O melhor treinador da história? Guardiola. Porque mais do que as vitórias, e agora já depois de ter quebrado o enguiço de conquistar a Liga dos Campeões longe de Barcelona, interessa sobretudo entender o impacto que o espanhol teve, tem e muito provavelmente continuará a ter no jogo bem para lá de Istambul. Se Cruijff é a personagem mais influente de sempre pela forma como, enquanto jogador e técnico, continua a inspirar por esses relvados fora, Pep ultrapassa bastante as fronteiras do discípulo e reescreve a história. Reinverteu a pirâmide, recuperando de forma bem sucedida o 2-3-5 numa era em que o espaço é negociado ao metro quadrado, e reinventou posições e ideias, reinventando-se também a si próprio a cada encontro e decisão. Claro que treina os melhores e mais caros, clubes e jogadores, porém também já descobriu diamantes em corpos franzinos e em quem mais ninguém apostaria. É verdade que para tanto dinheiro gasto talvez deva a si próprio afirmação planetária mais evidente, no entanto ninguém será nas próximas décadas tão estudado quanto ele, e ainda mais a partir do momento em que deixar os bancos, realizado e feliz, se alguma vez isso for possível. Mais: e se na Turquia quebrou de vez o enguiço, a barreira psicológica que antes o impedia de ganhar Champions? Esperemos. O que seria de Pep sem Bernardo Silva? Esta época, a questão tem sentido ainda maior, dado que o português terá sido o melhor jogador do Manchester City sobretudo no maior palco de todos, o da Liga dos Campeões. Foi uma época incrível de um jogador incrível, que merece todos os elogios. Já o futuro logo se verá, porque o presente é mágico. P.S.: Novak Djokovic fez história. Goste-se ou não da personalidade, os números dão ainda maior força à ideia: até Alcaraz se poder sentar de vez no trono, o sérvio não terá igual. Primus inter pares.
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