O maior espetáculo à face da Terra
Mundial com grandes jogos, o melhor de todos a final. Só foi pena que tivesse sido decidida dos onze metros, mas até daí foi feita justiça...
C AIU o pano sobre um dos melhores Campeonatos do Mundo de Futebol de todos os tempos. Salvo a exceção do Catar, anfitrião e por isso presente por inerência, as equipas apresentaram-se bem preparadas e seleções como o Canadá, a Austrália, e a Arábia Saudita (única a vencer a Argentina, campeã do Mundo), normalmente parentes pobres da festa do futebol, surgiram num nível muitíssimo aceitável, enquanto Japão e Coreia do Sul, por um lado, e o bloco africano, com óbvio destaque para Marrocos, se mostraram competidores ferozes (a Tunísia derrotou a França, os Camarões venceram o Brasil e Marrocos superou Bélgica e Portugal).
E que dizer da final? Normalmente, as decisões dos Mundiais são jogos táticos, sem grande espetáculo, onde a única coisa que conta é o resultado. Nada disso foi visto ontem em Doha, onde franceses e argentinos protagonizaram um duelo épico, que ficará registado nos anais da História como uma das razões por que se chama ao futebol the beautiful game, uma contenda que teve tudo o que se pede a um grande jogo: olhos na baliza do adversário, qualidade tática, fineza técnica, incerteza, emoção, e cada um dos jogadores a entregar à partida um coração do tamanho do mundo.
Falta falar dos heróis, personagens essenciais em qualquer saga. E esses disseram presente, Leo Messi, em tempo de despedida mundialista, a bisar e a entrar definitivamente no clube de Diego Armando Maradona; e Kylian Mbappé, que amanhã cumpre 24 anos, autor de um hat trick, a prometer dominar o futebol mundial durante a próxima década.
Encerrou-se, no Catar, a fórmula de Campeonato do Mundo com 32 seleções. Daqui a quatro anos, no continente da América do Norte, serão 48 as equipas apuradas, o que pode fazer baixar o nível médio da competição. Mas quero recordar que sempre se disse isso quando houve outros alargamentos, primeiro de 16 para 24 e depois de 24 para 32. Desde que o financiamento dos planos de desenvolvimento regionais não acabe, como no passado, no bolso de uma série de dirigentes, haverá sempre espaço para fazer evoluir ainda mais a mais popular modalidade desportiva do Mundo.
Parabéns a Argentina e França, só foi pena que não houvesse duas Taças. Mas, como cantavam os Abba, The Winner Takes It All...
ÁS – PAULO ALVES
Além de liderar a Liga 2 com um substancial avanço de dez pontos sobre a linha de promoção ao escalão principal, o Moreirense colocou a cereja no topo do bolo ao deixar o Benfica pelo caminho, na Taça da Liga. Paulo Alves, 53, campeão do Mundo de sub-20 em Riade, está a desenvolver um trabalho magnífico!
ÁS – OTAMENDI/ENZO
Os internacionais argentinos do Benfica tornaram-se nos primeiros futebolistas a jogar no Campeonato português a sagrarem-se campeões do Mundo. O defesa teve um prémio à altura da sua condição de centenário da albiceleste; o médio, revelação do ano, acelerou (e muito...) o processo de acesso ao estrelato global
ÁS – KYLIAN MBAPPÉ
O futuro pertence-lhe. Fez um Mundial de altíssimo nível, onde não só confirmou dotes invulgares de goleador, como se afirmou como líder da seleção gaulesa. No ocaso de Messi e Ronaldo, Kylian Mbappé é a estrela que tem por destino ocupar o vazio deixado por dois dos monstros sagrados do futebol. É o sucessor.