OPINIÃO No Dia Mundial do Jornalista Desportivo
Texto de Manuel Queiroz, presidente do Clube Nacional de Imprensa Desportiva
A AIPS fez cem anos ontem, segunda-feira, e hoje, terça, é o Dia Mundial do Jornalista Desportivo exatamente pela proximidade com a fundação da Associação Internacional da Imprensa Desportiva, organização de que o CNID é membro desde pouco depois da sua fundação, em 1966.
A AIPS é composta por cerca de 160 associações nacionais e quase 10 mil jornalistas de todo o mundo. O seu cartão é o único reconhecido através das fronteiras dos cinco continentes. No seu mais recente congresso, em Maio passado, em Santa Susanna, Catalunha, discutiu-se muito a Inteligência Artificial (IA) e as suas implicações para o Jornalismo. A IA foi identificada como aliada e como ameaça. O olhar personalizado do Jornalista é insubstituível, disse-se. Sim, num mundo normal os Jornalistas deveriam fazer o relato das coisas anormais. Mas o mundo evoluiu de forma que a anormalidade é difícil de identificar. Hoje o papel escrito está claramente ameaçado mas o Jornalismo especializado em desporto faz-se em muitas plataformas. E é cada vez mais necessária. Para contar as glórias, mas também para escrutinar os poderes e as competições, até porque nunca houve tanto dinheiro em jogo. Para o público e pelo público leitor. Com independência e com elevação — sim, os Jornalistas devem ser gente de estudo e cultura. Não faço ideia do que será o Jornalismo especializado em desporto dos próximos cem anos. Mas o desporto nunca vai acabar porque o Homem tem o desígnio de se superar todos os dias e o Jornalismo vai acompanhá-lo de certeza para certificar essas proezas. Escrito e falado sem dúvida. Ou de outras formas que ainda não conhecemos. O Jornalismo é importante porque melhora a compreensão da sociedade. E o desporto é um dos campos relevantes da sociedade.