20 março 2024, 08:00
«Adoro o Morita e o Hjulmand»
Acredita num Sporting campeão, mas mantém cautelas; Não poupa elogios ao Pedro Gonçalves mais influente desde que chegou a Alvalade; Assume a admiração pelo dois homens do meio-campo leonino
As duas partes da entrevista de Bruno Fernandes a A BOLA são autênticos manuais de futebol
Há jogadores que na verdade já são treinadores. Bruno Fernandes, vê-se à légua, é um deles. E se dúvidas subsistiam, elas ter-se-ão dissipado na mente de todos quantos leram ou vão ler as duas partes da entrevista a A BOLA, publicadas ontem e hoje nas páginas do jornal e do site, aqui devidamente acompanhadas dos vídeos que podem ainda ser vistos em A BOLA TV.
Ler e ouvir o capitão do Manchester United é quase tão estimulante quanto vê-lo jogar.
Sente-se que conhece os segredos do jogo e que reflete muito sobre ele, dentro e sobretudo fora de campo. Verifica, analisa, corrige, em suma: pensa o futebol. O dele e o dos outros.
20 março 2024, 08:00
Acredita num Sporting campeão, mas mantém cautelas; Não poupa elogios ao Pedro Gonçalves mais influente desde que chegou a Alvalade; Assume a admiração pelo dois homens do meio-campo leonino
Não o faz sempre, durante os minutos de competição, como toda a gente gostaria. É impulsivo, esbraceja, gesticula, protesta com os árbitros. Assume isso na parte dois da entrevista, a que está publicada hoje, e fá-lo com a consciência de que não agrada a todos, nomeadamente a colegas eventualmente mais suscetíveis. E até aí mostra disponibilidade para melhorar, assumindo que com alguns prefere falar quando o jogo pára ou ao intervalo. Ou até mandar a mensagem por outro companheiro com quem o alvo mais se identifique.
20 março 2024, 09:00
Médio diz-se exigente para extrair o melhor dos colegas em prol equipa; Quer que sejam também exigentes com ele; Interpretação dos seus gestos fora de campo não é a correta, alega
Bruno Fernandes quer ganhar o mais possível, mas, acima de tudo, diz querer ser competitivo. Gosta de ver o nome a encabeçar listas de estatísticas que o clube inglês — gigante adormecido — publica a nível interno. É, há muitos anos seguidos, consecutivamente o melhor e mais influente jogador das equipas que representa. Foi-o no Sporting e tem-no sido no United. Na Seleção tardou um pouco mais a afirmação, mas chegou, natural como a sede e como as coisas lógicas a que o futebol, afinal, obedece, embora às vezes possa parecer que não.
Como Paulo Bento e Rui Jorge, em quem Fernando Santos anteviu futuros treinadores quando ainda jogavam sob o seu comando no Sporting; como Rúben Amorim, que já era um mestre da tática enquanto jogador; como, parece, João Moutinho, Bruno Fernandes vai dar treinador, e é de desconfiar que será bom.
Jogadores como ele são fundamentais nas equipas justamente porque funcionam, muitas vezes, como prolongamento do treinador dentro do relvado. Não faltam também exemplos a nível internacional, uns já provados e alguns que se antecipam com a mesma aparente facilidade do médio português.
Entre vários, Xavi é uma construção que se vai finalizando e Bernardo Silva parece talhado para ensinar a arte aos mais novos.
As entrevistas de Bernardo Silva e Bruno Fernandes a A BOLA, nos últimos meses, caíram bem entre quem gosta de futebol.
É excelente ouvir falar protagonistas que entendem as várias dimensões do fenómeno e não se escondem em lugares comuns. Pena é que, ao contrário dos treinadores — e alguns são autênticas delícias de comunicação —, os jogadores falem tão pouco para lá das flash interviews a quente