Ruben Amorim deixou o Sporting de calças na mão ao abandonar o projeto, pelo menos, sete meses antes do que tinha avisado, e combinado, com Frederico Varandas — com contrato até junho de 2026, ainda está por explicar saída um ano antes; sabemos que estava acordada com o presidente do Sporting mas não sabemos como, se livre de indemnizações ou outros encargos… Primeiro foi o choque, administração, jogadores, staff e adeptos; depois o processar da ideia, com o presidente dos verdes e brancos a mandar apostar todas as fichas em João Pereira para a substituição do treinador campeão; por fim a despedida do técnico que rumou ao Manchester United, com direito a tarja gigante em Alvalade antes do jogo com o Manchester City, volta olímpica e saída em ombros, embalado pelos aplausos inflacionados pela goleada — 4-1 na 4.ª jornada da Liga dos Campeões — imposta ao campeão inglês. Uma saída a bem e com direito a cereja no topo do bolo: a reviravolta em Braga, de 0-2 para 4-2 no último jogo e com contornos hollywoodescos. Uma passagem de quase cinco anos de sucessos com dois campeonatos nacionais conquistados que amenizaram qualquer sentimento de traição que os sportinguistas pudessem sentir com a saída prematura do treinador. Depois do choque, a compreensão do tal comboio que passa uma vez na vida e que Amorim tinha de apanhar à boleia do que fez no Sporting. A relação entre Amorim e jogadores foi evidente no final daquele jogo em Braga e depois na passagem de João Pereira na equipa A, desastrosa nos resultados, mas também sem qualquer empatia entre os protagonistas. E por isso logo se pensou, naturalmente, que poderia o agora red devil fazer ainda mais estragos se a Alvalade fosse contratar no mercado de inverno. Em janeiro não vou buscar ninguém no Sporting. No verão não sei o que vou fazer. Principal ponto: aguentar-me até ao verão. Segundo ponto: logo se vê. Os jogadores do Sporting são grandes jogadores e logo se vê o que vai acontecer A promessa descansou os sportinguistas. Mas pelos ecos que chegam de Inglaterra, a promessa pode não ser cumprida. Ou pelo menos pode Amorim tentar levar algum leão no mercado de inverno e ser impedido pela cláusula de rescisão, elevada — mas para o caso ia dar ao mesmo, a traição, aí sim, seria consumada, mesmo que a transferência não o fosse. Abandonar o Alfa Pendular de Alvalade a meio da viagem para apanhar o alta velocidade britânico ainda foi tolerado, até pelos créditos que Amorim tinha no Sporting, mas quebrar a promessa que fez seria uma facada no coração que os sportinguistas nunca iriam perdoar. Resta saber se os maus resultados podem assustar o treinador ao ponto de pensar mais na parte do aguentar-se até ao verão, do que em cumprir com a palavra dada aos leões… Até porque há telefones de jogadores em Alvalade que têm recebido chamadas de número a começar por +44…
.jpg)
