Dissimulados

Esperamos que a montanha não venha a parir um rato

Aabertura e posterior análise daquilo que era a informação nos discos rígidos de Rui Pinto fez disparar o número de buscas e de arguidos no âmbito das operações Fora de Jogo, Cartão Vermelho e Cartão Azul, onde se incluem SAD e respetivos dirigentes, intermediários e terceiros. Esperamos que a montanha não venha a parir um rato nem que seja para compensar o combustível já gasto com tanta dispersão de viaturas do Estado. Sinceramente, aguardo que o fora-da-lei que insiste na sua transformação em benemérito (com o objetivo de ver ser reduzida a sua futura pena) não seja indultado. Com tanta esperteza, faltou-lhe a inteligência emotiva. Aquela que distingue o bem do mal e evita a prática de crimes. Enfim, os factos visados nestas investigações radicam sempre, praticamente, nos crimes de corrupção, fraude fiscal e à segurança social a par do branqueamento de capitais. Já perdemos o rasto às teorias e suspeições em redor de eventuais negócios simulados entre as instituições desportivas. Nem o Tondela se safou à conta de um negócio que fez com a Porto SAD há uns anos por conta de um jogador venezuelano que pisa atualmente os relvados num clube histórico mas 14.º classificado da Série B italiana. Parece que a malta andou a divertir-se com rendeirices através da ocultação de rendimentos e outros ganhos, fugindo a declarações de IRC, IRS e do sempre perigoso IVA aplicável na maioria das comissões de infindáveis prestações de serviços. Pessoalmente, mesmo sem contar com grande apoio por parte da justiça para este fim, centro a minha atenção naquilo que considero como preocupante: se SAD estiveram a saque pelos seus dirigentes durante todos aqueles anos em que os adeptos assistiam desesperadamente ao contínuo desossar lucrativo dos planteis bem como aos gastos faraónicos que se seguiam. É inconcebível que uma SAD se faça representar num negócio por um qualquer terceiro não assalariado (intermediário, advogado ou outro). Há quem mais necessite: jogadores e treinadores.