O fim da maior geração de ouro
Que especial será, se a 18 de dezembro, no belo Lusail Iconic Stadium, se realizar um Portugal-Argentina. Ou um Ronaldo-Messi!
Opróximo Campeonato do Mundo de futebol será especial. Não só por ser o primeiro realizado em solo árabe, não apenas por ser o primeiro disputado no outono europeu/primavera sul-américa, não somente por ser jogado no mais pequeno país em 22 edições (11 mil quilómetros quadrados do Catar contra os 41 mil da Suíça em 1954), nem por estar envolvido em tanta polémica que, como já há muito se percebera, deveria realizar-se noutro local. Há quem sugira, com óbvia dose de sarcasmo, que depois da Rússia (2018) e do Catar (2022) a próxima fase final de um Mundial deveria disputar-se na Coreia do Norte.
TUDO verdade. Porém, excluindo dados relativos a localização, estações do ano ou dimensão dos países e suas polémicas, o Mundial do Catar será especial porque especiais são muitos dos grandes (e já veteranos) jogadores que por lá desfilarão. Nada menos de cinco futebolistas eleitos, nos últimos 15 anos, como melhores do Mundo, disputarão, decerto, o seu último Mundial: Ronaldo, Messi, Modric, Lewandowski e Benzema. Nenhum deles tem menos de 34 anos, logo nenhum deles terá grandes possibilidades de chegar, em 2026, ao Estados Unidos-Canadá-México.
MAS nem só estas cinco super-stars realizarão, em princípio, o seu último Mundial. Também craques como como Di María, Suárez, Neuer, Cavani, Dani Alves, Lloris, Giroud, Pepe, Muller, Bale, Busquets ou Tadic não deverão chegar a 2026. Tal como ainda, embora num terceiro nível de estrelato, homens como Otamendi, Guardado, Patrício, Perisic, Schmeichel, Choupo-Moting, Thiago Silva, Alba, Vertonghen ou Godín. Só aqui estão quase três dezenas de grandes jogadores que chegarão a 2026 com, pelo menos, 37 anos.
HÁ quatro anos, na Rússia, também havia muitos futebolistas a caminho do final, mas só Iniesta atingiu nível estratosférico. Depois ainda houve, alguns degraus abaixo, nomes como Rafa Márquéz, Zhirkov, Quaresma, Mascherano ou Maxi Pereira. Nenhum chegou a 2022. Quatro anos antes, no Brasil-2014, havia Xavi, Pirlo, Eto’o, Drogba, Klose, Casillas, Lampard, Forlán, Gerrard ou Buffon a caminho do fim. Nenhum chegou a 2018.
AGORA, no Catar, não. Se as leis da vida forem cumpridas, será o último Mundial de duas das maiores superestrelas do futebol de todos os tempos: Cristiano Ronaldo e Lionel Messi. E ainda, um degrau abaixo na escala, Luka Modric, Robert Lewandowski e Karim Benzema. Mas também, dois ou três degraus mais abaixo deste quinteto, os mais de 20 jogadores de elevadíssimo nível que referimos no início deste texto. Será ou não um Mundial especial? Claro que sim! E mais especial será, caro leitor, se a 18 de dezembro, no belíssimo Lusail Iconic Stadium, se realizar um Portugal-Argentina. Ou deveremos escrever um Ronaldo-Messi? Haverá melhor forma de concluir o mais polémico Mundial de todos os tempos? Sim, há: com CR7 a erguer o troféu. Muito difícil? Sim! Impossível? Não!