O capitalista desportivo
Se não houver capital suficiente, haverá sempre lugar a um qualquer negócio ‘Roberto’
P ELA segunda época consecutiva, eis que a Benfica SAD está novamente mais ativa que qualquer outra no mercado. Poupou uns trocos valentes com Lage e até decidiu entrar no mercado dos comentadores desportivos. Segundo A BOLA, a contratação do criador da obra sobre Os Mandamentos de Jesus está quase confirmada. O visado irá unir esforços com o seu objeto de estudo passado e sucederá no cargo a Tiago Pinto que confessou, recentemente, que o SLB fez um excelente trabalho de scouting aquando da contratação de Raúl de Tomás mas que o contexto não foi o melhor. Pergunta-se: qual contexto? O do SLB ser, à altura, o campeão em título e de ter cilindrado, por exemplo, um dos rivais na Supertaça a caminho de mais uma época satisfatória? Ao contrário do que sucede, estranhamente, com o resultado das contratações desportivas da SAD naquilo que é o desempenho de cada um dos seus ativos, a verdade é que os valores dos negócios de revenda dos adquiridos parecem sempre ser minimamente satisfatórios. Raúl de Tomás e Pedrinho, que agora ruma à Ucrânia, são disso belo exemplo quase ao pormenor daquilo que é o cêntimo. Transmissão dos direitos desportivos de cada pelo exato euro com base no valor da sua aquisição, não obstante no caso do brasileiro a águia assumir os custos com o mecanismo de solidariedade (artigo 21.º e Anexo 5 do Regulamento sobre o Estatuto e Transferência de Jogadores da FIFA) dado que o mesmo tem 23 anos feitos em abril. Mas, de forma curiosa e contrariamente à forma como costuma atuar, viu-se livre dos encargos de intermediação. Os ânimos devem sair reforçados com o novo empréstimo obrigacionista de julho para controlar os compromissos financeiros vigentes. Mas, se não houver capital suficiente, haverá sempre lugar a um qualquer negócio Roberto que será sempre analisado como um misto de um estranho ganho em contrapartida por um desastre desportivo.