Falhas cibernéticas
1. No final da época passada, Luís Filipe Vieira sentou-se na poltrona do seu gabinete recostado e confortável com uma almofada de quatro campeonatos conquistados de seguida. Abriu o computador, resolveu ir às folhas de cálculo e pode-lhe ter aparecido o valor da dívida. Terá estado ali uns minutos a analisar os números e resolveu que era momento de começar a baixar o passivo. Foi por esse caminho, vendeu alguns dos principais ativos e não apostou forte no mercado. Pode-se sempre estar convencido de que optou pela razão, mas também se pode apontar falhas cibernéticas no sistema do Benfica, pois poderiam ter-lhe surgido no computador as notificações com o disparo no valor das receitas da Liga dos Campeões a partir de 2018/19. E, neste caso, não há justificação racional para este caminho. Pode ter sido só uma falha cibernética.
2. Bruno de Carvalho chegou a princípios de abril e achou que, com o 1.º lugar no campeonato comprometido, na altura em desvantagem na meia-final da Taça de Portugal, apenas com a Taça da Liga conquistada e após uma exibição com muitos erros em Madrid, resolveu abrir o computador e aí não houve falha cibernética, porque poucos minutos depois estava exposto ao mundo o seu pensamento. Razão, neste caso, houve pouca, mas a reação emocional do plantel foi fortíssima. Muita já se passou e presidente, presidente da Mesa da Assembleia Geral e plantel estão num clima mais pacífico. Afinal, pode ter sido só uma falha humana por via cibernética.
3. Pinto da Costa cansou-se de perder campeonatos e de recorrer às engenharias financeiras que os programas informáticos - lá está, a cibernética - dão e resolveu apostar na modernidade dos métodos de Sérgio Conceição aliada ao espírito original do FC Porto que tanto sucesso teve. Voltou a ganhar. Às vezes, os computadores só complicam...