Mbappé
Jardim e Coentrão na história de um craque; o jogar de Pep; Anders Vejrgang. Quem?
Ainda sou do tempo em que se aguardava ansiosamente até ao início dos jogos, sobretudo nas míticas quartas-feiras europeias, na esperança de que a RTP anunciasse as transmissões em cima da hora. O futebol na caixinha que mudou o mundo era uma raridade, um prato de autor, em contraste com a oferta de hoje em modo fast-food futebolístico. É, pois, raro o desafio que me prende a atenção sem tentações de zapping. Se calhar porque o comando estava em parte incerta, parei, escutei e olhei para o Barça-PSG, duelo em que Mbappé atuou com a genialidade de um Bola de Ouro. É uma questão de tempo até suceder a Messi e Ronaldo como melhor do planeta - e ninguém conseguirá travá-lo, nem Piqué, o primeiro a tentar logo em Camp Nou, lance imortalizado no mundo encantado dos memes. Também à frente da TV, orgulhoso pelo golpe de asa a 2/12/2015, Leonardo Jardim terá visto como evoluiu o menino que lançou no Mónaco com 16 anos e 347 dias, estreia apadrinhada por Fábio Coentrão, substituído nessa partida ante o Caen pelo francês. O resto é - e será - história.
Não sei se Guardiola é o mais genial dos treinadores, sei, isso sim, que as sua equipas jogam com bola de forma inimitável, revolucionária mesmo. Gastam os clubes fortunas para satisfazer o catalão? Se gastam, mas tanto como outros com recursos financeiros igualmente inesgotáveis que jogam e ganham muito menos. Dificuldades a defender e mérito de adversários de elite ajudam a explicar que o técnico só no Barça tenha erguido a Champions. Mas o Man. City - exibe argumentos na hora de recuperar a bola a lembrar o melhor do dream team blaugrana - parece estar em rota de colisão com a orelhuda.
Enquanto aqui por casa dou umas luzes sobre Mbappé e Guardiola, os meus três herdeiros anunciam-me... Anders Vejrgang, dinamarquês de 15 anos, espécie de Bola de Ouro do FIFA 21. As quartas-feiras europeias, agora, são todos os dias.