Não há dilema
PUXE pela memória, caro leitor. Lembra-se de quem foi o treinador do Benfica em 1962/1963, quando os encarnados conquistaram mais um campeonato nacional do seu historial?
Caso se recorde e não tenha recorrido ao pai-google, é um especialista em história do desporto ou, pelo menos, do futebol. E agora outra questão: tem ideia de quem foi o treinador campeão europeu em 1961/1962, ou seja, apenas um ano antes? Pois. Se a resposta lhe chegou em segundos e sem recorrer a auxílios cibernéticos, não tem razão para se considerar altíssimo expert na matéria.
Serve esta introdução para explanar o que irá na cabeça do staff técnico e dos jogadores encarnados. A conquista de campeonatos nacionais é importante - e cada vez mais - porque, além de acrescentar currículo, dá acesso à Liga dos Campeões e dos milhões. Mas o que dá prestígio e direito a entrada direta na história são as vitórias em competições europeias.
O Benfica saiu do encontro de ontem da Luz com uma vantagem de dois golos sobre o Eintracht Frankfurt. Não é muito confortável ma non troppo, tendo em conta, sobretudo, o poderio ofensivo dos alemães. Mas na gestão entre Liga e competições europeias, a meu ver, pelo menos para este encontro com os alemães já na próxima quinta-feira, Bruno Lage não terá grandes dilemas. Os próximos adversários do Benfica dão pelo nome de V. Setúbal e Marítimo e ambos os jogos serão em casa. Portanto, por muito respeito que toda a gente tenha pelos conjuntos de Sandro Mendes e de Petit, os encarnados são amplamente favoritos tanto para um como para outro. A ter de, eventualmente, recorrer a atletas menos utilizados, Lage deverá fazê-lo nestas duas partidas, até porque quem pode contar com um talento do calibre de um João Félix focado tem direito a sonhar talvez não com tudo, mas com muita coisa. E os adversários são fortes mas a eliminar é possível.
P.S. - Já agora, a resposta à primeira pergunta é Fernando Riera, à segunda , obviamente, Béla Guttmann.