A final four da Taça da Liga juntou os três grandes e o SC Braga e, seja qual for o modelo imposto, é notório que é exatamente com estes protagonistas que esta competição se sente melhor. Já nem falo de audiências, espectadores ou relevância, mas colocar as principais equipas em confronto nesta fase da época serve pelo menos de tira-teimas competitivo. E estávamos mesmo a precisar dele, porque 2024/2025 já nos deu um Sporting imbatível e um Sporting a tremer, um Benfica farto de Schmidt, outro recuperador com Lage e ainda mais um cheio de dúvidas, um FC Porto com uma Supertaça no bolso, mas com mais argumentos para os pequenos do que para os grandes e um SC Braga capaz do melhor e do pior em termos de resultados. À partida para esta prova, os quatro treinadores terão refletido sobre como esta os poderia ajudar (ou não) a enfrentar o que falta da temporada. Vítor Bruno não a aproveitou, mas perder novamente com o Sporting até calhou numa boa altura: por um lado, os adeptos portistas estão num processo de reconstrução da confiança na equipa e, por outro, estão agora a dois dias de poder alcançar a liderança da Liga. Carlos Carvalhal também não saiu de Leiria feliz, mas a recente vitória na Luz deu outro alento à luta pelo quarto lugar com o Santa Clara. Já Rui Borges e Bruno Lage chegam à final com muito para ganhar - e também muito a perder. O treinador dos leões lá vai conseguindo estabilizar a equipa e sobretudo dar confiança aos jogadores e ganhar aos dois principais rivais em menos de duas semanas é obra. O técnico das águias está mais do que habituado à contestação e, para já, deu a resposta firme que se exigia. Quem vencer o jogo deste sábado não levará só mais um troféu para o respetivo museu, mas terá um trunfo moral importante para enfrentar o campeonato, no momento em que este parece alcançável para qualquer um dos três grandes. Quem perder, sabe que em princípio será posto em causa, terá de responder a perguntas mais difíceis e terá menos adeptos do seu lado - tudo coisas que não ajudam quando for para entrar em campo na Liga (e, já agora, na Liga dos Campeões ou na Taça de Portugal). Para já, a Taça da Liga vai dar-nos mais um dérbi e não vejo ninguém a queixar-se disso. Mas antevejo que a relativa acalmia destes dias - os que perderam nas meias-finais não estão muito preocupados e os que ganharam estão na expectativa de o repetir amanhã - não vai durar muito tempo. Leiria entretém-nos, mas a conversa volta a ficar séria já no domingo...