A árbitra do Sporting-Real Madrid que luta contra os estereótipos machistas

Albanesa, nomeada para o encontro da 2.ª eliminatória de acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões, teve de encerrar as redes sociais devido à quantidade de mensagens sexistas que recebia

A albanesa Emanuela Rusta foi a árbitra nomeada para a receção do Sporting ao Real Madrid, agendada para quinta-feira, a contar para a 2.ª eliminatória de acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões. A juíza, que apitou na época passada o Benfica-Barcelona (4-4), terá as compatriotas Erinda Kume e Mirjeta Sala como assistentes, enquanto Eglantina Pjetrushaj estará no papel de quarta árbitra.

Emanuela Rusta, que se tornou a primeira árbitra a apitar na Superliga albanesa e a ser internacional, tem lutado contra os estereótipos machistas, defendendo que as pessoas deviam julgá-la pela profissão e não por ser mulher.

«Deviam concentrar-se mais no meu profissionalismo do que no resto das coisas», reclamou, em entrevista à AFP, mostrando cansada de manchetes como ‘A árbitra sexy que faz subir a temperatura’: «É preciso lutar muito para ser aceite. É preciso quebrar o teto de vidro.»

«A arbitragem não é uma questão de género, mas de competência. Para tomar boas decisões é necessário conhecer perfeitamente as regras do jogo, mas também ter condição física e uma grande capacidade de concentração», destacou, revelando que teve de encerrar a sua conta no Instagram devido à quantidade de mensagens sexistas que recebia.

Além de árbitra, Emanuela Rusta é professora de Educação Física numa escola: «Embora aparentemente seja um ambiente predominantemente masculino, sinto-me respeitada e valorizada pelo trabalho que realizo. Espero que não esteja longe o dia em que sejam quatro mulheres a arbitrar um jogo da categoria mais elevada no futebol masculino.»