Foi no dia 12 de outubro de 2024 que o Sporting anunciou a saída, apenas no final da época 2024/2025, do diretor desportivo Hugo Viana. Garantiu a administração leonina que o processo tivera início «há meses» e que por isso durante esse período «o Sporting foi planeando e preparando uma nova estrutura organizacional no futebol profissional, deixando de existir a figura de diretor desportivo». «Bernardo Palmeiro, que entre 2020 e 2023 prestou assessoria executiva à administração e ao departamento de futebol do Sporting, assumirá, na próxima época, a função de diretor-geral do futebol e juntamente com o atual diretor de scouting, Flávio Costa, vão reportar diretamente ao presidente, Frederico Varandas», anunciaram os leões, ao mesmo tempo que asseguravam que continuariam «a contar com o empenho e total compromisso de Hugo Viana até ao último minuto de jogo desta época, estando o mesmo envolvido no processo de transição para o futuro modelo organizacional» — apesar de saber-se que o estaria já em contacto próximo com Txiki Begiristain, o homem que vai substituir no Manchester City, em Inglaterra. Assim explicou o Sporting os termos da mudança, saída e entrada suaves para manter a estabilidade numa temporada que em Alvalade se queria, e quer, de bicampeonato, algo inédito em 70 anos. Tudo correu sobre rodas… até novembro, altura em que também o treinador entrou nestas contas, mas com uma saída prematura e apressada, porque o Manchester United precisa de Amorim para ontem, Amorim queria muito o Manchester United e não pôde deixar passar o comboio mesmo que tenha pedido para mudar-se apenas no verão — era agora ou nunca e foi agora que os red devils pagaram 11 milhões de euros para o levar. A transição está a ser o que se vê, bem melhor com Rui Borges do que com João Pereira, período que se revelou desastroso. O novo treinador conta com a administração nesta janela de inverno do mercado de transferências: já tem novo guarda-redes, não teve novo lateral-direito mas vai ter mais um extremo (destro para o lado esquerdo). Ainda com a mão de Hugo Viana nas negociações, como garantira o comunicado de 12 de outubro sobre o tempo e forma de trabalhar do diretor. Mas o tempo está a dizer-nos igualmente que nesta altura, mais cedo do que tarde, Hugo Viana também já fala na primeira pessoa sobre o City… É uma convicção. A minha convicção. Se no final de 2024 o ainda diretor desportivo dos leões e futuro diretor desportivo do City andou mais por Lisboa do que por Manchester, neste janeiro parece que tem andado tanto por um sítio como pelo outro (se não presencialmente pelo menos nos bastidores) e a partir de fevereiro creio que andará mais por Inglaterra do que por Portugal. Não sei mesmo se não passará, mais cedo do que o previsto, a tempo inteiro para os citizens... O que obrigaria os leões a chamarem o novo homem forte do futebol também antes do tempo planeado… Ninguém pode pôr em causa o profissionalismo de Hugo Viana, longe disso. Tanto que já deu um reforço ao novo treinador e prepara-se para lhe dar outro. Mesmo tendo falhado na questão do lateral, porque concorrer financeiramente com Juventus — levou-lhe Alberto do Vitória de Guimarães — e Aston Villa — levou-lhe Andrés García do Levante — é tarefa complicada. Porém, será igualmente complicado para o Sporting, a partir de fevereiro, contar com um diretor que andará mais ausente do que presente, que andará naturalmente mais atarefado com o desafio que lhe está reservado a partir de 2025/2026. E porque já não terá papel no mercado de verão, estará mais focado apenas nas presenças junto da equipa — mas agora numa cabina com outro treinador que não o do seu projeto desde 2020, quando com Frederico Varandas decidiu fazer all in em Amorim, uma cartada de 10 milhões de euros na altura considerada louca mas que correu bem, muito bem mesmo. Por outro lado, Bernardo Morais Palmeiro terá de pegar nos dossiês. E também será melhor que o faça mais cedo do que tarde — e já terá muito conhecimento deles, naturalmente… Por isso, não me admira nada que em fevereiro… Hugo Viana abra a porta a Palmeiro. O novo Sporting pode nascer mais cedo.