Sporting, Benfica e FC Porto: rivais a velocidades diferentes
Debast será reforço para a defesa leonina (Foto: IMAGO / Photo News)

Sporting, Benfica e FC Porto: rivais a velocidades diferentes

OPINIÃO16.05.202410:00

Leões assumiram de imediato o seu mercado, quando nem são dos mais necessitados

A diferença do Sporting para os rivais, em termos puramente organizativos, distingue-se a olho nu. A época ainda não terminou e já se apresentam bem visíveis os alvos, ou a maior parte destes, de quem não descansa sobre o sucesso conquistado e quer atacar de forma cirúrgica a revalidação do título português e a próxima edição da Liga dos Campeões. Rúben Amorim tem um peso extraordinário na equação, todavia, aí não há nada que possa ser feito. Apenas oferecer o que se pode e acreditar que ainda não será desta.

O jovem central belga Zeno Debast pode vir a ser uma excelente aposta não só para o presente – assente na ideia de melhorar a primeira fase de construção (resistindo assim à tendência natural de, hoje, quase todas as equipas pressionarem alto e de forma agressiva) e, ao mesmo tempo, não perder rigor defensivo no posicionamento, desarme, capacidade de antecipação e duelos – como ainda para o futuro, perspetivando-se, se correr bem, uma grande venda.

Fotis Ioannidis não só protege os leões de uma eventual saída de Viktor Gyokeres, que pode acontecer a qualquer altura, como formaria dupla explosiva com o sueco em determinado contexto ou entraria na rotação, mantendo-se o poder de fogo e impacto no jogo da equipa durante os 90 minutos ou até em competições menos prioritárias. E há ainda Paulinho, embora não seja líquida a sua continuidade. Se ficar, garantirá um caminho alternativo para chegar à baliza.

Na Luz, com seis meses de avanço face à exposição das várias lacunas, e mesmo com a ressalva de que o segredo é a alma do negócio, ainda nem sequer há nomes quanto mais soluções à vista. Não faltará muito tempo até que se saiba, de uma vez por todas, se se trata apenas de estratégia e o assunto pelo menos mais emergente, o dos laterais, está tratado ou, mais uma vez, os encarnados vão entrar no defeso a navegar à vista, com todos os riscos que isso acarreta, ainda mais em ano de Europeu. Para quem tem de encurtar distâncias para o campeão e ainda não tem por adquirido se passa ou não pelas eliminatórias da Champions, regista-se demasiada descontração ou apatia do lado dos encarnados.

O importante será sempre acabar bem o mercado, é verdade, porém chegar tarde às primeiras opções (se é que já existem) terá sempre consequências, e significará que os seus dirigentes não perceberam ainda o que pode estar em causa. Nos entretantos, estar-se-á à espera do tal murro da mesa a favor ou contra Roger Schmidt.

No FC Porto, a espera é forçada, contranatura. Não se percebe como se coloca em causa a preparação de uma época apenas por um capricho, qualquer que seja, e aparentemente sem necessidade de o fazer. Villas-Boas já deveria estar a fazer contas à vida, a estudar rotas para uma viagem bem-sucedida na próxima temporada, quando tem de esperar que Pinto da Costa faça a sua magia, levante também ele o caneco e saia de cena à sua própria velocidade. Mesmo que isso garanta de imediato a Taça, como todos sabemos!

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