Dia da Felicidade
Nightbirde tinha dois por cento de hipóteses de sobreviver mas decidiu que não ficaria à espera do milagre para ser feliz
Assinala-se esta quinta feira, 20 de março, o Dia Internacional da Felicidade. Instituído pela Assembleia Geral das Nações Unidas no dia 28 de Junho de 2012 e que tem como objectivo fazer com que as pessoas percebam a importância da felicidade nas suas vidas. A comemoração teve como inspiração o reino do Butão, onde a felicidade é considerada o sentimento mais importante do PIB (Produto Interno Bruto) que passou a incorporar a Felicidade Interna Bruta na década de setenta.
Como se mede a felicidade? Como se define a felicidade? Porque há pobres que são felizes e há ricos e famosos que são infelizes? Porque a felicidade é uma balança onde num prato temos o que somos e temos e no outro o que gostaríamos de ser e ter. No equilíbrio encontramos a felicidade. José Ortega e Gasset, fundador da Escola de Madrid e considerado o mais importante filósofo espanhol do século XX, tem uma definição parecida. «A felicidade é definida quando a vida projetada e a vida real coincidem. Ou seja, quando a vida que desejamos coincide com o que realmente somos».
Hoje será anunciado o Índice de Felicidade do Mundo. Que avalia diversos parâmetros, desde o rendimento, os cuidados de saúde, o nível de educação, a liberdade de expressão, a segurança, o nível de emprego ou corrupção... A Finlândia lidera o ranking há sete anos consecutivos. Dinamarca e Islândia completaram o pódio no relatório de há um ano. No fim da lista de 143 países aparece o desgraçado Afeganistão. Portugal? A posição 55. Gostava que em termos de felicidade fossemos como a Seleção no ranking da FIFA. Mas nem perto. Será do Fado? Ou desta sentença de nem sabermos governar nem governar-nos? Porque, acreditem em mim que já viajei mundo, Portugal tinha tudo para estar no pódio da felicidade. Temos é de ser exigentes e querê-la muito.
Em 2021, a norte americana Jane Marczewski apresentou-se no mais mediático dos programas de talentos, o America's Got Talent, com o nome artístico de Nightbirde. Silenciou a plateia como uma interpretação comovente de uma canção de sua autoria chamada «It's Ok». O «ok» era, soube-se na conversa com os jurados, o aceitar do veredicto dos médicos: tinha 32 anos e uma hipótese de dois por cento de sobreviver ao cancro espalhado por vários órgãos. E juntou: «Decidi que não posso estar à espera de ficar curada para ser feliz». Partiu poucos meses depois, mas provou que a felicidade nãoé a ausência de dor, de problemas, de fatalidades. É também a capacidade de sermos o que somos, lidar com o que temos e não com tudo o que gostaríamos de ser e ter. É a capaciade de elencarmos e vivermos de acordo com prioridades. É a capacidade de decidirmos o que realmente é importante para nós.
Tenho de partilhar convosco algo da minha vida pessoal. Hoje, Dia Internacional da Felicidade, tenho viagem marcada para um destino paradisíaco. Para viver a felicidade de estar ao pé de quem me provou que a felicidade pode surgir em forma de presente aos 54 anos. Que nunca nada é tarde, muito menos o Amor. Que a felicidade é um coração a gritar que viver vale a pena e que há pares que podem ser ímpares. Não fiquem à espera. Sejam felizes. Porque a felicidade está nas pessoas que são.