Nakajima e os outros

OPINIÃO08.07.201904:00

Shoya Nakajima é mais do que um reforço desportivo, a exemplo do que foi também Casillas, graças à enorme atenção que o FC Porto granjeia em Espanha desde a sua contratação. Deixemos de lado, porém, estratégias de mercado e ambições comerciais transcontinentais e concentremo-nos no papel que o japonês pode ter em campo. A pejorativa imagem que acompanha todo o pequeno asiático, aquela em que se vê a correr muito e a pouco finalizar, evaporou-se desde que pisou Portimão. Sabemos hoje que Nakajima é sobretudo definição: assiste e finaliza.

Não é, por isso, estranho que aparente ser a contratação que mais vivacidade dá ao defeso azul e branco, ainda mais se pensarmos que se vive na ressaca da perda de Brahimi e da sua magia. É evidente que se trata de uma nova realidade. De uma exigência e pressão bem maiores. De uma filosofia diferente. É, no entanto, impensável que não lhe sobrem os espaços de que tanto gosta. Conhece o futebol português e é especial, tem tudo para garantir sucesso.

O bizarro é que já era especial quando o FC Porto não quis pagar a cláusula de €10 milhões e resgatá-lo ao Portimonense, obrigando-se agora a dar 12 por 50 por cento do passe. Nada mudou: o Nakajima contratado é o de Portimão e não o do Al-Duhail. Obviamente.

Depois de Saravia e do japonês, o plantel fica mais encorpado com Zé Luís - na ideia de um Marega com menos explosão, mas mais associação - e um Luis Díaz quase a fazer check in, com qualidade no 1x1 e chegada à baliza. Faltará o novo Herrera. Dificilmente será um Sérgio Oliveira certinho, um Óliver Torres que Sérgio Conceição não considera para tal ou Otávio, que não tem esse perfil. É esta posição, além da baliza, que deverá preocupar mais os portistas, a precisamente um mês da 3.ª pré-eliminatória da Liga dos Campeões.