Simbolicamente, o Benfica esperou pelas 19h04, que remete para o ano da fundação do clube, para anunciar a contratação de Ángel Di María. O campeão do Mundo no Catar junta assim o seu nome a uma lista prestigiada de regressos à Luz, que conta com referências como Humberto Coelho, João Alves, Ricardo Gomes, Valdo, Carlos Mozer, Rui Águas, Fernando Chalana e Rui Costa, ao mesmo tempo que coloca nos píncaros as expetativas dos adeptos, que têm vivido em estado de graça desde que regressaram, a 27 de maio de 2023, à rotunda do Marquês de Pombal. É destituído de riscos o investimento dos encarnados em Di María? Nada na vida o é, e no futebol muito menos. Mas, através de uma gestão inteligente, Roger Schmidt pode capitalizar o que o astro argentino tem para oferecer, enquanto Rui Costa – que tem mantido fidelidade ao primado da vertente desportiva – ganha um porta-estandarte de nível mundial. Oficializado Ángel Di María, e concretizada a contratação de Kokçu, o Benfica ganha uma profundidade do plantel que há um ano não tinha. E consegue, sobretudo, um elemento que pode vir a revelar-se fundamental para a revalidação do título, ao aumentar exponencialmente a competitividade interna, retirando todo e qualquer jogador de uma zona de conforto que muitas vezes se segue à conquista de um campeonato. Para já, a Liga portuguesa ganha, com Dí María, uma visibilidade externa importantíssima, numa altura em que tanto se fala na necessidade de internacionalizar, para melhor rentabilizar, a prova mais importante do nosso calendário. E o Benfica ganha um sorriso de orelha a orelha nos rostos dos seus sócios e adeptos...
