Fechada para balanço
Para os que ainda não conseguem (ou não querem) entender: não há futebol sem adeptos
A época prestes a findar foi de continuação atípica. Foram penosos os jogos com as vozes dos participantes no relvado em modo eco e sem adeptos. A prova da força natural e conjunta dos adeptos precipitou a queda abrupta de uma Superliga Europeia. Para aqueles que ainda não conseguem (ou não querem) entender: não há futebol sem adeptos. Para efeitos de curto e singelo balanço da época, podemos iniciar pela elevação, quase unânime, da Sporting SAD. Porém, não considero que tal se deva, única e exclusivamente, ao título de campeão nacional volvidos tantos anos mas, substancialmente, por dois fatores: (1) o aglomerado de conquistas numa só época em várias modalidades e a (2) aparente implementação (on going e até se atestar) de uma gestão diferente. Há que contemplar a possibilidade de se tratar de uma época atípica em termos de ganhos pelos lados de Alvalade (o passado já nos provou isso) mas parece haver algo que as SAD do Benfica e Porto não conseguem alcançar: uma mentalidade mais jovem, atual e diferenciada dos seus representantes. Relembre-se as palavras do ex-administrador da SAD benfiquista, Nuno Gaioso Ribeiro, em entrevista após eleições de 2020: «Há uma renovação por fazer no Benfica.» Este referiu-se aos seus ex-colegas que ainda por lá andam e a época muito aquém do Benfica (incluindo as modalidades) veio a prová-lo. Ao fim do dia, a cereja no topo do bolo vai para o presidente da SAD em causa quando referiu, na sua comissão de inquérito, que avançou para o SLB a pedido de várias instituições financeiras. Esqueceu-se de mencionar o lobby do betão. Não há que ter memória curta. Nas palavras de sábio Colega meu, quando a dívida é de milhões, o problema passa a ser da banca e não do devedor. Para terminar com o negativo: a inacreditável decisão do caso Palhinha, o desastrado Boavista (com investimento brutal) e a presença de técnicos expulsos de forma reincidente nos bancos.