ROGER SCHMIDT deixou de ser olhado por muita gente como o novo Eriksson para se tornar alguém que precisa urgentemente de um plano B. Ou, e é escolher, um terceiro médio ou segundo avançado. Começaram a rotulá-lo de excessivamente audaz e romântico, pouco exigente - ao conceder miniférias aos jogadores em momento crucial da temporada - e demasiado tranquilo junto à linha lateral. Tornou-se para os críticos um técnico sem empatia com os seus jogadores. Tudo em semanas. Embora não inesperado, ou não tivesse já acontecido a outros por cá, como Rúben Amorim e Sérgio Conceição, depois de terem sido verdadeiros heróis nos clubes que comandam, é realmente incrível. Se a explicação mais simples é muitas vezes a mais correta, esta tem sido dada, com coerência, pelo próprio Schmidt: a equipa perdeu momentum. Estava numa fase de grande qualidade, em velocidade de cruzeiro e a pausa prejudicou-a. Junte-se a isso ansiedade, mexa-se bem e surge uma minicrise instantânea.Num modelo tão híbrido, que mistura ataque posicional inebriante e transições velozes, é estranho ouvir falar em plano B. Na realidade, embora ainda sem a profundidade ideal de plantel, Schmidt tem em teoria argumentos para atacar blocos contrários altos ou mais baixos. É verdade que uma melhor definição em algumas unidades tornaria o conjunto mais eficaz, sobretudo no momento da transição ofensiva, no entanto reestruturação mais profunda teria sido simplesmente incomportável!Mais! Em momento difícil, o alemão não teve medo de lançar João Neves e o miúdo deu prova de maturidade e fez com que se destacasse ainda mais o perfil do treinador que o Benfica tem. E do qual já parece ter dúvidas...P. S. - Previsível, mas tóxico, uma vez mais, o barulho em torno das arbitragens em todos os estádios. Joguem à bola!