É possível votar no bem-maior?

Portugal precisa de um presidente do FC Porto que pense em soluções em conjunto com os seus rivais

O contraste é tão grande que os sócios do FC Porto, algo que não sou nem nunca fui, deste ou de qualquer outro clube, terão de ter ficado esclarecidos, ao ponto de poderem escolher em consciência quando chegar o dia. Acrescento que o futebol português precisa, obviamente, de um presidente apaixonado pelos dragões, que defenda os interesses do clube e, ao mesmo tempo, consiga trabalhar com os outros emblemas em nome de um bem-maior, no sentido de dar algum rumo a uma Ligasem sinal de retoma. E isto é tão válido para os portistas como para os rivais. 

Sempre entendi que o futebol deveria ser dirigido pelos seus intervenientes mais diretos, jogadores ou treinadores, e não mudei de opinião. Contudo, isso sou eu. Fundamental é que, seja quem for, tenha uma visão para lá dos próprios interesses e reconheça que trabalhar para soluções será também fazê-lo para si próprio, a médio ou longo prazo. Não basta mostrar ser um espírito de modernidade, é necessário mostrá-lo. 

Ronaldo recebeu uns prémios criados à sua exata medida e disse que a Bola de Ouro e o The Best arriscam perder credibilidade. Atirou ainda que a liga saudita já é melhor do que a francesa e não só uma das suas estrelas preferiu ir jogar para os Países Baixos como outra, ex-Bola de Ouro e uma das maiores, chegou 17 dias atrasada aos treinos. Mais. Espera festejar o título de campeão do Sporting este ano, mas esqueçam lá isso de ainda vir a jogar em Portugal. É impressão ou há uma certa dose de ironia em tudo isto? 

Vi vários jogos este fim de semana. Alguns completos, umas partes de outros. Talvez o Leipzig-Leverkusen tenha sido o melhor, até pelas divergentes ideias de ambos os técnicos. Pensei em ver alguns da Liga, mas depois lembrei-me: «Porque raio? Estou de folga...»