Opinião Schmidt foi sempre coerente no Benfica

OPINIÃO01.09.202409:00

Do sonho ao pesadelo, a última imagem do treinador antes de ser despedido

O treinador que em 2022/23 entrou no futebol português de forma avassaladora, que colocou a equipa a jogar um futebol vibrante, de ataque, à Benfica, como se cansaram os benfiquista de dizer, foi despedido.

A última imagem que fica é dele a correr de cabeça baixa para o túnel de acesso aos balneários em Moreira de Cónegos, onde conseguira um empate confrangedor mesmo no final do jogo e de penálti. Saiu pela porta pequena, sem se juntar aos seus jogadores no relvado para os agradecimentos aos adeptos nas bancadas, mesmo que delas só tenham voltado assobios e insultos.

E ficam na memória as declarações exasperantes e repetitivas, para os adeptos, de que a equipa fizera o suficiente para ganhar, mas falhara (só) ao não marcar mais golos.

O problema foi, porém, os que deixou marcar e teve a sorte de não sofrer (mais) frente a Famalicão, Casa Pia, E. Amadora e Moreirense, nas primeiras quatro jornadas desta Liga, em que perdeu cinco pontos. O problema foram as más exibições e as derrotas claríssimas frente aos principais rivais na época passada e a desastrosa campanha europeia. E até mesmo a intermitência da segunda metade da primeira época, a do título conquistado, a partir do momento em que a equipa perdeu o médio argentino Enzo Fernández para o Chelsea e as características dos jogadores disponíveis se alteraram.

Roger Schmidt foi, apesar de tudo, sempre coerente, fiel à sua ideia de jogo, e aqui terá cometido o principal pecado para um treinador: não ter plano B. Esperemos que Rui Costa e o Benfica tenham um e que funcione.