Fernando Gomes, da FPF ao COP?
Depois de uma passagem brilhante pela FPF, que teve o Mundial de 2030 como ‘’grand finale’, há federações que querem Fernando Gomes à frente do COP…
Agora é oficial, Portugal vai organizar, juntamente com Espanha e Marrocos, o Mundial de Futebol de 2030, que terá ainda jogos simbólicos na América Latina, para celebrar os 100 anos do primeiro Campeonato do Mundo, no Uruguai. Habituado a ser maltratado por todas as forças políticas, do ponto de vista fiscal, e vilipendiado por uma pseudo intectualidade parasitária, o futebol volta a colocar o nosso País no centro da ação, além de criar riqueza e acelerar o processo de construção de infraestruturas que nada têm a ver com estádios, mas sim com linhas férreas ou unidades de Saúde. Sendo impossível – mais a mais com um formato de 48 seleções – um só país organizar a competição (a próxima será repartida entre Canadá, Estados Unidos e México), só por má-fé e/ou despeito pode menorizar-se esta conquista nacional, com o argumento de que só nos calha uma parcela dos jogos (que deverão ser 17 ou 18, repartidos pelos únicos estádios com lotação mínima, a Luz, Alvalade e o Dragão), esquecendo que Portugal conseguiu o que muitos desejaram e não tiveram. Trata-se de um fim de mandato fantástico para Fernando Gomes, que tinha acabado de inaugurar a fase 3 da Cidade do Futebol, dedicada ao Futsal e ao ‘Onze’, e que se despede com este legado único e quase certamente irrepetível. Os mais de 13 anos em que Gomes liderou a FPF foram os melhores, no aspeto desportivo, financeiro e infraestrutural da entidade fundada em 1914. E ao longo desse tempo, a que deve somar a experiência na presidência da Liga e na vice-presidência do FC Porto, o agora presidente cessante, por um lado acumulou experiência, e por outro mostrou capacidade de realização, sem esquecer o ‘networking’ que criou à escala global.
É para que este know-how continue ao serviço do desporto português que as Federações de Basquetebol, Canoagem, Râguebi e Ténis lançaram um repto público a Fernando Gomes para que se candidate a presidente do COP, que irá a votos em março.
Francamente, não faço ideia se o ainda líder da FPF equaciona, sequer, esse cenário. O que sei é que o traria ao movimento olímpico (que chora José Manuel Constantino e tem em Artur Lopes um presidente a prazo, que tem pautado a sua ação pela dignidade e o desprendimento) um élan importante, suscetível de rasgar novos horizontes, através não só de um interlocução privilegiada com os vários poderes, mas ainda graças a uma rede de contactos globais, única no nosso País. Se Gomes estiver disposto a avançar, desperdiçá-lo seria um tiro no pé do movimento olímpico.