Presidente ausente

LFV passou bola a Rui Costa; mercado de leão a pensar no título; ‘hat trick’ de asneiras

«Momento para homens de coragem», sentenciou Rui Costa, vice-presidente do Benfica e administrador da SAD, numa entrevista à BTV conduzida por Pedro Pinto, diretor de comunicação dos encarnados, o cenário e contexto ideais para uma conversa pouco propícia ao contraditório. Com investimento de €100 milhões no defeso e promessas vãs de arrasar e jogar o triplo, quando não faltavam corajosos a atirarem-se para fora de pé, chega-se a fevereiro na mais profunda depressão na Luz. Após o chavão de que é proibido atirar a toalha ao chão e de frisar que ninguém sai ilibado da situação atual, Rui Costa enviou direta aos jogadores - «não basta fazer um malabarismo ou um carrinho» - com a mesma precisão que assistia Batistuta na Fiorentina. Sobre os erros da estrutura, no plano desportivo e na gestão das expectativas, nem uma palavra e havia tantas para dizer em jeito de mea culpa. «Momento para homens de coragem», disse então Rui Costa, numa conversa de um quarto de hora em que, por falar em coragem, não se ouviu uma única vez o nome de… Luís Filipe Vieira, por estes dias no papel de presidente honorário longe da linha da frente.

De Bolasie, Jesé e Fernando, no mercado de verão de 2019, a Paulinho, Matheus Reis e João Pereira, na janela de transferências que agora fechou, dois conjuntos de negócios selados pelo Sporting no último dia, o primeiro baseado no critério do desespero, o segundo pensado com clarividência. Reforços a pensar no título - nunca os leões avançariam para investimento tão elevado se não ambicionassem ganhar a corrida em maio - por muito que Rúben Amorim queira correr por fora. 

Central polaco de 24 anos, Bednarek assinou o primeiro hat trick da carreira na goleada sofrida pelo Southampton em Old Trafford, de onde saiu brindado por 9-0 pelo United. Não só fez autogolo como cometeu falta para penálti da qual resultou vermelho - eis a Lei de Murphy em todo o esplendor.