Martín Anselmi, treinador do FC Porto, após o empate com o Sporting
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O novo dragão cresce, mas cresce tarde

OPINIÃO08.02.202509:15

FC Porto melhora com o passar dos dias, até com o passar dos minutos, como se viu no clássico, mas a distância para o líder é demasiado grande

Quem visse apenas os primeiros 25 minutos do clássico desta sexta-feira, não teria dúvidas sobre a superioridade do Sporting sobre o FC Porto. Nesse período, e a jogar em casa, a equipa de Martín Anselmi não fez um único remate — o primeiro que tentou foi ao minuto 27, embora logo com bastante perigo: Eustáquio acertou na trave. Na outra área, o leão, com entrada de líder, dominadora, ia acumulando oportunidades. Adivinhava-se a vantagem do Sporting, que chegaria já perto do intervalo. E percebia-se a diferença pontual na classificação, o campeão em título com mais oito pontos que o rival.

Quem visse apenas os últimos 25 minutos do clássico desta sexta-feira, seguramente não acreditaria que o Sporting liderava o campeonato com mais oito pontos que o FC Porto. É certo que se exigia resposta de quem estava a perder, mas a forma como o dragão conseguiu encostar o adversário às cordas, ainda para mais atravessando um processo de profunda transformação, entre mudança de treinador, alteração tática e saída de jogadores essenciais no mercado de inverno (Galeno e Nico González), compensadas com chegadas dos adolescentes William Gomes (ainda entrou) e Tomás Pérez, deixa ótimos sinais para o futuro.

O dragão parece estar a crescer — cresceu com o passar dos minutos no clássico e espera-se que possa continuar a crescer sob novo comando técnico, depois dum arranque de época em que alternou bons momentos com outros (muitos) dececionantes. Mas provavelmente já não vai a tempo de correr pelo título de 2024/2025.

Os oito pontos de atraso para o Sporting mantiveram-se, mas na prática passam a nove, porque os leões ficam com vantagem no confronto direto (tinham vencido em Alvalade). Pode a equipa de Rui Borges perder três jogos (ou perder dois e empatar três) até final do campeonato, em 13 jornadas? Pode, e os sinais que ficaram da última meia hora no Dragão não auguram nada de bom — admitindo que as várias baixas e as fragilidades físicas de alguns jogadores disponíveis (Gyokeres e Morita tinham mesmo mais de 20 minutos nas pernas, ou o treinador do Sporting errou ao apostar cedo demais nos dois habituais titulares?) condicionaram a resposta no jogo de ontem, e que a tendência será, também, de melhorar. Mas para que essas três derrotas fossem suficientes, o FC Porto teria de vencer os 13 jogos que faltam. E pode estar a crescer, mas ainda não é, nem podia ser, um gigante.