparta na época passada fizeram furor e alguns dos seus atos parecem imprudentes. Contudo, os defensores de Chory indicam que não se recordam de o jogador lesionar ninguém de forma grave. E, de forma ainda mais surpreendente, nunca foi expulso na carreira.

Logo 20. Ondrej Lingr
20. Ondrej Lingr

Data de Nascimento: 07-10-1998

Posição: Médio/Avançado

Clube: Feyenoord (por empréstimo do Slavia Praga)

O joker, o suplente de luxo. O seu zumbido na pequena área e onda de energia são infeciosos para qualquer equipa. Quando o diretor-geral do Sparta, Frantisek Cupr, foi questionado sobre que jogador do Slavia, atual ou não, escolhia para jogar no seu clube, escolheu Lingr, agora no Feyenoord. «Sempre gostei dele e da sua capacidade para marcar um golo e mudar o jogo», apontou. Os números no Feyenoord mostram que é algo que Arne Slot também sentiu. Mas não por muito mais tempo? Lingr não foi titular em um único jogo pelo clube neerlandês desde que assinou, por empréstimo, em agosto. E, tão ou mais importante, também não foi capaz de corresponder a partir do banco da forma que gostaria. Três golos e uma assistência – à altura em que este artigo foi escrito – não é assim tão mau tendo em conta o número de minutos a que teve acesso. Mas também não é bom o suficiente para justificar um lugar no onze inicial.

Logo 21. Lukas Cerv
21. Lukas Cerv

Data de Nascimento: 10-04-2001

Posição: Médio

Clube: Viktoria Plzen

O seu apelido pode ser Cerv (minhoca), mas admitiu que nunca pescou com o seu pai. Estavam provavelmente mais focados no futebol e na dança. A sua família mais afastada inclui o primo David Doudera, que também foi chamado para o EURO, bem como dançarinos profissionais. Usa os movimentos rápidos para se lançar em duelos agressivos e com o seu cabelo espetado, com gel – a fazer lembrar vários membros de bandas metal – faz na perfeição o papel de vilão punk. É conhecido por distrair e meter-se com os adversários e tem-se tornado num dos adversários que os oponentes menos gostam de enfrentar na Chéquia, um distintivo que usa com orgulho. A convocatória surpresa no meio-campo checo, não tendo jogado pela seleção antes.

Logo 22. Tomás Soucek
22. Tomás Soucek

Data de Nascimento: 27-02-1995

Posição: Médio

Clube: West Ham

O motor e o jogador favorito de todos os treinadores com os quais trabalhou. Soucek é um unicórnio peculiar como um médio que não é o mais rápido, o mais técnico ou criativo com os pés, mas que, de alguma forma, parece sempre estar à altura. Talvez seja por isso que foi cobiçado por Brighton e Atalanta, duas das equipas mais tecnicamente e taticamente astutas da Europa. Soucek também encara o seu papel como capitão da seleção de forma extremamente diligente. Diz sempre a coisa certa e faz tudo o que pode para mandar um ambiente positivo no plantel. Tal como as omnipresentes lojas vecerka em Praga, está quase sempre disponível. Isso por si só pode ser estranhamente visto como um ponto negativo para os treinadores que podiam deixar Soucek descansar durante um amigável redundante ou arranjar outras soluções para o meio-campo. Mas, estando sempre apto, quem é que os pode culpar por colocá-lo a jogar?

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23. Vitezslav Jaros

Data de Nascimento: 23-07-2001

Posição: Guarda-redes

Clube: Sturm Graz (por empréstimo do Liverpool)

Uma convocatória improvável em março para outro talentoso guardião checo que se mudou para o estrangeiro. Destacou-se na boa campanha europeia do Sturm Graz e numa improvável luta pelo título com o RB Salzburgo. Ganharam, também, a taça austríaca. Passa frequentemente tempo em chamada com Petr Cech, que o aconselha e orienta. Terá um difícil trabalho em mãos para destronar o brilhante Allison como número 1 do Liverpool, mas o clube de Anfield tem um entusiasmante projeto em mãos. E eles sabem disso. Antes de ser emprestado, renovou o contrato com o clube. «É claro que o Liverpool tem planos para mim e que me querem aqui», disse Jaros ao iDnes.

Logo 24. Tomas Vlcek
24. Tomas Vlcek

Data de Nascimento: 28-02-2001

Posição: Central/Lateral-esquerdo

Clube: Slavia Praga

Aos 23 anos, parece, joga e fala como alguém muito mais velho. Talvez tenha sido assim que Vlcek, indicado por muitos como futuro capitão do Slavia, tenha enganado o seu treinador, Jindrich Trpisovsky, notório por não ser o mais rápido a dar oportunidades aos jogadores formados no clube, a pensar que podia fazer parte do seu onze inicial. Em boa verdade, o defesa tinha brilhando num empréstimo ao Pardubice junto do seu parceiro de posição, Robin Hranac. Ambos têm sido excelentes após o regresso aos respetivos clubes e mereceram a estreia pela seleção, em março. E há pouco menos de um ano de salvar o Pardubice da descida de divisão. «É uma história incrível, achávamos que podíamos escrever um livro sobre isso», disse após o jogo. A sua técnica, velocidade e inteligência são claras. Mudando constantemente de uma linha de quatro para um sistema de três centrais, de lateral-direito para central, aparecendo também à frente da área adversária. A questão é se terá licença ou confiança para usar tudo isso – seja na luta pelo título ou pela seleção.

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25. Pavel Sulc

Data de Nascimento: 29-12-2000

Posição: Médio

Clube: Viktoria Plzen

Há dois anos, quando falhou alguns golos cantados num jogo frente ao Sparta, numa época ainda assim de sucesso, parecia que a sua carreira no Viktoria Plzen tinha terminado. «Não foi fácil, depois do jogo. Centenas de pessoas mandaram-me mensagens feias», admitiu numa entrevista ao deník Sport, e apontou o dedo ao abuso online, algo muito comum no futebol checo. O clube tem sido paciente com ele, ainda assim, e finalmente assentou durante uma temporada de empréstimo ao Jablonec sob orientação de David Horejs que, anteriormente, lhe tinha dado um papel importante no Ceske Budejovice. Agora, Sulc voltou mais forte que nunca ao Plzen. Longe estão os dias em que, por cada bom movimento e investida, parecia depois correr para um beco e era geralmente ineficaz no último terço. Ganhou massa muscular esta época e formou uma parceria letal com Thomas Chory numa variação moderna da combinação ‘grande-pequeno’.

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26. Matej Jurasek

Data de Nascimento: 30-08-2003

Posição: Extremo-direito

Clube: Slavia Praga

O elemento mais jovem do plantel e definitivamente um dos mais entusiasmantes de ver jogar. O seu arsenal é extraordinário – «necesky» (não-checo), como os checos gostam de dizer. É verdade, diga-se, que muitos jogadores com o leque técnico de Jurasek não são capazes de se afirmar em ambientes fisicamente mais exigentes. E, quando conseguem, os treinadores querem que ajudem mais a defender. O jovem do Slavia ainda tem de trabalhar muito sem bola e é provavelmente por isso que não jogou mais, embora seja um dos raros exemplos de um jogador da academia do clube que é regularmente utilizado. Compensa pelo seu trabalho no ataque. As suas combinações em espaços apertados, a habilidade de cortar para dentro com o pé esquerdo (à Robben) e marcar um grande golo, ou a sua audácia em produzir momentos mágicos em grandes momentos – verdadeiramente único para um jogador checo.

 

Textos de Martin Vait, que escreve para o 'Denik Sport'. Publicados em A BOLA no âmbito da Guardian Experts' Network, rede de troca de conteúdos para o Euro 2024 liderada pelo jornal inglês 'The Guardian', e que tem A BOLA como representante português.

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Petr Sevcik

Posição: Médio

Clube Slavia Praga

Data de nascimento: 04-06-1994

O natural. “Prirodnak”, como dizem na Chéquia. Pode estar tão feliz a jogar 5vs5 com os seus amigos na sua cidade natal de Jesenik como a atuar na Liga dos

Campeões. Um dos jogadores que mais prazer dá ver jogar no campeonato checo. Se não tivesse tido tantas lesões, “deveria estar a jogar na Bundesliga”, disse repetidamente o técnico do Slavia Praga, Jindrich Trpisovsky. Os seus constantes movimentos e habilidade de se sair com certeiros passes verticais não ficam atrás de ninguém no campeonato da Chéquia. “É quase insubstituível para nós”, acrescentou Trpisovsky há uns meses. Tem Sevcik estado no seu melhor, fisicamente, esta época, desde há alguns anos? “Nem me digam isso”, o jogador respondeu à questão com um sorriso irónico. “Sempre que alguém me recorda disso, lesiono-me na semana a seguir.” Não aconteceu, felizmente, sendo uma inclusão tardia na seleção checa para o EURO.