Oque aconteceu em Lisboa e Fátima, envolvendo todo o País, entre quarta-feira e domingo passados, foi algo que perdurará, com doçura, na nossa memória coletiva. Arrisco-me, até, a dizer que jamais veremos, em Portugal, uma tal movimentação de massas, marcada pela alegria e pela civilidade. A mensagem afirmativa e genuína do Papa Francisco — extraordinário e comovente o improviso que Jorge Bergoglio fez no Bairro da Serafina, como se tivesse voltado ao tempo da paróquia do Patriarca São José, num bairro pobre de Buenos Aires — transcendeu, em muito, a vertente religiosa, ganhando a dimensão de lição de vida à Humanidade. Na edição de A BOLA do último sábado, Vítor Serpa, com o habitual brilho, recordou o hincha do San Lorenzo, que chamava nomes aos árbitros. Aliás, uma semana depois do Conclave que o tornou Francisco, o Papa respondeu da seguinte forma, por carta, a uma missiva que tinha recebido da Direção do seu clube do coração, que acabara de sagrar-se campeão da Argentina: «Ao ler essas palavras, vieram à minha memória belas lembranças, começando desde logo pela minha infância. Segui, aos dez anos, a gloriosa campanha de 1946. Aquele golo de Pontoni!» No sábado à noite, no Parque Tejo, dirigindo-se aos jovens, o Papa Francisco usou uma metáfora futebolística, para realçar a importância da resiliência. Disse: «Não sei se alguns de vós gostam de futebol, eu gosto muito. Pensem que por trás de um golo há muito treino. Para se ter êxito, há que treinar muito. Mas a vida não é só feita de êxito, e quando caio tenho de levantar-me, ou ser ajudado a levantar-me para poder continuar. O único momento em que é lícito olhar de cima para baixo, é ajudar alguém a levantar-se.» Aproveito para recordar que em 1983, quando o Benfica foi jogar a Roma, a comitiva encarnada foi recebida por João Paulo II que, durante 15 minutos, falou em português, olhos nos olhos com os jogadores, exortando-os a estarem à altura da responsabilidade que tinham, pela capacidade que a visibilidade pública lhes dava de influenciarem os mais jovens. E lembrou-os de que a fama era sempre coisa passageira, e que havia perigos associados à superficialidade das coisas efémeras. Palavras sábias e intemporais... ÁS — MATHIEU VAN DER POEL Numa prova marcada por uma manifestação que obrigou a uma hora de interrupção, o ciclista neerlandês Van der Poel sagrou-se campeão do Mundo de estrada, após uma exibição épica, em que superou não só Wout van Aert e Tadej Pogaçar, como ainda sobreviveu a uma queda nos quilómetros finais. Gigante! ÁS — LUÍS CASTRO Saiu do Botafogo deixando os alvinegros do Rio de Janeiro com uma liderança de dez pontos no Brasileirão, e já colocou o Al Nassr nas meias-finais da Champions dos clubes árabes. O treinador de Cristiano Ronaldo, campeão na Ucrânia e no Catar, continua a mostrar que a competência não conhece fronteiras. REI — ROGER SCHMIDT Provavelmente, não pensaria ter de fazer tantas mudanças na equipa que se sagrou campeã em 2022/23. A saída de Gonçalo Ramos é o mais recente abanão, e a final da Supertaça está ao virar da esquina. Muita curiosidade em perceber como vai arrumar um meio-campo que deixou dúvidas nos jogos particulares.