SUB-21 A crónica do Portugal-Andorra
Entrada com o pé direito… mas a meio gás
Portugal entrou com o pé direito na qualificação para o Euro 2025, mas a exibição frente à frágil seleção de Andorra esteve longe de ser convincente. Rui Jorge promoveu sete estreias nos sub-21, quatro no onze inicial, e isso refletiu-se na produção da equipa. Ainda assim, mesmo em fase de renovação, a seleção nacional fez o que lhe competia: venceu o primeiro jogo e saltou para o segundo lugar do grupo G, com três pontos, logo atrás das Ilhas Faroé, que tem mais um jogo e que soma quatro pontos.
Depois de um Campeonato da Europa que deixou muito a desejar, Rui Jorge apostou num 4-4-2, com Fábio Silva e Henrique Araújo na frente de ataque, para defrontar Andorra, que subia ao relvado do Estádio Capital do Móvel, em Paços de Ferreira, com três pontos, fruto de três empates em outros tantos jogos.
Os portugueses dominaram a partida desde o início, contudo a circulação de bola era feita de forma lenta e previsível. O primeiro golo, apontado pouco depois da meia hora por Henrique Araújo, teve o condão de acalmar a ansiedade portuguesa e as ocasiões de golo aumentaram, valeu a boa exibição do guardião andorrenho, Marc Prat.
Contudo, só na segunda metade apareceram mais golos. Fábio Silva fez o segundo e Tiago Tomás, de regresso à seleção, só precisou de dois minutos em campo para selar o marcador.
Sete estreantes
Foram sete as estreias promovidas por Rui Jorge na equipa. O selecionador nacional está a promover uma mudança de ciclo e a convocatória, com 12 caras novas, já antevia vários jogadores se pudessem estrear.
No onze inicial, foram quatro os jogadores que pisaram o relvado pela primeira vez ao serviço da seleção nacional de sub-21. Tiago Santos, jogador do Lille, assumiu o lado direito da defesa; no lado esquerdo, Leonardo Buta, que tem sido habitual titular no Gil Vicente, também se estreou; e no centro, ao lado de Tomás Araújo, alinhou Renato Veiga, atleta do Basileia.
Já no miolo do terreno, Mateus Fernandes, emprestado pelo Sporting ao Estoril, foi outra novidade.
No segundo tempo, estrearam-se mais três. Dário Essugo, jogador do Sporting, rendeu João Neves e fez a estreia na seleção. Carlos Borges viajou dos Países Baixos, onde joga no Ajax, para se estrear. O benfiquista Pedro Santos também foi outra das novidades.
Destaque, ainda, para o regresso à seleção de Tiago Tomás. O jogador do Wolfsburg entrou aos 69 minutos e, dois minutos depois, marcou.
Jogo corrido
Portugal demorou apenas três minutos para fazer o primeiro remate à baliza andorrenha. Após cruzamento da esquerda de Buta, Henrique Araújo disparou de primeira, de pé esquerdo, por cima da baliza. Pouco depois, Samuel Soares lançou Henrique Araújo que, já na área, tentou assistir Fábio Silva, mas não conseguiu finalizar. À passagem da meia hora, cruzamento muito perigoso da direita e Fábio Silva não chegou para a emenda. No minuto seguinte, Portugal marcou mesmo. João Neves picou o esférico para a área, Paulo Bernardo, à meia-volta, rematou à trave. A bola sobra para Fábio Silva que, de calcanhar, assistiu de calcanhar para a finalização de pé esquerdo de Henrique Araújo.
Os portugueses animaram-se e, pouco depois, Fábio Silva recebeu fora da área, rodou e rematou rasteiro, ao lado. Ainda antes do descanso, mais duas ocasiões. Primeiro, Renato Veiga foi à área ficar perto do golo; depois, Henrique Araújo, ficou à beira do segundo, mas, com a baliza à mercê, acertou mal na bola.
No reatamento, Portugal demorou 15 minutos para voltar a marcar. Após assistência de Vasco Sousa, Fábio Silva rematou cruzado para o fundo das redes. Rui Jorge aproveitou para refrescar a equipa, para promover mais algumas estreias, e um regresso, o de Tiago Tomás, que marcou assim que entrou.
Cruzamento da direita de Pedro Santos e o avançado português a saltar na área e a cabecear para o fundo das redes. A dez minutos do fim, esbarrou na trave o remate de Diego Moreira e perdeu-se a derradeira oportunidade de Portugal para aumentar a contagem.
As declarações
Renato Veiga: «A nível individual foi uma boa estreia, mas o que importava era o coletivo e queríamos ser imponentes no jogo e mostrar a diferença de qualidade entre Portugal e as outras seleções. Quando jogámos contra blocos baixos, quando o golo não entra, gera sempra alguma ansiedade. Podíamos ter feito um jogo melhor, mas estamos cá para, no próximo jogo, melhorar».
Tiago Tomás: «É sempre um orgulho representar a seleção. Foi um jogo em que não conseguimos mostrar a nossa qualidade, mas enquanto equipa temos de melhorar. Mas é normal porque é um grupo novo e ainda nos estamos a conhecer dentro de campo. Devíamos ter criado mais e finalizado mais, mas a caminhada começou agora e vamos melhorar».