O maior defeito de Villas-Boas (que muito prejudica o FC Porto)
Bem no alerta no diferendo Proença-Gomes, o presidente portista deixou-se ultrapassar por hábitos antigos que já não fazem sentido no presente nem ajudam a resolvê-lo
André Villas-Boas é apenas mais um dos muitos portugueses ligados ao futebol que ficam algures presos entre o passado e o futuro, num presente que muitas vezes não é terra de ninguém.
O presidente do FC Porto, rosto de uma revolução sem precedentes no clube, desde a forma de estar à gestão do dia do dia, pareceu o mais lúcido na análise ao espalhafato criado pelas comadres Pedro Proença e Fernando Gomes, por culpa de um lugar na UEFA, num sempre valioso apelo à união por um bem maior, porém depois foi incapaz de perceber que não pode liderar como antigamente, com castigos a jogadores por derrotas em clássicos ou até lançamento de suspeições sem maior conhecimento de causa. Os castigos até podem fazer correr mais, todavia, não farão correr melhor e, mais importante, jogar melhor. Ter essa consciência é fundamental. E o que dizer do resto?
As dificuldades do FC Porto, com a crise a acentuar-se logo depois das duas goleadas sofridas com o Benfica, não podem ser surpresa para ninguém. Se o são para o líder portista, que até tem um conhecimento mais profundo do que é ser treinador e do real valor dos jogadores, algo está a correr mal. Se não o são, há um problema de comunicação, de controlo das expetativas. Aconteceu com Vítor Bruno, houve maior contenção com Anselmi, porém Villas-Boas não pode assumir antes do clássico que se trata do jogo da época. Saiu-lhe o tiro pela culatra. E ainda pode vir a ser perseguido pela do eventual merecimento de uma Liga Conferência. Bastava aplicar a lógica: num plantel em sangria contínua há anos a distância cresceu. Não há alma e mística que lhes valha.
O Benfica goleou e passou a líder, porque o Sporting se deixou empatar pelo SC Braga já perto do fim – e o discurso de Rui Borges passou a ser ansioso e desfasado, revelando impreparação, o que não será apenas culpa própria. As águias saem do Dragão reforçadas, atravessam o seu melhor momento, no entanto, se a exibição azul e branco foi confrangedora, também houve alturas em que os velhos problemas do passado encarnado estavam lá. Um pouco mais diluídos, talvez. Lage também já terá atravessado a sua própria curva descendente.
P.S. Já se fala que a Liga das Nações pode ser o ponto final para Roberto Martínez à frente de Portugal e que Pedro Proença quer iniciar novo ciclo, a pensar no Mundial, com José Mourinho no banco. Já ouvi ideias mais inteligentes e modernas, garanto.
O fcp, deve ser o único clube do mundo com 3 treinadores na sua estrutura. O presidente AVB, o principal, o suplente JC e o aprendiz, argentino. Logo, o problema da equipa, não está nos treinadores, mas sim nos jogadores que não valem nada. Mas como ganharam a super taça, pensaram que eream alguém. Errado.