Parece tudo cozinhado
Metam a Liga e os seus associados a gerir o que eles gostam: euros
Éverdade que a nossa liga quase não se valorizou na última década. E já se percebeu que o problema não está nos modelos alternados de gestão nos últimos anos. Que interessa o número, mais elevado ou mais reduzido, de vogais em representação das SAD para compor os mandatos da direção da Liga? Removam simplesmente determinadas matérias do poder decisório das SAD nas provas profissionais. É verdade que implicaria alteração legislativa, pois o artigo 27.º do Decreto 93/2014 tinha que levar roupagem nova. Mas já cansa perceber que as sanções disciplinares aos agentes desportivos não são adequadas ou que estes arranjam sempre forma de escapulir-lhes, nem que seja temporariamente. Uma solução inicial passaria por remover da competência da Liga a aprovação do seu Regulamento de Arbitragem e Disciplinar. Faz sentido serem os competidores a sugerir e decidir as normas que lhes serão aplicáveis só porque se encontram dentro de uma cúpula profissional? Que independência e retidão existem quando são os futuros arguidos a preparar as regras? Retirem-lhes o poder de decidir, aumentem a severidade da sanção de acordo com princípios razoáveis e testaremos se, ao fim e ao cabo, teremos uma liga mais competitiva e, pelo menos, mais séria. Sempre se evitaria ver treinadores no relvado após se perder a conta ao número de expulsões na mesma época. Metam a Liga e os seus associados a gerir o que eles gostam: euros. Se se dedicassem a angariar patrocinadores e a fazer parcerias como se dedicam a enxovalhar quem anda no mesmo setor (logo, a fazer perder a valor), tínhamos uma Liga com pote cheio. Mas este problema não é só nacional. Lá fora também se gosta de cozinhar só que os chefs são outros. Agora assistimos ao presidente da FIFA, Infantino, a defender o diálogo em alternativa à imposição de sanções aos clubes que tentaram criar a Superliga Europeia! Falem-me de gente séria...